Bom dia queridos e queridas!!!!!
Hoje vamos conversar sobre um dos mitos de Irôko, ok?!
No começo dos tempos, as primeiras árvores plantadas foram
os Irôkos. Na mais velha delas, morava seu espírito e ele era capaz de muitas mágicas e magias.
Irôko divertia-se assombrando os outros. À noite, saia com
uma tocha na mão, assustando os caçadores e, quando não tinha o que fazer, ficava a brincar com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco.
Como fazia muitas mágicas, todos temiam a ele e a seus poderes, mesmo porque, quem o olhasse nos olhos, enlouquecia até a
morte.
Numa certa época, logo após a grande guerra das trevas,
nenhuma das mulheres das aldeias engravidava,já não havia crianças pequenas no
povoado e todos estavam desesperados. Foi então, que as mulheres tiveram a ideia de recorrer aos
mágicos poderes de Irôko, assim, juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada,
tendo o cuidado de manter as costas voltadas para o tronco - não ousavam olhar
para a grande planta face a face - e suplicaram ao espírito da árvore que lhes
dessem filhos.
Já esperto e ligeiro ao lidar com o espírito humano, Irôko
quis logo saber o que ganharia em troca. Sendo, em sua maioria, esposas
de lavradores, prometeram-no o que os respectivos maridos tinham a oferecer no momento: milho,
inhame, frutas etc.
Uma das suplicantes, chamada Olurombi, era mulher de entalhador e ele marido não tinha nada daquilo para oferecer. Sem saber o que fazer, e no desespero, prometeu dar a Irôko o primeiro filho que
tivesse.
Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitos
recém-nascidos. As jovens mães, felizes e gratas, foram levar as
prendas prometidas e depositaram suas oferendas em torno do tronco. Assim Irôko
recebeu milho, inhame, frutas, etc.
Olurombi contou toda a história ao marido, mas não pôde
cumprir sua promessa. Ambos, naturalmente, apegaram-se demais ao
menino prometido, sendo assim, no dia da oferenda, ela ficou de longe temerosa, segurando nos
braços trêmulos, o filhinho tão querido.
O tempo passou… Olurombi
mantinha a criança longe da árvore e, assim, o menino crescia forte e sadio.
Entretanto, em um belo dia ao vir do mercado, ela passava pelas imediações de Irôko,
entretida que estava, quando, no meio da estrada e bem na sua
frente, saltou o temível espírito da árvore.
Ele disse: Tu me prometeste o menino e não cumpriste a
palavra dada. Transformo-te, então, num pássaro, para que vivas sempre
aprisionada em minha copa.
E transformou-a em um pássaro que voou para a copa de
Irôko para ali viver para sempre.
O entalhador a procurou,
em vão, por toda parte, mantendo o menino em casa, longe de todos.
Ao passar perto da árvore, era possível ouvir um pássaro que
cantava o nome de cada oferenda feita a Irôko e, um dia, foi o próprio artesão
que escutou o tal pássaro, que cantava:
“A que prometeu frutas trouxe as frutas. A que prometeu
inhames trouxe os inhames. A que prometeu milho deu o milho. Só não cumpriu a
palavra a que prometeu o filho.”
"Sim, só pode ser Olurombi, enfeitiçada por Irôko", ele
pensou.
Ele tinha que salvar sua mulher! Mas como, se amava tanto
seu pequeno filho?
Pensou, pensou e pensou até que teve uma grande ideia! Foi à
floresta, escolheu o mais belo lenho de Irôko, levou-o para casa e começou a
entalhar. Da madeira entalhada fez uma cópia do rebento, com os doces traços do filho, sempre alegre, sempre sorridente - o mais perfeito boneco
que jamais havia esculpido. Após polir, pintou o boneco com esmero, preparando-o com
a água perfumada de ervas sagradas e vestiu a figura de pau com as melhores
roupas do menino, enfeitando com ricas jóias de família e raros adornos.
Quando pronto, ele levou o menino de pau para o espírito da árvore sagrada e o depositou aos pés da mesma.
Irôko gostou muito do presente. Era o menino que ele tanto
esperava! E o menino sorria sempre, passando a sensação de alegria. Ele apreciou o fato de que ele jamais se assustava quando seus olhos
se cruzavam, não fugia dele como os demais mortais, não gritava de pavor e nem
lhe dava as costas com medo de o olhar de frente.
Ele estava feliz e embalando a criança, seu pequeno menino
de pau, batia os pés no chão e cantava animadamente.
Tendo sido paga, enfim, a antiga promessa, Olurombi retornou à forma de mulher e, aliviada e feliz, voltou para casa, para
o marido artesão e seu filho, já crescido e enfim libertado da promessa.
Alguns dias depois, os três levaram para Irôko muitas
oferendas como espigas de milho, inhame, frutas, laços de tecido de estampas
coloridas para adornar o tronco da árvore. Eram presentes oferecidos por todos
os membros da aldeia, felizes e contentes com o retorno de Olurombi.
Até hoje todos levam oferendas a Irôko, porque ele dá o que as pessoas pedem.
E todos dão para ele o prometido, senão...
E então, gostaram? Você tem algo a acrescentar? Pode fazer um comentário! É bom que movimenta nossa comunidade ainda mais!
Como sabemos, abaixo, estão algumas opções de tecidos africanos verdadeiros que podem ser usados na confecção das vestimentas sagradas deste Orixá. E você pode adquirir fazendo sua encomenda enquanto há tempo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário