quinta-feira, 31 de março de 2016

Ekedi, parte do Orixá

Bom dia amigos e amigas!!!

Mais um dia para das nossas vidas para fazer valer a pena! Mais um dia para aprendermos e, com isso, nos direcionarmos cada vez mais ao nosso destino, à nossa evolução. Só depende de nós!

Como conversamos ontem, vamos dar continuidade a explicação sobre a importância das Ekedis e sua função na nossa religião.



E já que estamos falando de Ekedi e, como visto na postagem de ontem, elas podem utilizar a roupa acima também, dá uma olhada nesse Bubu (kafta) lindíssimo! Temos vários tamanhos e cores! Para conferir as outras cores você entrar na nossa página do facebook pelo link abaixo e ir em nossos álbuns de fotos! Na nossa página você também encontra nossos telefones, endereço e pode nos deixar uma mensagem para mais informações! 
https://www.facebook.com/tudosobreorixastecidoafricanobordado/



“Entendo minha religião e meu Orixá com muito mais profundidade em se tratando da relação estabelecida com uma Ekedi. Quando o Orixá convida e escolhe alguém para ser sua Ekedi, e é aceito por ela, com certeza existe algo além dessa simples escolha, existe comprometimento espiritual de fundo ancestral. O que acontece é que Ekedis estão contidas neste Orixá, são parte dele. Este elo os une eternamente, está provado no momento que o Orixá dá orukó da Ekedi no barracão e que poucos dão valor e importância. Neste momento, mais do que nunca, se estabelece o intercâmbio das energias entre eles, direitos e deveres ficam firmados e o amor, carinho, disciplina, liturgia, são preservados.

O Babalorixá precisa que se estabeleça uma forte união em torno de si e nas funções do axé. Casas de santo sem suas Ekedis não se estabelecem, pois elas ajudam a formar a base. A casa precisa de um corpo em sua formação, precisa de sustentabilidade, a espinha dorsal, a segurança, e o Orixá também precisa de conforto.


Ekedis não precisam usar kelê, raspar, colocar adôxu, etc porque o seu Babalorixá ou Iyalorixá já passou por isso. Se elas nasceram para servir o Orixá, então estão contidas na energia do Orixá e vice-versa, independente de seu próprio Orixá.


É uma relação de intimidade e de muita cumplicidade espiritual para com o Orixá. As boas Ekedis tomam a frente muitas vezes em defesa de seu Axé, protegem seu Babalorixá ou sua Iyalorixá, intervém em questões inerentes a liturgia em defesa de seu juramento, sua aliança com o Orixá.”
(Texto: Babalorixá Fernando D’Osogiyan -Ilé Àse Òsòlúfón Íwìn)

Mais uma vez, obrigada pela atenção de vocês! Lembrando que juntos somos mais fortes, aproveito para pedir que não esqueçam de curtir nossa página e compartilhar com seus amigos!!


Um ótimo dia para todos!!!

quarta-feira, 30 de março de 2016

Ekedis e sua importância.

Olá, olá comunidade querida!

Para começar essa quarta com uma super energia positiva, vamos conversar sobre as Ekedis e sua importância na nossa religião?!

Elas são de extrema importância na questão óbvia - são elas que tomam conta e preparam tudo quando todos os outros estão incorporados por nossos amados Orixás -, mas, também, por fazerem parte do próprio Orixá que a escolheu e, por toda a sua magnitude são chamadas, pelos próprios Orixás, mas por todas as nações e idades, de MÃE.


Sem sair de nosso caminho, vamos conferir esse conjunto em Richilieu incrível!!! Pano da Costa e pano de cabeça! Metragem: 2m/ 80cm. Está lindo demais!! Não dá pra perder, gente. Se apresse e garanta o seu agora mesmo, pois as peças são limitadas!

Segue, abaixo, o link de nossa página onde você encontra nossos telefones, endereço e por onde pode nos deixar mensagem para maiores informações:


"As Ekedis (Èkèjí) também podem ser chamadas de Àjòyè, Ìyároba, Makota, a depender da tradição da casa ou nação. Não entram em transe, ou seja, não incorporam, pois precisam estar acordadas para exercerem sua função. Dentro de uma casa de Santo onde se tem axé, a Ekédi é chamada de mãe e tem o respeito dos demais como tal, afinal, uma mulher que escuta, aconselha, ama, cria, consola, alimenta, lava, passa, cozinha, etc, independente de ter gerado, é MÃE desde que o mundo existe.
Diz uma lenda do povo Jeje:
“Em uma reunião Orunmilá ordenou que cada vodun escolhesse ainda no ventre da mãe uma criança para que ela fosse o sacerdote do vodun e que não virasse com nada . Já que na terra se fariam voduncis que mais tarde seriam sacerdotes, quem zelaria por eles se todos virassem com vodun? Quem olharia pela casa de santo, por tudo? Quem zelaria por eles quando viessem no ori dos vodunces? E assim, surgiu a primeira ekedji do ventre de uma mucama de Azirí”.


Abaixo do Babalorixá/ Iyalorixá, a Ekédi faz tudo que todos de uma casa de axé fazem, entretanto, nem todos fazem o que uma Ekédi faz, daí sua grande importância, até o simples ato de enxugar o suor de um Orixá no barracão, participação efetiva numa iniciação.

Uma Ekédi comprometida com a divindade que lhe escolheu, tem a obrigação de zelar por suas roupas e apetrechos, por sua segurança e conforto, saber vesti-lo. Talvez seja essa uma de suas principais funções.

Esse trato direto com dedicação, amor e carinho com os Orixás as torna muito próxima deles, ganham a sua confiança, interagem de uma forma única, uma parceria perfeita.

Um boa Ekedi tem que estar sempre atenta ao menor gesto do seu Babalorixá/Iyalorixá, dar ritmo a Casa coordenando funções, observando e sendo os olhos de seu zelador.

A Ekedi cabe a obrigação de manter o foco na preparação dos ebós, mesa de borí, no preparo das comidas secas e axés dos Orixás, impondo-se na cozinha de Santo, exigindo silêncio e concentração, pois a energia colocada na confecção de um ebó ou de uma comida de Santo é primordial no andamento das obrigações. Estar focada em seus afazeres é fundamental.

Uma antiga iyalorixá dizia que se conhece uma Ekedi pelas unhas, limpando galinha, tirando axé, escarnando ori.

Como os Ogans, as Ekedis são escolhidas pelo Orixá do zelador que, primeiramente, as convidam, cabendo a elas o direito de não aceitarem a responsabilidade, porém, em aceitando, serão suspensas e posteriormente confirmadas para o mesmo Orixá, podendo, no futuro e por merecimento, ganhar um Oyè, ou seja um título ou cargo dentro da Casa.

Ekedi toma suas obrigações anualmente e conta tempo. Seus Orixás são reverenciados por todos os Orixás da Casa no decorrer das festas relacionadas ao seu Orixá. Podem se vestir de baiana como as Egbomis, alaká ou saia branca para dar mais mobilidade, fica a critério das normas de cada Casa.

(Texto e acervo cultural- Àjòìè Sonia D’Yemojá – Ìrànsé do Ilé Àse Òsòlúfón ÍwÌn)

Por hoje é isso pessoal! Espero que tenham gostado e amanhã tem mais um pouco do mesmo assunto.

Uma quarta iluminada e super positiva!

segunda-feira, 28 de março de 2016

Os Tipos de Orùn (céu).

Olá, olá comunidade querida!

Começando mais uma semana maravilhosa, vamos pensar um pouco sobre o que sabemos a respeito da vida além da morte na religião africana. O que você sabe sobre isso?

A morte é, na verdade, um renascimento para nós! E a partir daí podemos ir para diferentes tipos de Orùn, isso depende, em geral, de como levamos nossa vida terrena.


Antes de continuarmos, dá mais uma olhada nessa belezura de Richileu!!!! É de tirar o fôlego, não é mesmo?! Entre em contato conosco e saiba mais! Você pode parcelar em até 6x sem juros no cartão de crédito. Segue o link de nossa página onde você encontra nossos contatos:
https://www.facebook.com/tudosobreorixastecidoafricanobordado/


"Como exposto acima, no Candomblé nós acreditamos na vida além da morte, em verdade, cremos que a morte é o renascimento para todos. Nós cremos que, quando uma pessoa morre, ela parte para um dos espaços Orùn, a depender da sua conduta no Ayè (que também é considerado um dos Orùn, para os yorùbá).

Acreditamos na existência do Orun Rere (reservado para as pessoas que tiveram uma conduta exemplar no Aye), o Orun Alafia (local de grande paz e harmonia), o Orun Funfun (local da pureza), o Orun Baba Eni (local no qual cremos que residem os Sacerdotes), Orun Isalu (local onde as pessoas serão julgadas), Orun Apadi (local ruim, das coisas que não serão reparadas e que não serão restituídas à vida através da reencarnação), o Orun Buruku (o pior espaço, para onde vão as pessoas más) e o Orun Afefe (onde os espíritos permanecem e tudo é corrigido, e lá ficarão até serem reencarnados).

Desse modo, nós também acreditamos na reencarnação (Atunwa), mas como vimos, nem todos serão reencarnados. A viagem da vida (Ajolaiye) em sua amplitude, não é concedida a todos, mas quando isso ocorre, cremos que seja na mesma família. No Candomblé, quando existe a reencarnação, essa ocorre invariavelmente no mesmo seio familiar daquele que faleceu.

Nesse sentido, essa “sentença” de nascer na mesma família, serve como “prêmio” ou “punição”. Quando uma pessoa atingiu seu papel no aye, de forma benéfica, ele certamente contribuiu para a edificação de sua família, assim sendo, quando ele retornar para essa família, ele estará retornando para um ambiente que ele mesmo contribuiu para que fosse bom e isso será considerado um prêmio ancestral. No entanto, se ao invés disso, ele tenha causado problemas à sua família, ele retornará para um ambiente que ele contribui para que não fosse bom, sendo assim uma punição, no entanto, com uma oportunidade de virar o jogo.

Na África, essas crianças reencarnadas são descobertas pelo oráculo logo quando do seu nascimento, recebendo nomes que evidenciam isso, como por exemplo, “Babatunde” (o pai retornou).

Há um itan (lenda) de Ifá, que discorre que uma pessoa só descansará eternamente no Orun, caso ela já tenha conseguido realizar todas as coisas boas que ela tinha que realizar no Ayé. Somente após isso ele poderá descansar, caso contrário, ela retornará ao Aye (Atunwa), para cumprir a sua missão. Isso tem como objetivo, atingir o equilíbrio máximo entre os Orun e Aye."

(Texto de Casa de Oxumarê).

Interessante não é mesmo?! Pois é amigos e amigas, portanto, temos que nos esforçar ao máximo para termos uma conduta exemplar enquanto aqui estamos, bem como tentar nos aproximar o máximo possível à filosofia do "ubuntu" (solidariedade) como forma de atingirmos o tão desejado Orun Rere.

E com essa mensagem deixo a vocês o meu desejo de:

Uma semana maravilhosa pessoal!

domingo, 27 de março de 2016

Alapini - A Lenda do Culto aos Ancestrais

Boa páscoa pessoal!!!!

Neste domingo de confraternização, vamos dar continuidade à conversa dois 2 últimos dias sobre o culto aos ancestrais, falando do início deste culto através de uma lenda.

Mas não fugir à regra, vamos dar uma olhada em mais uma peça de Richilieu que é uma obra de arte de tão linda?!


Demais, não é mesmo?! Pois é... não perca mais tempo! Entre em contato conosco através dos telefones que estão em nossa página:
E que tal nos fazer uma visita e conferir todas as opções de Bordados e Tecidos Africanos?! Nosso endereço também está na página!


"Muitos desacreditam na manifestação dos ancestrais e isso aconteceu até mesmo com os Òrìsàs. Outra história de Ifá, narra que após Alapini ter evocado presencialmente os seus filhos já falecidos, Sàngó mandou lhe chamar, pois não acreditava que os mortos podiam voltar do além.

Como Sàngó era o grande Rei de Oyo, o Alapini foi prontamente ao palácio, quando chegou lá, Sàngó disse que o iria prender, pois ele dizia que tinha o poder de trazer os mortos do além e isso era uma grande mentira e que se ele realmente conseguia fazer isso, que fizesse diante dos olhos de seus olhos. Alapini respondeu que não poderia evocar os ancestrais ali, mas que sim era possível trazer os mortos do além.

Sàngó, então, mandou que construíssem um quarto dentro do palácio e vistoriou toda a edificação, garantindo que não havia ninguém dentro dela. Ele pediu para que Alapini entrasse no quarto e que, se ele tinha realmente esse poder, ele evocasse os ancestrais lá dentro, pois Sàngó tinha certeza que não havia mais ninguém lá.

Alapini pediu algumas coisas como panos, espelhos e um Isan (a grande vara de atori). Sàngó pessoalmente entregou tudo a Alapini, certificando-se que não havia truques. Feito isso, Sàngó trancou a porta e ordenou que Alapini evocasse os ancestrais. 

Pouco tempo depois, uma voz rouca começou a sair do quarto. Sàngó irritado, disse que se aquilo fosse um truque, o Alapini seria morto.

Passado mais um tempo, Alapini pediu que abrissem a porta. Quando Sàngó abriu, saíram de lá Alapini e Egúngún, este vestido com os panos e espelhos preparados por Alapini.

Diante disso e impressionado, Sàngó instituiu o culto aos ancestrais em Oyo (seu reinado) e, a partir desse dia, todos os Alaafin (rei de oyo), são empossados por Alapini, pois é ele que conhece a ancestralidade de Sàngó.


No Candomblé, o culto aos antepassados é tão importante que, mesmo antes de louvarmos os Òrìsàs, devemos render homenagens aos ancestrais, isso é ainda mais saliente nas casas antigas, em que já houve mais de um Sacerdote, sendo que o líder atual, sempre reverenciará aqueles que o antecederam. Nesse sentido, acreditamos que, quando uma Ìyálòrìsà ou Babalòrìsà falece, ele também servirá como conselheiro para os que o sucederão, no entanto, como ancestral, sendo muitas vezes consultado por meio do oráculo. Há um antigo provérbio yorùbá que diz: “Você só completará a sua missão, se cumprir a missão dos seus antepassados”."
(Texto de Casa de Oxumarê).

Por hoje é isso pessoal. amanhã, conversaremos mais sobre reencarnação na religião africana. 

Uma páscoa de muito axé amigos(as)!!!

sábado, 26 de março de 2016

Ancestrais, um Culto Dominado por Homens

Bom dia amigos e amigas!!

Como prometemos ontem, vamos continuar nossa conversa contando a história que explica porque o culto aos ancestrais é liderado pelos homens.

Mas sem esquecer de, antes, passar na nossa loja e conferir mais uma peça maravilhosa em Richelieu!!! Olha isso!!


Belíssimo, não é mesmo?! E pode ser seu agora mesmo, basta entrar em contato conosco. Você pode parcelar no cartão de crédito em até 6 x sem juros!!!! Segue o link de nossa página onde você encontra nossos telefones, endereço e por onde pode nos enviar uma mensagem:


"À época dos Òrìsàs, os homens eram os líderes de tudo. As mulheres, no entanto, resolveram punir os homens, mas sem nenhum critério ou limite, abusando desta decisão, humilhando-os. Yansan era a líder dessas mulheres revolucionárias que se reuniam em uma floresta. Oya havia domado e treinado um macaco marrom chamado Ijimere, utilizando para isso, um isan (galho da árvore "Àtòrì". 

Oya vestia o macaco com uma roupa feita de várias tiras de pano coloridas, de modo que ninguém via o macaco sob os panos. Conforme ela batia o isan no solo, o macaco pulava de uma árvore para outra, movimentando-se de forma alucinante, como fora treinado. 

Deste modo, durante à noite, quando os homens por lá passavam, as mulheres que estavam escondidas, faziam o macaco aparecer e eles fugiam totalmente apavorados, pois acreditavam estar vendo um Egúngún

Cansados de tanta humilhação, os homens foram consultar Ifá através de um babaláwo, a fim de descobrir a causa de tamanha injúria. Através do jogo, a farsa das mulheres foi desvendada. Ifá recomendou aos homens, alguns sacrifícios, sendo Ògún, o encarregado de reverter o cenário imposto pelas mulheres.

Quando Ògún chegou ao local das aparições, vestiu-se com vários panos coloridos, ficando totalmente encoberto, escondendo-se atrás de uma árvore. Quando as mulheres chegaram, ele apareceu subitamente, correndo, berrando e brandindo sua espada pelos ares, todas as mulheres fugiram assustadas, inclusive Oya. A partir desse dia, os homens dominaram as mulheres e as expulsaram para sempre do culto aos ancestrais. No entanto, Oya Igbale, continua sendo a Divindade que os Egúngún respeitam."
(trecho retirado de texto da Casa de Oxumarê).

Espero que tenha sido esclarecedor. Amanhã voltamos com mais uma história a respeito dos ancestrais que conta como foi a primeira evocação de espíritos do além.

Um sábado de muita paz a todos!

sexta-feira, 25 de março de 2016

Egúngún - O Culto aos Ancestrais

Bom dia família querida!!!

Neste feriado e dia de branco, vamos aproveitar para descansar, mas também para saber um pouco mais sobre o culto aos ancestrais em nossa religião.

Você sabe como ele funciona? Conhece e entende os motivos e cultura desse culto? Em geral, a filosofia "Ubuntu" da qual tanto se fala ultimamente se relaciona justamente com isso. A importância dos antepassados na cultura e religião africana é enorme! Vamos saber mais?!


Mas, para não perder o hábito, vamos dar uma conferida em mais uma peça belíssima de Richelieu que temos na loja, por enquanto?!

Para saber mais, entre em contato conosco agora mesmo! Segue o link de nossa página onde estão nossos telefones, endereço e por onde você pode nos enviar uma mensagem:


"Na religião dos yorùbás, cremos que há vida após a morte e que os mortos podem retornar à terra através do Culto à Egúngún.
De forma muito resumida, podemos afirmar que há o culto aos ancestrais “Lese Òrìsà” e o culto aos ancestrais “Lese Egúngún”. O primeiro é realizado nos terreiros de Candomblé – no Ilé Ibó Aku (casa de adoração aos ancestrais) -, no qual os Sacerdotes de Òrìsà cultuam os ancestrais do terreiro, sem que exista a manifestação física desse ancestre. Esses ancestrais chamados de Esá são louvados e evocados em rituais como o Ipade e em cerimônias dedicadas à ancestralidade da Casa de Candomblé.
O segundo, por sua vez, ocorre nos chamados Terreiros de Egúngún, em que o Sacerdote do culto a Egúngún (Alapini, Alagbá e Ojé) cultuam além dos ancestrais daquele terreiro e da família, também os dos patronos de cidades inteiras, como ocorre, por exemplo, com Baba Ologbojo, patrono da cidade de Ogbojo na África, ainda hoje cultuado nos Terreiros de Egún da Ilha de Itaparica. Além disso, esses Sacerdotes, trazem à terra, esses Egúngún de forma física, ricamente vestidos com roupas coloridas.
Um Itán de Ifá, narra que na cidade de Oyo (África), existia um fazendeiro chamado Alapini. Esse fazendeiro tinha três filhos (Ojewuni, Ojesami e Ojerinlo). Certo dia, Alapini fez uma viagem e recomendou aos filhos que não comessem um tipo especial de inhame, haja visto ele deixar as pessoas com uma sede desmedida. Os filhos ignoraram a advertência e comeram em excesso o aludido inhame. Como já anunciado pelo pai, eles tiverem uma sede imensurável e beberam água até a morte. Quando do seu retorno, Alapini deparou-se com seus filhos mortos e resolveu procurar um Babalawo. Através do jogo de Ifá, o Babalawo disse que no décimo sétimo dia da morte de seus filhos, Alapini deveria ir até um bosque que havia perto do rio e pegasse um galho de Àtòrì. Nesse bosque ele deveria bater no chão três vezes o Isan (o bastão feito da árvore Àtòrì) e pronunciar certas palavras mágicas e chamar pelos nomes dos filhos "wa de" (venha), na terceira vez os filhos retornariam à terra e assim aconteceu.

Por isso, o sumo sacerdote do culto aos ancestrais é chamado de Alapini, pois o fazendeiro de nome análogo foi o primeiro homem a materializar um ancestral no aye. Diferente do culto a Ìyàmì, no qual, as mulheres são as grandes líderes, no culto à Egúngún, a liderança pertence aos homens. Há uma antiga história de Ifá, que nos explica a razão disso."
(texto da Casa de Oxumarê).
Mas conversaremos sobre essa explicação amanhã, ok?! Vejo vocês lá!

Uma sexta iluminada meus amigos (as) e AXÉ!

quinta-feira, 24 de março de 2016

Feiticeira, Òsùn Ijimú.

Bom dia comunidade do coração!

Nas nossas crenças, além dos Orixás conhecidos, existem ainda as "Oso" ou "Ìyámi", que são as feiticeiras da religião africana.

Feiticeiras, ou também chamadas de bruxas, são extremamente poderosas, mas também sensíveis, você sabia?! 

Que tal, aprendermos um pouquinho mais sobre este lado tão pouco disseminado?!



Mas antes, deem uma olhada neste richelieu  maravilhoso que temos em nossa loja!!!! Incrível, não é mesmo?! Pois é, e você pode adquiri-lo através de cartão de crédito (até 6x sem juros) ou à vista (fazemos desconto). Não perca mais tempo, entre em contato agora mesmo! Segue o link de nossa página onde estão nossos telefones, endereço e por onde você pode nos deixar uma mensagem:
https://www.facebook.com/tudosobreorixastecidoafricanobordado/



Òsùn Ijimú é a Feiticeira dona da Cabaça!



Ijimú é ligada a Nanã, e por esse fato não se deve iniciar em Homens, pois Nanã estará sempre muito perto de Ijimú.




Se conta que ela é uma "Oso", ou seja: UMA BRUXA! Todas as Oso tem cabaças miraculosas que ganharam de Orunmilá (inclusive as OsoRongá também possuem cabaças).




"Ogun e Nanã sempre foram desafetos, e se desprezavam, mas Ogun declarou guerra a aldeia de Nanã. Ela não tinha medo de lutar nem de morrer, mas ela temia por suas crianças. Nanã tinha filhos e netos, a sua aldeia era formada por sua família e ela sabia que, se perdesse a guerra, Ogun mataria suas crianças ou os venderia como escravos, portanto se desesperou e, sem ter alternativa, pediu ajuda a feiticeira Ijimú que morava no fundo do rio Osun




Osun Ijimú se dispôs a ajudar Nanã a salvar as crianças. Ela usou sua cabaça, a fazendo ficar gigantesca, e colocou toda a família de Nanã ali dentro e então fez a cabaça ficar pequena novamente. Ela a escondeu no fundo do rio prometendo a Nanã que, se ela perdesse a Guerra, Ijimun cuidaria de seus filhos.




Quando Ogun chegou na aldeia de Nanã, ele a encontrou sozinha e, então, eles pelejaram por dias, até que Nanã venceu a Batalha e expulsou o cruel Ogun Onire de suas terras onde nunca mais pode entrar.




Nanã nunca se esqueceu da grande ajuda de Ijimun e então decidiu lhe dar um presente. Nanã não usa e nem gosta de metal, então, fez um Abebe de madeira e em forma de Boneca, lhe deu também o direito de se ornar com os Kawuris (búzios, pois Nanã é a dona dos Búzios) e com palha, e para sempre foram amigas."




Nanã é de poucos amigos mas ela tem muita gratidão a Ijimú e a Asesun que são suas grandes amigas.




Ijimú é a Osun que foi bem recebida na família da Palha e, desde então, come com Nanã e todos os seus filhos e amigos. Por isso, vemos Iniciadas a Osumare e Osun, Osun e Obaluaie, Yewa e Osun, Osayn e Osun, e muitos outros afetos de Nanã que saúdam Ijimú pelo seu bom coração.


Devido a essa ligação, Ijimú, comumente, se veste com tecidos estampados em tons de ouro velho e detalhes Roxo/Lilás, sempre com sua cabaça presa na cintura.


Alem de Nanã, ela sempre anda com Osun Yaboto e as demais "Oso" e também tem relações com a grande ancestral Ayala.


"IJIMÚ É MULHER PODEROSA QUE TEM A CABAÇA PRODIGIOSA.
IJIMÚ QUE DOBROU REI DE TERRA E SEUS IRMÃOS.
MULHER DA ÁGUA QUENTE QUE, EM SUA PERNA ENROLOU A SERPENTE.IJIMÚ QUE SABE BEM O QUE FAZ.
FEITICEIRA QUE COMEU O IPETÉ DA CASA DE IPONDA E FOI RECEBIDA NA CASA OSUN COMO DONA.
IJIMU QUE ESCURECE O RIO PARA ESCONDER O SEGREDO E ENCHE OS HOMENS DE MEDO.
ORE YEYE IJIMÚ QUE GANHOU O REINO DE ANANBUKÚ E SUA GRATIDÃO.
IJIMÚ QUE NÃO MORA NAS ÁRVORES NEM SE ALIMENTA DE ENTRANHAS, MAS NÃO PODE NEGAR O SEU PARENTESCO COM OSHORONGÁ, SAÚDEM IJIMÚ POIS É A FEITICEIRA DO FUNDO DO RIO QUE AQUECE A ÁGUA QUANDO ESTÁ FRIO.
MULHER NEGRA COMO O CARVÃO DAS MINAS, OLHOS COMO OS DE RAPINA E CABELOS TRANÇADOS COM FIOS DOURADOS, É A PRINCESA DA ESCURIDÃO.
LHE ENTREGO O BALAIO DE PALHA QUE AFUNDE NAS ÁGUAS COM TODO O TESOURO QUE POSSO LHE OFERECER, E ROGO, IJIMU, QUE NÃO VIRE AS COSTAS PARA MIM.
SENHORA MAJESTOSA QUE TEM AS MÃOS VERMELHAS DE PÓ OSSUN POIS FAZ O FEITIÇO COM TANTA CONSTÂNCIA QUE NUNCA DESCANSA AS DELICADAS MÃOS."



Yeye oooo Ijimú! 

Que faz o bem sem olhar a quem!


Espero que tenham apreciado a lenda e as explicações acima. Os convido a compartilhar seus conhecimentos também, fazendo comentários. Afinal, juntos somos mais fortes!


Uma ótima quinta pessoal!!!

quarta-feira, 23 de março de 2016

Mais Princípios Africanos

Olá, olá amigos e amigas!

Espero que estas últimas postagens tenham sido para vocês tão interessantes e revigorantes como foram para  mim!!

Continuando, a nossa conversa sobre os princípios africanos, proponho continuarmos uma reflexão e a mantermos contínua em nossas mentes a respeito desses princípios, afinal, sabemos bem que a cada dia que passa fica mais difícil de as pessoas aceitarem valores como a ancestralidade, por exemplo. Mas é importante, não apenas na nossa religião, mas também em nossa cultura que, infelizmente, vêm se perdendo neste quesito, ao invés de ouvir mais aos mais velhos.

Agora para descontrair antes de retomarmos o assunto, "Olha esse tecido estonteante!!!!" É do tipo Estampado e, como você sabe, 100% algodão!!!


As metragens são 1,50m/ 5,20m e pode ser adquirirdo através de cartão de crédito ou à vista. Segue o link de nossa página onde estão nossos telefones e endereço e por onde pode nos deixar uma mensagem: https://www.facebook.com/tudosobreorixastecidoafricanobordado/



"17. O Conhecimento – se a família é um valor, estamos em família, o conhecimento é um valor da família e em família; 


18. A cabeça-mente – Segundo a Filosofia Africana o ser humano é força e sendo força pode aumentá-la ou diminuí-la. A participação nas liturgias visa sempre aumentar essa força, mas não só as liturgias o fazem. O exercício da capacidade cognitiva através do estudo, da leitura, da observação e da audição são elementos cruciais para o aumento de nossa força;


19. Orixá/Vodun/Inkici – Não são “apenas” deuses, ancestrais divinizados, espíritos superiores, forças ou elementos da natureza. São, antes de tudo, divindades criadas por Olodumare/Mawu-Lissá/Nzambi para a manutenção da Criação, incluindo os seres humanos; 

20. O jogo de búzios – É o canal de comunicação com o mundo espiritual/ancestral/e da anterioridade. É ordenador e orientador, não adivinhação. O sacerdote tem o compromisso de orientar o consulente a partir dos caminhos revelados no jogo. É sagrado e por isso não pode ser executado por qualquer um, mas apenas por um sacerdote devidamente preparado para isto;

21. A liderança sacerdotal (pelo exemplo) – Um sacerdote das tradições de matriz africana é uma autoridade civilizatória comprometida com os Orixás/Voduns/Inkices, com os ancestrais e com a comunidade sempre de forma ilibada, seguindo os preceitos da ética do empoderamento que lhes foram legados pelos ancestrais. Quando eu eticamente empodero o outro, eu me empodero e empodero a família. As TMA’s são o lugar do empoderamento em, com e por meio da família e este empoderamento, pensado em família, nunca é temido; 

22. A iniciação – É um preceito sério, de fundamento e requer comprometimento do iniciado. Cada tradição tem o processo, exigências, tempo e liturgias, mas o respeito à hierarquia iniciática deve ser uma permanente. Os mais velhos têm mais responsabilidade e o dever de acolhimento aos mais novos, que lhes devem respeito e cumplicidade;

23. A paz, o equilíbrio e a harmonia – É alcançada quando se segue todas as regras internas de cada tradição, de cada comunidade, de cada família. Ser ético, saber ouvir, saber sempre falar na hora certa e somente a verdade, cumprir suas obrigações, fugir de fofocas e entender que o indivíduo é importante apenas no coletivo de forma que o que um faz (de bom ou de mal) afeta toda a comunidade (UBUNTU)."
(Texto dos Babalorixás Hendrix Silveira e Sidnei Nogueira).

Porque juntos somos mais fortes!

Desejo a cada um de vocês uma quarta de muito axé!!

terça-feira, 22 de março de 2016

Princípios Africanos, continuação...

Bom dia comunidade mais que querida!!!

Vamos dar continuidade a esta semana com uma alegria de viver incrível?! Isso mesmo! Afinal, segundo nossa crença, tudo pelo que passamos é uma forma de nos preparar, a nossa alma, para a evolução energética, se é que podemos chamar desta forma. 

Portanto, adicionando ainda mais a essa evolução, vamos colocar um belo sorriso no rosto e saber mais sobre aqueles princípios das Tradições de Matrizes africanas sobre os quais conversamos um pouco no sábado.

Do tipo Estampado Premium, 100% algodão, como toso os nossos tecidos e metragens 1,50m, 6m, ou seja, ainda mais roupa!!! Como você já sabe, aceitamos pagamento no cartão de crédito ou à vista, sendo assim, entre em contato agora mesmo! Em nossa página estão nossos telefones e endereço:


"9. As relações de troca e os conflitos – tudo é troca, tudo é ensino e aprendizagem e assim as coisas da vida são encaradas. Quanto aos conflitos, esses também são sempre lições e assim devem ser vistos;

10. O silêncio – o silêncio é um valor, silenciar é um valor, saber silenciar também é ser forte, é saber ser ar e brisa; há o silêncio antes de alguns ritos, o silêncio em forma de resposta e o silêncio do “pawó” – palmas ritmadas que vão do barulho ao silêncio ao encontro de um interior ancestral;

11. * A pressa – a pressa não é um valor. Muito embora, as Tradições de Matriz Africana na cidade a exija, mas apressar-se é desrespeitar o tempo das coisas;

12. Pai, mãe, avós, irmãos e a família como um todo – quem se reconhece parte, ama e vive com os seus; do mesmo modo que os parentes da família das Tradições de Matriz Africana, os parentes biológicos devem ser igualmente respeitados. Na crença nagô, estaremos sempre juntos, sempre, em qualquer momento “das vidas”, por isso, é importante que haja, acima de tudo, amor e respeito entre esta família nuclear; o Candomblé é o lugar do coletivo, fazemos as refeições juntos, cantamos e dançamos juntos e em sincronia, brincamos juntos, choramos juntos, aprendemos e ensinamos juntos e em família;

13. A força – sim a força é um valor, porque se trata de uma visão de mundo de resistência negra, resistência de quem foi, cruelmente, retirado de seu país e violentamente escravizado;

14. * O medo – o medo não é um valor; não se constitui e se mantem uma família das tradições de matriz africana com e por medo. O medo praticado por muitos também é sincrético e uma das piores formas de sincretismo. Respeito, proteção, amor, cuidado, carinho, zêlo são valores que devem se opor ao medo.

15. Comunicação – ainda valorizando a palavra e a divindade primordial “Èṣù”, a comunicação é um valor, ela deve ser utilizada e é preciso comunicar bem e com franqueza e cordialidade sempre;

16. Ensino e aprendizagem – respeitando o Tempo, ensinar e aprender são valores intrínsecos das Tradições de Matriz Africana, esses valores significam tudo o que nele há e todos que neles estão..."
(Texto dos Babalorixás Hendrix Silveira e Sidnei Nogueira).

Uma terça de paz a todos!!

domingo, 20 de março de 2016

A importância do Ovo (Eyn).

Bom dia amigos e amigas queridos!!

Da série comidas ritualísticas, hoje vamos conversar sobre a importância do ovo na nossa religião. Como nós sabemos bem, o ovo gera a vida por si só, dele nascendo os pintinhos. Desta lógica surge o assunto de hoje.

Como de praxe, vamos admirar mais uma belezura de tecido africano 100% algodão que está disponível em nossa loja, mas não por muito tempo!!



Do tipo Estampado e com metragens de 1,50m/ 5,20m pode ser adquirido através de cartão de crédito (parcelamento em até 6x sem juros) ou à vista (fazemos desconto neste caso). Não perca mais tempo e entre em contato agora mesmo! Segue nossa página onde estão nossos telefones e endereço:



"O ovo é o principal e maior símbolo da fertilidade, utilizado amplamente nos rituais de purificação, iniciação, Borí, èbós e defesa. 


O ovo é resultante da composição e fecundação de óvulos, possuindo 4 partes: a 1º parte é a casca que representa o útero (invólucro mítico), a 2º parte é a membrana interna que representa a bolsa ou placenta uterina (parede defensora), a 3º parte é a clara, matéria viscosa e esbranquiçada, do grupo das proteínas, que representa o útero, a 4º parte é a gema amarela, parte íntima, central e globular suscetível de reprodução, a qual representa o feto, um novo ser engendrado preparado para nascer e autuar no que for necessário. O mito do ovo está presente em todas as culturas antigas, entre elas a Yorubà, Polonesa, Fenícia, Chinesa, Eslava, Polinésia, Finlandesa, Hindu, Germânica, Hebraica entre outras. A força germinal contida no ovo está associada à energia vital com grande desenvolvimento através de Èşú, motivo pelo qual, tanto o ovo como Èşú, desempenham uma função importantíssima no culto Yorubà principalmente no culto de Ìyàmi-Òsòróngà, Òşún, Iyewá, Oyà, Òmòlú,  etc. Confirmando um total culto à fertilidade, magias curativas, purificando e quebrando as forças maléficas. 

Da gema, sangue germinal, unida à clara se obtém nutrientes e hidratação necessária para a transformação num único ser vivo individual no interior do ovo, plagiando o mesmo processo no interior do útero que, indiscutivelmente, é o mesmo processo que acontece nos rituais, numa mesma idéia de união do casal universal; Òòrìsànlà-Òbátálà e Iyémowo. Só que no contexto do ovo acontece mais rapidamente, não existindo qualquer tipo de vinculo biológico entre a mãe e o filho, ou seja, não existe cordão umbilical. Isto explica o poder contido no ovo por si só, o qual foi um elemento criado diretamente pelo todo poderoso Òlódúnmàré (Deus), que colocou primeiramente o ovo no mundo, logo depois surgindo dele a vida, ou seja, a ave.


Por isso, o ovo é um elemento originado do criador, o símbolo mais importante representante do poder de Ìyàmi-Òşòróngà (a mãe universal) que necessita intrinsecamente do poder masculino de Òòrìşànlà-Òbátálà, o qual faz do ovo um elemento de muito Àşé (poder realizador).

Isto também explica porque Òşún não aceita que suas filhas morram facilmente, assim, Òşún as protege dando longa-vida."
(Texto de Simone Santos)

Como a religião dos Orixás é um religião baseada em energias da natureza de forma geral, já era de se esperar que as comidas utilizadas e oferecidas nos cultos tivessem fundamentação nas mesmas bem como nos processos de criação de vida e energização do corpo e da alma.

Espero que tenham gostado de mais este texto super explicativo e com um tema que prende nossa atenção.

Mais uma semana maravilhosa a todos!!

sábado, 19 de março de 2016

Princípios Africanos.

Olá, olá comunidade de axé!!!

Para irradiar este sábado de energia positiva, vamos conversar sobre alguns princípios da matriz africana de tradições, iniciando uma série de 3 conversas a respeito do assunto, por enquanto... afinal, princípios e valores são 2 assuntos que dão é "pano para manga, não é mesmo?!

E como sempre, antes de iniciar esse delicioso bate-papo, vamos passar pela nossa loja e dar mais uma espiadinha em um dos nossos maravilhosos tecidos africanos 100% algodão que pode ser seu agora mesmo!!


Do tipo Estampado Dourado, é de uma beleza de tirar o fôlego e está prestes a ser vendido!! Pois é!! de qualquer forma, para conferir outras opções de tecidos, entre em contato! Em nossa página no facebook estão nosso telefones, endereço e você pode nos deixar uma mensagem:




"1. A família – “aquela que ama e é amada” – não há modelo de família (há “famílias”), aquela que se une na África Ancestral e em suas divindades;

2. O protagonismo e o empoderamento das crianças – elas são a ancestralidade que retorna e o retorno que continua, o ciclo, a existência e resistência dos saberes ancestrais;

3. Antiguidade é posto – os que, legitimamente, vieram antes e aprenderam antes ensinam os que vieram depois e aprendem com eles também;

4. Ninguém é uma ilha ou “a faca não corta o cabo” – as pessoas não se bastam, elas são parte de algo, constituem um corpo, são parte do todo, precisam do capo e de cabos, são criaturas e sabem que não podem mudar o que fora criado por aqueles que vieram antes;

5. A “materialidade” não é um valor – o visível, a materialidade, o poder de ter não são os principais valores das Tradições de Matriz Africana;

6. “Ser, sendo” – o gerúndio é praticado e o tempo respeitado, tudo em seu tempo, o tempo dirá, espere o tempo: o tempo do corpo, o tempo da mente, o tempo da natureza, o tempo ancestral, o tempo dos ajustes e do “ser, sendo”, o tempo de se “descontaminar”, de se “despatologizar” da colonialidade do ocidente e da necessidade de controle, o tempo de voltar a ser “ar”;

7. O tempo – Ele é um valor e uma divindade ancestral – Ele sempre deve ser respeitado;

8. As boas palavras – as Tradições de Matriz Africana são o lugar da prática das boas palavras e o lugar das palavras, a palavra tem axé e não deve ser desperdiçada ou tratada como algo inferior. Nas Tradições de Matriz Africana, a palavra não é jogada ao lixo e sempre deve ser utilizada para promover a união da família, bem como para ensinar e aprender..."
(Texto dos Babalorixás Hendrix Silveira e Sidnei Nogueira)

Por hoje é só pessoal, mas continuaremos esse assunto em postagens mais a frente. E vamos fazer os princípios de nossa religião, de nossos ancestrais e nossos queridos Orixás!

Um sábado iluminado para vocês!!! :-*

sexta-feira, 18 de março de 2016

Ainda sobre o Acaça - um pouco de História...

Bom dia pessoas queridas!!!


Vamos finalizar a nossa conversa sobre a sagrada comida chamada Acaçá, relatando um texto muito interessante e histórico sobre a mesma.

Vale a pena saber mais sobre aquilo que faz parte de nós, mas não vamos esquecer de reparar, também, na beleza do nosso tecido africano 100% algodão que está á disposição em nossa loja, mas não por muito tempo!


Do tipo Estampado, possui 1,50m/ 5,20m e pode ser adquirido com cartão de crédito ou à vista! Não perca mais tempo e garanta já o seu. segue o link da página onde você encontra nossos telefones e endereço:


"O tempo do acaçá.


Comida simples, humilde, benfazeja, o acaçá já teve o seu merecido castigo culinário. Era no tempo em que se comia por comer, comia-se por necessidade do organismo, sem influência de publicidade ou indicações dietéticas de nutricionistas improvisados. Viveu em paz e santidade, confortando toda sorte de pessoas.

O acaçá era merenda de menino dengoso ou enfermiço, complemento elementar de gente grande anêmica ou de crianças perebentas pelo acumulo de "sangue novo", espécie de refrigerante para cidadãos encalorados, alimento obrigatório para as mães que precisavam de amamentar os seus filhos, acompanhamento indispensável para certas comidas de azeite. Quem comeu caruru ou efó com acaçá, dificilmente se terá esquecido da delícia do gosto.

O acaçá servia para tudo. Podia ser comido puro, semi-protegido pelas folhas que o envolviam, as colheradas "molhadas" no açúcar. Batido com açúcar e dissolvido em água ou leite, quente ou frio, transformava-se em bebida das melhores. Acaçá, o eterno acaçá das merendas de 10 e 15 horas, tinha seu prestígio firmado e gozava de preferências gerais.

A receita para o acaçá era e é das mais primárias. Não sofreu interferências ou adições por não haver cabimento. A maneira básica de preparo foi e ainda é a mesma que Manuel Querino colheu e registrou. "Deita-se o milho com água em vaso bem limpo, isento de quaisquer resíduos, até que se lhe altere a consistência. Nestas condições rala-se na pedra, passa-se numa peneira ou urupema e, ao cabo de algum tempo, a massa fina adere ao fundo do vaso, pois, nesse processo, se faz uso de água para facilitar a operação. Escoa-se a água, deita-se a massa no fogo com outra água, até cozinhar no ponto grosso. Depois, com uma colher de madeira, com que é revolvida no fogo, retiram-se pequenas porções que são envolvidas em folhas de bananeira, depois de ligeiramente aquecidas ao fogo."

Tudo fácil, sem precisão de aparelhagens especiais! A exclamação talvez tivesse cabimento agora que há liquidificador, fogão a gás e outras maravilhas para o trabalho no lar. Não para quem fizesse acaçá ralando milho na pedra, técnica hoje usada apenas nos candomblés ou nas comidas de preceito. 

Há quem faça agora acaçá com milho comprado já triturado por processos mecânicos de alta velocidade nas rotações. Mas quem foi que disse que o sabor dá no mesmo?

O acaçá era em geral feito e vendido por mulher. Uma receita simples, como a que foi transcrita, como rendia e tomava tempo quando da sua execução! Primeiro descascar as espigas de milho, debulhar os grãos, limpar todos os cabelos ou barbas do sabugo. Em seguida lavar cuidadosamente, escolhendo os caroços, retirando os carunchos, até não haver vestígios de impurezas. Lembre-se, leitor, que não havia água encanada, nem torneira. Era uma série de potes e gamelas que funcionava.
Depois de tudo lavado, o milho posto de molho para amolecer, a mulher apanhava as palhas, varria o chão, enxugava o que estivesse molhado naquele jeito asseado que era comum nas negras. Negras sim, porcas nunca - diziam com orgulho. Mesmo quando envergavam uma roupa velha e enodoada e marchavam para o mato à cata de folhas de bananeira. As mais afortunadas tinham chuchos. As outras, que não tinham posses para tais luxos, amarravam uma faca amolada na ponta de uma varinha e tudo se resolvia. Tirar folhas de bananeiras era cansativo, dependendo a boa ou má qualidade da bananeira, da chuva e da ventania do local. Folha de bananeira prata não servia para grande coisa: grossa, pouco flexível, quebradiça, esfiapando com facilidade. Um dia num sítio, no outro sabe-se onde, a rotina da apanha das folhas era a mesma. Cortadas as folhas, decepados os "talos", levadas para casa em rolos, eram selecionadas e passadas ao fogo, esfregadas com pano seco e cortadas em tamanhos padrões.

O acaçá só podia ser feito quando o milho mostrava sinal de fermentação. Escorrida a água, triturados os grãos na pedra ou pilão, passado tudo na peneira, esperar que o pó assentasse a única demora. Mas você que me lê sabe o que é cozinhar milho em pó, meia hora, uma hora, lutando com várias tarefas? Por lenha ou carvão para alimentar o fogo, abanar as brasas, mexer a panela sem parar desde o momento em que ia para o lume até quando o "ponto" atingia o desejado?

Para o acaçá ficar lustroso, vidrado, sem bolotas, trêmulo e consistente, elástico nos movimentos, nada friável, era preciso cozer com bastante água, sempre com o cuidado de não deixar ficar duro como angu de consistência grosseira. Para o acaçá ficar uma finura requeria uma hora de mexe-mexe, muito suor, braços ardendo, algumas queimaduras de praxe. Pronto afinal, ainda havia o serviço de embrulhar em pequenas porções, ainda quente, nas folhas da bananeira. Dez, cinqüenta, cem, duzentos acaçás numa tachada ou panelada. Ai o que restava era sair para vender, andando quilômetros, subindo ladeiras, subindo escadas de sobrados altos para vender um acaçá por dez réis, depois um vintém, três vinténs, tostão, cinco tostões, cinco mil réis. Em trinta anos de vendagem, a mulher do acaçá contou o tempo pelo preço que a mercadoria foi alcançando. Qual o preço atual?

Dos cinco mil réis por um acaçá para cá, a sorte da mulher do acaçá mudou. A freguesia rareou. Os meninos não queriam beber acaçá na merenda, fascinados pelas cantinas escolares e as merendeiras com chocolates vitaminados e aromatizados; os doentes sob novas orientações dietéticas também refugaram o acaçá. As mulheres cismaram que acaçá engordava, enquanto as que tinham bebês se recusavam a amamentar. Os refrigerantes gasosos chegaram para oferecer uma sensação que o acaçá não podia fornecer. Assim a clássica mulher do acaçá sumiu, e o acaçá propriamente dito se tornou quase um clandestino em alguns raros bares conservadores, achando acolhida ainda apenas nos candomblés e nos preceitos.

Acaçás de milho vermelho, de arroz, acaçás cozidos no leite de coco levemente adoçados, todos eles viraram folclore. Enquanto eles agonizam, os antigos comedores e bebedores de acaçás discutem se eles devem ser escritos com c cedilhado ou s dobrado. Acassá ou acaçá? Discutem se é de origem africana mesmo ou se tem alguma coisinha de herança tupiniquim. O que é certo é que o acaçá já teve o seu tempo."
(Viana, Hildegardes. "O tempo do acaçá". A Tarde. Salvador, 08 de novembro de 1971)

Muito bom!!! Uma aula de história através de uma simples comida que para nós é sagrada e já foi muito comum!

Nos proporciona motivos para reflexões, não é mesmo?! É isso pessoal, amanhã iniciamos um novo assunto!


Que os Orixás abençoem a todos!