Olá pessoal querido!!!
Iniciando mais uma conversa prazerosa com essa querida comunidade que são vocês, vamos continuar com o segundo episódio sobre o ritual "as àguas de Oxalá".
Para que vocês tenham uma noção bem legal deste lindo e respeitoso ritual vamos narrar o mito africano que o criou. O texto é, na verdade, o resumo do texto de um livro.
“Oxalá rei de Ifón (reconhecido e aclamado por sua retidão
de caráter e sua vestes sempre brancas e alvas) decide fazer uma visita a Xangô, rei de Oyó. Como é de costume, nada se faz sem que antes
se consulte a fala do senhor do destino (Orumilá), trazida por Exu e vista por
um Bàbáláwo (responsável por consultar o oráculo) através do jogo de destino. A fala era
que rei do branco não fizesse, naquele momento, tal viagem pois a mesma teria
aspectos negativos, sombrios, sofrimentos ou até mesmo risco de vida. Oxalá
insiste veementemente na jornada, se propondo a suportar os sofrimentos e
humilhação necessários. Sendo assim, no intuito de minimizar tais
negatividades, o jogo determina que Oxalá
leve 03 mudas de suas vestes brancas, sabão da costa, òri (banha animal,
sendo para uns do carneiro, para outros do boi, e para alguns do búfalo, também conhecido como limo da costa) e que
ele siga em silêncio absoluto e sem negar nada que lhe seja pedido.
No caminho encontra Exu que lhe pede para ajudá-lo
a levantar uma barrica de azeite de dendê. Ao fazê-lo, o dendê derrama sobre
ele sujando seu corpo e sua roupa branca. Exu sai rindo da situação. Oxalá se
lava nas águas de um rio com o sabão da costa, se imanta com o òri (passando
sobre a pele), veste uma das mudas de roupa que levara e despacha ali as sujas.
Mais adiante, Esu pede-lhe ajuda com um pote de
Adin (óleo) e exatamente como da outra vez o óleo derrama sujando o corpo e a
roupa branca de Oxalá. Exu se afasta zombeteiro. Novamente Oxalá se lava nas
águas de um rio com o sabão da costa, se imanta com o òri, veste uma das mudas
de roupa que levara e despacha ali as sujas.
Ainda no caminho Exú surge de novo – pois é, DE
NOVO! -, pedindo-lhe que o ajude, desta vez com um saco de carvão e novamente se
suja. Oxalá que repete pela terceira vez
o ritual, se lava nas águas de um rio com o sabão da costa, se imanta com o
òri, veste uma das mudas de roupa que levara e despacha ali as sujas.
E assim, seguiu o caminho que ainda era longo, sem
ter mais material para banho ou troca de roupa.
Próximo aos limites do reino, Oxalá encontra,
perdido nos campos, o cavalo branco com o qual havia presenteado Xangô e,
resolveu levá-lo de volta para o dono.
Oxalá, que a esta altura já estava bem sujo, é tido, pelos guardas, como ladrão
do cavalo do rei. Ele é agredido, jogado na prisão do palácio e lá fica
esquecido por 07 anos. Neste tempo, o reino de Xangô enfrentou muitos problemas,
entrou em decadência com secas, epidemias, doenças e mortes. Xangô procura um
Bàbáláwo que lhe diz: Um homem que usa roupa branca foi preso injustamente. O
que está acontecendo é uma revolta natural pela injustiça cometida.
Xangô junta seus soldados e vai fazer uma busca
nas prisões. Oxalá é encontrado tendo o corpo e a roupa branca cobertos de
lama, poeira e totalmente alquebrado (curvado por doença). Imediatamente o
grande Oba (rei) Xangô se prostra aos pés de Oxalá, desolado.
Ordena que levantem Oxalá, o levem para o palácio
e busquem água na fonte, em sucessivas viagens silenciosas, para banhá-lo. Tudo
no mais profundo silêncio... Oxalá é banhado, vestido com novas roupas brancas
e alvas, é tratado e devidamente alimentado. Após seu restabelecimento ele
decide retornar à Ifón. Xangô pede a Ayra que o acompanhe sendo-lhe fiel e
companheiro para sempre, sendo ele as pernas e o eco da voz de Oxalá.
Xangô determina que o ocorrido seja relembrado por
todos eternamente, fazendo-se anualmente, em profundo silêncio de vergonha, respeito
e redenção, uma procissão para colher água da fonte para Oxalá, lavando-se os
sofrimentos.
Determina ainda que os filhos deste Orixá não
poderão montar a cavalo ou usar objetos feito com o couro deste animal.
Oxalá visita Òsàgiyán em Èjìbò em agradecimento as
inúmeras buscas que ele fizera, a várias Terras à sua procura. Òsàgiyán o
recebe com grande festa, com muita fartura de comida branca, entre elas o Iyán
(inhame da costa pilado)”(*).
O ritual completo é, em casas mais tradicionais,
feito em quatro momentos e seguido de três domingos subsequentes com muita reza
e festividade. Os domingos de festa cumprem uma etapa fundamental das
obrigações.
Hoje, narramos o mito. Na próxima sexta-feira
falaremos a respeito do primeiro domingo de Oxalá.
E então,
alguma dúvida? Estamos a seu dispor para esclarecê-las.
*(Texto
é um resumo da narrativa do mito do livro “As Águas de Oxalá” de José Beniste)
Abaixo, temos mais opções de tecidos africanos que podem ser encomendados para confecção da vestimenta sagrada de Oxalá.
Lembre-se, o prazo está acabando, temos apenas até dia 20/10 para aceitar encomendas!!!
E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
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Obrigada por mais uma conversa e até amanhã!!!
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