Bom dia comunidade querida!!!
Como todos sabemos Xangô é o senhor da justiça, um guerreiro valente e, por muitas vezes, violento e impetuoso. Xangô é o único Orixá que viveu, de fato, como humano e foi divinizado após sua partida ao outro mundo.
Ele teria sido o terceiro
Aláàfìn Òyó (Rei de Oyó), filho de Oranyan - mais famoso rei da nação yorubá, rei de Ifé e fundador da cidade de Oyó - e Torosi - filha de
Elempé, rei dos tapás, que havia firmado uma aliança com Oranyan.
O senhor da justiça cresceu no país de sua mãe e, mais tarde, instalou-se em Kòso (Kossô), onde, inicialmente, os habitantes não o aceitam por causa de seu caráter violento e imperioso, mas rendem-se à sua força posteriormente.
Em seguida, acompanhado pelo
seu povo, dirigiu-se para Oyó, onde estabeleceu um bairro com o mesmo nome do reino anterior, conservando assim, seu título de Oba Kòso, que, com o passar do tempo,
veio a fazer parte de seus oríkì (rezas).
Dadá-Ajaká*, filho mais velho de Oranyan e irmão co-sanguíneo
de Xangô, reinava em Oyó. Ele amava as
crianças, a beleza das artes e possuía caráter calmo e pacífico, lhe faltando a
energia exigida de um verdadeiro chefe dessa época, sendo assim, seu irmão mais novo o
destronou e ele exilou- se na cidade de Igboho durante os sete anos do reinado daquele. Teve que se contentar, então, em usar uma coroa feita de
búzios, chamada adé debaàyàni.
Depois que Xangô deixou Oyó, Dadá-Ajaká voltou a
reinar, entretanto, em contraste com a primeira vez, ele se mostrou valente guerreiro,
voltando-se contra os parentes da família materna do irmão, atacando os tapás.
Há quem diga que haviam dois Xangôs de origens
diferentes: o mais velho seria Sàngó-Tápà, de origem nupê (um outro nome para tapás) e tendo o
carneiro como símbolo e o mais novo
seria Sàngó-Mési, de origem borgu (bariba), representado por
um guerreiro montado a cavalo. Porém, parece ter sido uma má interpretação de informações, pois, se seu Sàngó-Tápà corresponde ao terceiro Aláàfìn Oyo, nascido em
território tapá, Sàngó-Mési pertencia a uma época posterior ao seu reino.
Um possível razão para o
erro em questão é o fato de que existiam os Oyo Mési, os sete conselheiros principais
de Aláàfìn Oyo ("fazedores de reis"), e, por outro lado, que o povo de Oyó tornou-se famoso por sua
cavalaria, organizada quatro reinos depois de Ajaká, na época do Aláàfìn Onìgbogi, o que não, impediu, que suas tropas fossem batidas pelos tapas, com os quais as relações estavam tensas desde a "morte" de Xangô.
Aláàfìn Onìgbogi teve que fugir para Gberê, em território bariba, onde ficou em
exílio, assim como, seu sucessor. Mais tarde, quatro outros reis sucessivos
viveram em Igboho, perto do território bariba.
Esse acontecimentos históricos, posteriores ao reinado de
Xangô, puderam fazer crer na existência de um Sàngó-Mési-Bariba, quando, na
realidade, tratava-se de três sucessores em exílio.
*Dadá é o nome dado pelos iorubas às crianças cujos cabelos crescem em tufos que se frisam separadamente.
Esse é um resumo da história para já termos uma ideia a respeito, mas voltaremos neste assunto mais à frente, assim, entraremos em maiores detalhes, mas já com alguma ideia sobre o assunto.
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