terça-feira, 3 de novembro de 2015

Irôko e a promessa não cumprida.

Bom dia queridos e queridas!!!!!

Hoje vamos conversar sobre um dos mitos de Irôko, ok?!

No começo dos tempos, as primeiras árvores plantadas foram os Irôkos. Na mais velha delas, morava seu espírito e ele era capaz de muitas mágicas e magias.

Irôko divertia-se assombrando os outros. À noite, saia com uma tocha na mão, assustando os caçadores e, quando não tinha o que fazer, ficava a brincar com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco.


Como fazia muitas mágicas, todos temiam a ele e a seus poderes, mesmo porque, quem o olhasse nos olhos, enlouquecia até a morte.

Numa certa época, logo após a grande guerra das trevas, nenhuma das mulheres das aldeias engravidava,já não havia crianças pequenas no povoado e todos estavam desesperados. Foi então, que as mulheres tiveram a ideia de recorrer aos mágicos poderes de Irôko, assim, juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada, tendo o cuidado de manter as costas voltadas para o tronco - não ousavam olhar para a grande planta face a face - e suplicaram ao espírito da árvore que lhes dessem filhos.

Já esperto e ligeiro ao lidar com o espírito humano, Irôko quis logo saber o que ganharia em troca. Sendo, em sua maioria, esposas de lavradores, prometeram-no o que os respectivos maridos tinham a oferecer no momento: milho, inhame, frutas etc.

Uma das suplicantes, chamada Olurombi, era mulher de entalhador e ele marido não tinha nada daquilo para oferecer. Sem saber o que fazer, e no desespero, prometeu dar a Irôko o primeiro filho que tivesse.

Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitos recém-nascidos. As jovens mães, felizes e gratas, foram levar as prendas prometidas e depositaram suas oferendas em torno do tronco. Assim Irôko recebeu milho, inhame, frutas, etc.

Olurombi contou toda a história ao marido, mas não pôde cumprir sua promessa. Ambos, naturalmente, apegaram-se demais ao menino prometido, sendo assim, no dia da oferenda, ela ficou de longe temerosa, segurando nos braços trêmulos, o filhinho tão querido.

O tempo passou… Olurombi mantinha a criança longe da árvore e, assim, o menino crescia forte e sadio.
Entretanto, em um belo dia ao vir do mercado, ela passava pelas imediações de Irôko, entretida que estava, quando, no meio da estrada e bem na sua frente, saltou o temível espírito da árvore.

Ele disse: Tu me prometeste o menino e não cumpriste a palavra dada. Transformo-te, então, num pássaro, para que vivas sempre aprisionada em minha copa.
E transformou-a em um pássaro que voou para a copa de Irôko para ali viver para sempre.

O entalhador a procurou, em vão, por toda parte, mantendo o menino em casa, longe de todos.

Ao passar perto da árvore, era possível ouvir um pássaro que cantava o nome de cada oferenda feita a Irôko e, um dia, foi o próprio artesão que escutou o tal pássaro, que cantava:

“A que prometeu frutas trouxe as frutas. A que prometeu inhames trouxe os inhames. A que prometeu milho deu o milho. Só não cumpriu a palavra a que prometeu o filho.”

"Sim, só pode ser Olurombi, enfeitiçada por Irôko", ele pensou.

Ele tinha que salvar sua mulher! Mas como, se amava tanto seu pequeno filho? 

Pensou, pensou e pensou até que teve uma grande ideia! Foi à floresta, escolheu o mais belo lenho de Irôko, levou-o para casa e começou a entalhar. Da madeira entalhada fez uma cópia do rebento, com os doces traços do filho, sempre alegre, sempre sorridente - o mais perfeito boneco que jamais havia esculpido. Após polir, pintou o boneco com esmero, preparando-o com a água perfumada de ervas sagradas e vestiu a figura de pau com as melhores roupas do menino, enfeitando com ricas jóias de família e raros adornos. Quando pronto, ele levou o menino de pau para o espírito da árvore sagrada e o depositou aos pés da mesma.

Irôko gostou muito do presente. Era o menino que ele tanto esperava! E o menino sorria sempre, passando a sensação de alegria. Ele apreciou o fato de que ele jamais se assustava quando seus olhos se cruzavam, não fugia dele como os demais mortais, não gritava de pavor e nem lhe dava as costas com medo de o olhar de frente.
Ele estava feliz e embalando a criança, seu pequeno menino de pau, batia os pés no chão e cantava animadamente.

Tendo sido paga, enfim, a antiga promessa, Olurombi retornou à forma de mulher e, aliviada e feliz, voltou para casa, para o marido artesão e seu filho, já crescido e enfim libertado da promessa.

Alguns dias depois, os três levaram para Irôko muitas oferendas como espigas de milho, inhame, frutas, laços de tecido de estampas coloridas para adornar o tronco da árvore. Eram presentes oferecidos por todos os membros da aldeia, felizes e contentes com o retorno de Olurombi.

Até hoje todos levam oferendas a Irôko, porque ele dá o que as pessoas pedem.

E todos dão para ele o prometido, senão...

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Mais uma vez, obrigada pela agradável presença e até amanhã!!!

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