sexta-feira, 4 de março de 2016

Esteiras, Enim, Decisa

Olá, olá querida comunidade!

Mais um dia de branco para abrir o final de semana, sagrado momento de descanso e diversão...hehehe...

Vestindo branco, naturalmente, nossa conversa de hoje é sobre as esteiras que utilizamos nas casas de Santo. Elas podem ter outros nomes, como vemos no título desta postagem: Enim, Decisa, Adecisa ou, ainda, Esteira Nagô. Um artesanato muito conhecido na palha, mas que também pode ser confeccionado em taboa, sisal, entre outros...


Vamos fazer aquela pausa básica para passar pela loja e admirar um dos nossos tecidos do tipo Estampado que é de tirar o fôlego, não é mesmo?! 

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Dando continuidade ao nosso bate-papo, como sabemos as esteiras são objetos sagrados nas religiões afro-brasileiras, além de serem bastante utilizadas no Nordeste do Brasil. Mas você sabe a razão pela qual esta obra artesanal é tão importante para nós?

Segundo a crença, os próprios Orixás habitaram a Terra por algum tempo, entretanto isto ocorreu em uma época na qual não havia confortos como os que conhecemos hoje. A humanidade começava a evoluir tendo o dia-a-dia da vida completamente ligado à natureza e o que ela oferecia. Entende-se que estas maravilhosas energias, utilizavam da natureza para obter os artefatos utilizados à época.

Desta forma, os iniciados que ainda estão de preceito, mas não somente nestes momentos, devem imitar alguns dos costumes dos Orixás em sua passagem por aqui e, com isso, se aproximarem cada vez mais dos mesmos. Dormir em esteiras (por baixo delas são feitas os erós da feitura), comer com as mãos e não secar-se completamente após o banho são alguns deles. 

Seguindo este raciocínio, estes mesmos iniciados tem a esteira como mesa, onde são servidas as oferendas e comidas ritualísticas e para refeições em geral (ajeum) durante o período de iniciação que se segue. Por fim, o Yawô também a utiliza no ritual do Apanan, que significa o seu retorno à vida quotidiana após o período de iniciação.

Além do momento de iniciação e os seguintes, o objeto sagrado é de tamanha importância na religião que faz parte de praticamente, todos os rituais, como:

- Entrega de comidas de Santos já prontas - como mesa;
- Ebós - como mesa;
- Orunkó - como amparo aos paós;
- Sasanhas - como suporte para ervas;
- Borí - como mesa.

Ademais, podem ser utilizadas como divisórias de compartimentos sagrados dos Pejis (terreiro).

Sobre as Decisas não se come com talheres, a conduta correta é comer com as mãos em um prato de ágata. Não se pode pisar na esteira com calçados, apenas descalços e podemos tirar uma lógica disso não é mesmo?! Afinal, você pisa na cama onde você dorme e na mesa onde você come com sapatos? Portanto...

Ao cortar quiabos para o Amalá de Xangô sentamos em uma Enim e direcionamos nossos pensamentos a ele, bem como ao estar próximo dos Íyálorisá/ Babálorisá, isto porque, nunca se pode estar na mesma altura que eles, mas isto é assunto para um outro post. ;-)

E agora, que tal assistir um vídeo de como é feita a impermeabilização da Enim?


Uma sexta iluminada e abençoada por Oxalá!

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