Boa tarde a todos!!!!
Continuando nossa conversa da sexta-feira passada, vamos mergulhar um pouco mais nas águas de Oxalá!!
Se você não participou nas últimas sextas, dá uma lida nos posts anteriores:
http://tudosobreorixastecidoafricanobordado.blogspot.be/2015/10/sexta-feira-aguas-de-oxala-i.html
http://tudosobreorixastecidoafricanobordado.blogspot.be/2015/10/aguas-de-oxala-parte-2.html
A odisseia vivida por Òsàlá que narramos na sexta-feira anterior é a base para o ritual sobre o qual temos conversado.
Neste período
está sob interdição o uso do azeite de dendê e do café, pouco se fala e quando se
fala é restritamente o necessário e em baixo tom, todo o terreiro é limpo,
arrumado e pintado e só se usam roupas de ração (próprias para o trabalho na casa) brancas.
O jogo (oráculo) determinou as oferendas.
Na quinta-feira durante o dia, é montado o Baluwè (casa de banho) para Òsàlá. À noite, após o banho com sabão
da costa e água de folhas, todos participam do bori (ritual sagrado que
alimenta e da ciência ao Ori (cabeça) dos acontecimentos) na sua forma mais
simples, para que possam participar da procissão das águas.
Após o bori, em
silencio absoluto, levando consigo sua quartinha e sua vela, todos vão dormir.
O último apagará todas as luzes da casa, que permanecerá assim até o entardecer
de sexta feira.
No finalzinho
da madrugada começa a procissão. Todos com seus potes, em 03 viagens
sucessivas, pegam água na fonte para lavar Òsàlá, representando os banhos que
o mesmo tomou e significando purificação. As águas que o banham simbolizam
também o arrependimento de Sàngó e de todos os seres humanos, pelos erros
cometidos. Na terceira ida à fonte o dia
está amanhecendo.
No Baluwè permanecem os Òsàlá (neste caso, as representações dos filhos da casa), a quartinha, a ewe (folha) e a
flor de cada um. Em frente a ele, no lado de fora são colocadas esteiras no
chão e todos reverenciam o pai do branco através do pawó (palmas ritualísticas), bem como rezas e
cânticos referentes a este Orixá, que são entoados. São cânticos que traduzem tristeza e pesar pelo
ocorrido com Òsàlá, pela situação difícil e dolorosa a ele imposta. Com pedidos
para que tudo termine com dignidade e, de perdão. Eles relatam, também, momentos
vividos por nosso grande Pai do branco em sua odisseia, como quando suas vestes se sujam de carvão e dendê. Há, ainda, rezas que lembram o que
acontecera com os soldados que o agrediram. Ao final, uma cortina branca fecha
o Baluwè encerrando a primeira parte e todos passam para o desjejum.
Há os filhos
que vão para o trabalho e, os que podem, permanecem na casa para cumprir os
rituais de rezas durante a sexta-feira. À noite todos retornam.
No sábado, bem
cedo, é feito o oferecimento no quarto de Esu Orixá. Em seguida, em frente ao baluwè os
oferecimentos a Òsàlá, que serão preparados e arriados aos pés deles,
respectivamente.
No domingo
após o Ìpàdé, ocorre a festa do Òrìsá. É o 1º Domingo das Águas de Òsàla. No
Siré (sequências de cânticos ao Orixá), as roupas de todos serão em tecido de algodão e de uma brancura
total e impecável, não sendo permitida nenhuma linha por mais discreta que
seja, de outra cor, ou brilho. Em dado momento, é dado destaque e entoada a roda
de Odùdúwà (Òrìsà que não se manifesta, tido como divindade feminina por alguns e, por outros como ancestral divinizado, emérito legislador yorubá e primeiro
Óòni Ifè.
Após essa linda história que, quando vivida (ou a representação da mesma) traz uma sensação de energias simplesmente única, vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos!!!
Rsrsrs, isso mesmo! Aguardo vocês na próxima
sexta feira, quando conversaremos sobre o 2º Domingo de Òsàlá – A Procissão do Ala.
Abaixo, coloco algumas opções de Richelieu que, também, podem ser adquiridos por vocês e, para esses, não há necessidade de encomenda!!!!
É a oportunidade para deixar seu santinho ainda mais arrumado para o Ritual!!!
E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
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