segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Omolu/ Obaluaiê - Lenda por Reginaldo Prandi

Olá pessoal!!!

Antes tarde do que nunca, não é mesmo?!

Hoje vamos conversar mais uma vez sobre o curandeiro? Você sabe quem ele é, não é mesmo?! Se não, nos acompanhe e, se sim, vamos conferir a lenda descrita por Prandi na íntegra em seu livro "A Mitologia dos Orixás"!!


"Quando Omolu era um menino de uns doze anos, saiu de casa e foi para o mundo para fazer a vida. 

De cidade em cidade, de vila em vila, ele ia oferecendo seus serviços, procurando emprego. Mas Omolu não conseguia nada. Ninguém lhe dava o que fazer, ninguém o empregava, e ele teve que pedir esmola. Mas ao menino ninguém dava nada, nem do que comer, nem do que beber. 

Tinha um cachorro que o acompanhava e só. Omolu e seu cachorro retiraram-se no mato e foram viver com as cobras. 

Omolu comia o que a mata dava: frutas, folhas e raízes. Mas os espinhos da floresta feriam o menino. As picadas de mosquitos cobriam-lhe o corpo. Omolu ficou coberto de chagas. Só o cachorro confortava Omolu, lambendo-lhe as feridas. 

Um dia, quando dormia, Omolu escutou uma voz:
- Estás pronto. Levanta e vai cuidar do povo.

Omolu viu que todas as feridas estavam cicatrizadas. Não tinha dores nem febre. Omolu juntou as cabacinhas, os atos, onde guardava água e remédios que aprendera a usar com a floresta, agradeceu a Olorum e partiu.

Naquele tempo uma peste infestava a Terra. Por todo lado estava morrendo gente, todas as aldeias enterravam seus mortos. 

Os pais de Omolu foram ao babalaô e ele disse que Omolu estava vivo e que ele traria a cura para a peste. 

Todo lugar aonde chegava, a fama precedia Omolu. Todos esperavam-no com festa, pois ele curava. Os que antes lhe negaram até mesmo água de beber agora imploravam por sua cura. 

Ele curava a todos, afastava a peste. Então dizia que se protegessem, levando na mão uma folha de dracena, o peregum, e pintando a cabeça com efum, ossum e uági, os pós branco, vermelho e azul usados nos rituais e encantamentos. Curava os doentes e com o xaxará varria a peste para fora da casa, para que a praga não pegasse outras pessoas da família. Limpava as casas e aldeias com a mágica vassoura de fibras de coqueiro, seu instrumento de cura, seu símbolo, seu cetro, o xaxará.

Quando chegou em casa, Omolu curou os pais e todos estavam felizes. Todos cantavam e louvavam o curandeiro e todos o chamaram de Obaluaê, todos davam vivas ao Senhor da Terra, Obaluaê."

Seguem, mais uma vez, os tecidos africanos verdadeiros que podem ser utilizados na confecção das vestimentas de Orixá curandeiro para que possam fazer a encomenda de vocês, já garantindo, pelo menos, um.

Alguns tecidos também poderão ser adquiridos no Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu a ser realizados nos dias 12 e 13/12 no Rio de Janeiro! Para participar basta fazer sua inscrição através de e-mail ou facebook enviando seu nome, telefone, e-mail e dia de comparecimento.

Se você tem interesse nos tecidos e/ou Richelieu, não perca mais tempo e faça a sua encomenda agora mesmo através de:
E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/tudosobreorixastecidoafricanobordado



Obrigada pela presença e até amanhã!

domingo, 29 de novembro de 2015

Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu

Olá comunidade querida!!!

Como vão todos???

Vocês estão lembrados do nosso post sobre tecidos africanos?? Não? Vocês podem conferir no link:


Pois então, é disso que conversaremos um pouco hoje...


Vocês estão lembrados que o Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu está chegando???

Pois é!!

Será nos dias 12 e 13/12!!! Isso significa que, mesmo que você tenha algum compromisso inadiável no sábado, por exemplo, trabalho, você ainda tem a oportunidade de comparecer no domingo!!!


Será um encontro para expor nossos tecidos, tomar um café juntos (as), conversar um pouco mais sobre essa cultura maravilhosa e te oferecer a oportunidade de adquirir um ou mais para você!



Ou seja, você terá a oportunidade de conferir os tecidos feitos através das técnicas mencionadas no post do link acima e ainda, poderá adquirir uma dessas maravilhas!



Vale lembrar que a quantidade é limitada, desta forma, o quanto antes vocês confirmar sua presença, melhor, pois guardamos sua vaga.



Você precisa conferir! Cada tecido mais lindo que o outro!!!!

Inscrições deverão ser feitas pela página do evento no facebook, através de mensagem na nossa página ou por e-mail. Para tal basta nos enviar, nome completo, telefone e e-mail e guardaremos sua vaga! ;-)


Se você tem interesse em participar do evento, não perca mais tempo e faça a sua inscrição agora mesmo através de:
E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/tudosobreorixastecidoafricanobordado

Evento





Aguardo a sua inscrição e a sua presença!!! Até lá! ;-)

sábado, 28 de novembro de 2015

Iemanjá - Lenda por Reginaldo Prandi

Comunidade querida do meu coração!!! Uma boa tarde a todos!!!!

Neste sábado maravilhoso, vamos conversar sobre a lenda de Iemanjá descrita por Reginaldo Prandi em seu livro e que fala sobre  sobre a criação do mundo.

Você já conhece??? É uma lenda bem bonita que traz bastante magia desse cenário de mistério e beleza que é a religião africana.

Vamos ingressar nessa viagem?


"Olodumare-Olofin vivia só no Infinito, cercado apenas de fogo, chamas e vapores, onde quase nem podia caminhar.

cansado de seu universo tenebroso, cansado de não ter com quem falar, cansado de não ter com quem brigar, decidiu pôr fim àquela situação. Libertou as suas forças e a violência delas fez jorrar uma tormenta de águas. As águas debateram-se com rochas que nasciam e abriram no chão profundas e grandes cavidades.

A água encheu as fendas ocas, fazendo-se os mares e os oceanos, em cujas profundezas Olocum foi habitar. Do que sobrou da inundação de fez a terra.

Na superfície do mar, junto à terra, ali tomou seu reino Iemanjá, com suas algas e estrelas do mar, peixeis, corais, conchas, madrepérolas. Ali nasceu Iemanjá em prata e azul, coroada pelo arco-íris Oxumarê.

Olodumare e Iemanjá, a mãe dos Orixás, dominaram o fogo no fundo da Terra e o entregaram ao poder de Aganju, o mestre dos vulcões por onde ainda respira o fogo aprisionado.

O fogo que se consumia na superfíce do mundo eles apagaram e com suas cinzas Orixá Ocô fertilizou os campos, propiciando o nascimento das ervas, frutos, árvores, bosques, florestas, que foram dados aos cuidados de Ossaim.

Nos lugares onde as cinzas foram escassas, nasceram os pântanos e nos pântanos, a peste, que foi doada pela mãe dos Orixás ao filho Omulu.

Iemanjá encantou-se com a Terra e a enfeitou com rios, cascatas e lagoas. Assim surgiu Oxum, dona das águas doces.

Quando tudo estava feito e cada natureza se encontrava na posse de um dos filhos de Iemanjá, Obatalá, respondendo diretamente às ordens de Olorum, criou o ser humano. E o ser humano povoou a Terra. E os Orixás pelos humanos foram celebrados."

Sendo hoje o dia da mãe de quase todos os Orixás citados na lenda acima, postamos, abaixo, os tecidos africanos verdadeiros ideais para confecção das roupas sagradas de Iemanjá.

O que você achou dos tecidos? Algum te interessou? Então aproveite e faça sua encomenda agora mesmo.

Alguns tecidos também poderão ser adquiridos no Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu a ser realizados nos dias 12 e 13/12 no Rio de Janeiro! Para participar basta fazer sua inscrição através de e-mail ou facebook enviando seu nome, telefone, e-mail e dia de comparecimento.

Se você tem interesse nos tecidos e/ou Richelieu, não perca mais tempo e faça a sua encomenda agora mesmo através de:
E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
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Adorei mais essa conversa com vocês queridos e queridas!!! Ótimo sábado e até amanhã!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Oxalufã - Lenda por Pierre Verger

Olá, olá comunidade mais que querida!

Em mais um dia de branco, vamos falar sobre o senhor do branco descrevendo a lenda na íntegra retirada do livro de Verger.

A lenda conta, nada mais , nada menos, que a história as Águas de Oxalá, a qual já descrevemos detalhadamente em posts anteriores. Você pode lembrar-se deles clicando nos links abaixo:


Que tal conferir, também, a lenda?

Êpa Baba!

"Oxalufã era o rei de Ilu-ayê, a terra dos ancestrais, na longínqua África. Ele estava muito velho, curvado pela idade e andava com dificuldade, apoiado num grande cajado, chamado opaxorô.

Um dia, Oxalufã decidiu viajar em visita a.seu velho amigo Xangô, rei de Oyó. Antes de partir, Oxalufã consultou um babalaô, o adivinho, perguntando-lhe se tudo ia correr bem e se a viagem seria feliz. O babalaô respondeu-lhe:
- Não faça esta viagem! Ela será cheia de incidentes desagradáveis e acabará mal.

Mas, Oxalufã tinha um temperamento obstinado, quando fazia um projeto, nunca renunciava. Disse, então, ao babalaô:
- Decidi fazer esta viagem e eu a farei, aconteça o que acontecer!

Oxalufã perguntou ainda ao babalaô, se oferendas e sacrifícios melhorariam as coisas. Este respondeu-lhe:
- Qualquer que sejam suas oferendas, a viagem será desastrosa.

E fez ainda algumas recomendações:
- Se você não quiser perder a vida durante a viagem, deverá aceitar fazer tudo que lhe pedirem. Você não deverá queixar-se das tristes conseqüências que advirão. Será necessário que você leve três panos brancos. Será necessário que você leve, também, sabão e limo da costa.

Oxalufã partiu, então, lentamente, apoiado no seu opaxorô. Ao cabo de algum tempo, ele encontra Exu Elepô, Exu (dono do azeite de dendê). Exu estava sentado à beira da estrada, com um grande pote cheio de dendê.
- Ah! Bom dia Oxalufã, como vai a família?
- Oh! Bom dia Exu Elepô, como vai também a sua?
- Ah! Oxalufã, ajude-me a colocar este pote no ombro.
- Sim, Exu, sim, sim, com prazer e logo.

Mas, de repente, Exu Elepô virou o pote sobre Oxalufã. Oxalufã, seguindo os conselhos do babalaô, ficou calmo e nada reclamou. Foi limpar-se no rio mais próximo. Passou o limo da costa sobre o corpo e vestiu-se com um novo pano; aquele que usava ficou perto do rio, como oferenda.

Oxalufã retomou a estrada, andando com lentidão, apoiado no seu opaxorô. Duas vezes mais ele encontrou-se com Exu. Uma vez, com Exu Onidú, Exu (dono do carvão); Outra vez, com Exu Aladi, Exu (dono do óleo do caroço de dendê). Duas vezes mais, Oxalufã foi vítima das armadilhas de Exu,
ambas semelhantes à primeira. Duas vezes mais, Oxalufã sujeitou-se às conseqüências. Exu divertiu-se às custas dele, sem que, contudo, conseguisse tirar-lhe a calma.

Oxalufã trocou, assim, seus últimos panos, deixando na margem do rio os que usava, como oferendas. E continuou corajosamente seu caminho, apoiado em seu opaxorô, até que passou a fronteira do reino de seu amigo Xangô.

Kawo Kabiyesi, Sango, Alafin Oyó, Alayeluwa! (Saudemos Xangô, Senhor do Palácio de Oyó, Senhor dó Mundo!)

Logo, Oxalufã avistou um cavalo perdido que pertencia a Xangô. Ele conhecia o animal, pois havia sido ele que, há tempo, lho oferecera. Oxalufã tentou amansar o cavalo, mostrando-lhe uma espiga de milho, para amarrá-lo e devolvê-lo a Xangô. Neste instante, chegaram correndo os empregados do palácio. Eles estavam perseguindo o animal e gritaram:
- Olhem o ladrão de cavalo! Miserável, imprestável, amigo do bem alheio! Como os tempos mudaram; roubar com esta idade!! Não há mais anciãos respeitáveis! Quem diria? Quem acreditaria?

Caíram todos sobre Oxalufã, cobrindo-o de pancadas. Eles o agarraram e arrastaram até a prisão. Oxalufã, lembrando-se das recomendações do babalaô, permaneceu quieto e nada disse. Ele não podia vingar-se.

Usou então dos seus poderes, do fundo da prisão. Não choveu mais, a colheita estava comprometida, o gado dizimado; as mulheres estéreis, as pessoas eram vitimadas por doenças terríveis. Durante sete anos o reino de Xangô foi devastado.

Xangô, por sua vez, consultou um babalaô, para saber a razão de toda aquela desgraça.

- Kabiyesi Xangô, - respondeu-lhe o babalaô, - tudo isto é conseqüência de um ato lastimável. Um velho sofre injustamente, preso há sete anos. Ele nunca se queixou, mas não pense no entanto... Eis a fonte de todas as desgraças!

Xangô fez vir diante dele o tal ancião.
- Ah! Mas vejam só!- gritou Xangô. - É você, Oxalufã! Êpa Baba! Exê ê! Absurdo! É inacreditável, vergonhoso, imperdoável!!! Ah! Você Oxalufã, na prisão! Êpa Baba!! Não posso acreditar e, ainda por cima, preso por meus próprios empregados!
- Hei! Todo vocês! Meus generais! Meus cavaleiros, meus eunucos, meus músicos! Meus mensageiros e chefes de cavalaria! Meus caçadores! Minhas mulheres, as yabás! Hei! Povo de Oyó! Todos e todas, vesti-vos de branco em respeito ao rei que veste branco! Todos e todas, guardai o silêncio em sinal de arrependimento! Todos e todas, vão buscar água no rio! É preciso lavar Oxalufã! Êpa Baba! Êpa, Êpa!
- É preciso que ele no perdoe a ofensa que lhe foi feita!!

Este episódio da vida de Oxalufã é comemorado, a cada ano, em todos os terreiros de candomblé da Bahia, no dia das "Águas de Oxalá" quando todo mundo veste-se de branco e vai buscar água em silêncio, para lavar os axés, objetos sagrados de Oxalá. Também, com a mesma intenção, todos os anos, numa quinta-feira, uma multidão lava o chão da basílica dedicada ao Senhor do Bonfim que,
para os descendentes de africanos dos outro tempos e seus descendentes de hoje, é Oxalufã.

Êpa, Êpa Baba!!!"

Como vocês podem ver não há muita diferença entre toda a história que relatamos durante os posts "Águas de Oxalá" e a lenda descrita por Verger em seu livro, sendo assim, vocês já conhecem, mas sempre vale a pena saber mais sobre as diferentes descrições.

E, após essa conversa, mostro à vocês os tecidos africanos verdadeiros que podem ser utilizados na confecção das vestimentas de Oxalá para que possam fazer a encomenda de vocês, já garantindo, pelo menos, um.

Alguns tecidos também poderão ser adquiridos no Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu a ser realizados nos dias 12 e 13/12 no Rio de Janeiro! Para participar basta fazer sua inscrição através de e-mail ou facebook enviando seu nome, telefone, e-mail e dia de comparecimento.

Se você tem interesse nos tecidos e/ou Richelieu, não perca mais tempo e faça a sua encomenda agora mesmo através de:
E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
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Desde já desejo um ótimo final de semana e até amanhã!!!

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Oxóssi - Lenda por Pierre Verger

Olá amigos e amigas!!!!

Quinta-feira é dia Oxóssi, não é mesmo?!

Portanto vamos conversar, hoje, sobre a lenda deste orixá descrita no livro de Verger. Você sabia que esse não era seu nome?

Sabia ainda que O senhor da caça se tornou rico por causa de uma façanha do destino e de sua mãe?

Se não, vamos descobrir?! E se sim, o que acha de relembrar a lenda?

Okê!

"Olofin era um rei africano da terra de Ifé, lugar de origem de todos os iorubas.

Cada ano, na época da colheita, Olofin comemorava, em seu reino, a Festa dos Inhames. Ninguém no país podia comer dos novos inhames antes da festa. Chegado o dia, o rei instalava-e no pátio.do seu palácio. Suas mulheres sentavam-se à sua direita, seus ministros sentavam-se à sua esquerda, seus escravos sentavam-se atrás dele, agitando leques e espanta-moscas, e os tambores soavam para saudá-lo. As pessoas reunidas comiam inhame pilado e bebiam vinho de palma. Elas comemoravam e brincavam.

De repente, um enorme pássaro voou sobre a festa. O pássaro voava à direita e voava à esquerda ... Até que veio pousar sobre o teto do palácio. A estranha ave fora enviada pelas feiticeiras furiosas porque não foram também convidadas para a festa. O pássaro causava espanto a todos! Era tão grande que o rei pensou ser uma nuvem cobrindo a cidade. Sua asa direita cobria o lado esquerdo do palácio, sua asa esquerda cobria o lado direito do palácio, as penas do seu rabo varriam o quintal e sua cabeça, o portal da entrada. As pessoas assustadas comentavam:
- Ah! Que esquisita surpresa?
- Eh! De onde veio este desmancha-prazer?
- lh! O que veio fazer aqui?
- Oh! Bicho feio de dar dó!
- Uh! Sinistro que nem urubu!
- Como nos livraremos dele?
- Vamos, rápido, chamar os caçadores mais hábeis do reino.

De ldô, trouxeram Oxotogun, o "Caçador das vinte flechas". O rei lhe ordenou matar o pássaro com suas vinte flechas. Oxotogun afirmou:
- Que me cortem a cabeça se eu não o matar!

E lançou suas vinte flechas, mas nenhuma atingiu o enorme pássaro. O rei mandou prendê-lo.

De Morê, chegou Oxotogí, o "Caçador das quarenta flechas". O rei lhe ordenou matar o pássaro com suas quarenta flechas. Oxotogí afirmou:
- Que me condenem à morte, se eu não o matar!

E lançou suas quarenta flechas, mas nenhuma atingiu o pássaro. O rei mandou prendê-lo.

De Ilarê, apresentou-se Oxotadotá, o "Caçador das cinquenta flechas". Oxotodotá afirmou:
- Que exterminem toda a minha família, se eu não o matar.

Lançou suas cinquenta flechas e nenhuma atingiu o pássaro. O rei mandou prendê-lo.

De Iremã, chegou, finalmente, Oxotokanxoxô, o "Caçador de uma flecha só". O rei lhe ordenou matar o pássaro com sua única flecha. Oxotokanxoxô afirmou:
- Que me cortem em pedaços se eu não o matar!

Ouvindo isto, a mãe de Oxotokanxoxô, que não tinha outros filhos, foi rápido consultar um babalaô, o adivinho, e saber o que fazer para ajudar seu único filho.
- Ah! - disse-lhe o babalaô - Seu filho está a um passo da morte ou da riqueza. Faça uma oferenda e a morte tomar-se-á riqueza.

E ensinou-lhe como fazer uma oferenda que agradasse às feiticeiras. A mãe sacrificou, então, uma galinha, abrindo-lhe o peito, e foi, rápido, colocar na estrada, gritando três vezes:
- Que o peito do pássaro aceite este presente!

Foi no momento exato que Oxotokanxoxô atirava sua única flecha.

O feitiço pronunciado pela mãe do caçador chegou ao grande pássaro. Ele quis receber a oferenda e relaxou o encanto que o protegera até então. A flecha de Oxotokanxoxô o atingiu em pleno peito.
O pássaro caiu pesadamente, se debateu e morreu.

A notícia espalhou-se:
- Foi Oxotokanxoxô, o "Caçador de uma flecha só", que matou o pássaro! O Rei lhe fez uma promessa, se ele o conseguisse!
- Ele ganhará a metade da sua fortuna!
- Todas as riquezas do reino serão divididas ao meio, e uma metade será dada a Oxotokanxoxô!

Os três caçadores foram soltos da prisão e, como recompensa, Oxotogun, o "Caçador das vinte flechas", ofereceu a Oxotokanxoxô vinte sacos de búzios; Oxotogí, o "Caçador das quarenta flechas", ofereceu-lhe quarenta sacos; Oxotadotá, o "Caçador das cinquenta flechas", ofereceu-lhe cinquenta. E todos cantaram para Oxotokanxoxô. O babalaô, também, juntou-se a eles, cantando e batendo em seu agogô:
- Oxowusi! Oxowusi!! Oxowusi!!! (O caçador Oxo é popular!)

E assim é que Oxotokanxoxô foi chamado Oxowusi.
Oxowusi! Oxowui!! Oxowusi!!!"


Vocês já haviam escutado essa lenda? O que vocês acham? Nos dê sua opinião fazendo um comentário abaixo!

Aproveite para nos dar sua opinião sobre os maravilhoso tecidos africanos verdadeiros abaixo. Eles podem ser utilizados na confecção das vestimentas sagradas deste grande caçador.

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Aguardo vocês amanhã novamente!!!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Xangô - Lenda por Pierre Verger

Boa tarde amigos e amigas de nossa comunidade!!!!

Em algumas partes da lenda contada por Verger em seu livro vocês verão que existe, informações as quais já comentamos em outros posts, mas como a ideia é apresentar e conversar sobre a íntegra das lendas dos belíssimos Orixás, mudei apenas a formatação do texto.

Como todos sabem, Xangô é um Orixá de temperamento impetuoso. Entretanto é o rei da justiça, seu trabalho e seu reino têm de estar em conformidade com a dignidade. Por outro lado, a perda de seu poder foi devastadora para ele. É disto que trata esta lenda. Vamos conferir?

Kawo Kabiyesi le!

"Xangô era filho de Oranian, valoroso guerreiro, cujo corpo era preto à direita e branco à esquerda. Homem valente à direita, homem valente à esquerda. Homem valente em casa, homem valente na guerra.

Oranian foi o fundador do Reino de Oyó, na terra dos iorubas. Durante suas guerras, ele passava sempre por Empé, em território Tapá, também chamado Nupê. Elempê, o rei do lugar, fez uma aliança com Oranian e deu-lhe, também, sua filha em casamento. Desta união nasceu este filho vigoroso e forte, chamado Xangô.

Durante sua infância em Tapá, Xangô só pensava em encrenca. Encolerizava-se facilmente, era impaciente, adorava dar ordens e não tolerava reclamação. Xangô só gostava de brincadeira de guerra e de briga. Comandando os pivetes da cidade, ele ia roubar os frutos das árvores. Crescido, seu caráter valente o levou a partir em busca de aventuras gloriosas.

Xangô tinha um oxé - machado de duas lâminas; tinha, também, um saco de couro, pendurado no seu ombro esquerdo. Nele encontravam-se os elementos do seu poder ou axé: aquilo que ele engolia para cuspir fogo e amedrontar, assim, seus adversários, e a pedra de raio com as quais ele destruía as casas de seus inimigos.

O primeiro lugar que Xangô visitou chamava-se Kossô. Aí chegando, a pessoas assustadas disseram:
- Quem é este perigoso personagem?
- Ele é brutal e petulante demais! Não o queremos entre nós!
- Ele vai atormentar-nos!
- Ele vai maltratar-nos!
- Ele vai espalhar a desordem na cidade!
- Não o queremos entre nós!

Mas Xangô os ameaçou com seu oxé. Sua respiração virou fogo e ele destruiu algumas casas com suas pedras de raio. Todo mundo de Kossô veio pedir-lhe clemência, gritando:
- Kabiyei Sango, Kawo Kabiyei Sango Obá Kossôf (Vamos todos ver e saudar Xangô, Rei de Kossô!)

Quando Xangô tomou-se rei de Kossô, ele pôs-se à obra. Contrariamente ao que as pessoas desconfiavam e temiam, Xangô fazia as coisas com alma e dignidade. Ele realizava trabalhos úteis à comunidade. Mas esta vida calma não convinha a Xangô. Ele adorava as viagens e as aventuras. Assim, partiu novamente e chegou à cidade de Irê, onde morava Ogum. Ogum o terrível guerreiro, Ogum o poderoso ferreiro.

Ogum estava casado com Iansã, senhora dos ventos e das tempestades. Ela ajudava Ogum em suas atividades. Toda manhã, Iansã o acompanhava à forja e o ajudava, carregando suas ferramentas. Era ela, ainda, que acionava os sopradores para atiçar o fogo. O vento soprava e fazia: fuku, fuku, fuku. E Ogum batia sobre a bigorna: beng, beng, beng ...

Xangô gostava de sentar-se ao lado da forja para ver Ogum trabalhar. Vez por outra, ele olhava para Iansã. Iansã, também, espiava furtivamente Xangô.

Xangô era vaidoso e cuidava muito da sua aparência, a ponto de trançar seus cabelos como os de uma mulher. Ele fizera furos nos lobos de suas orelhas, onde pendurava argolas. Usava braceletes e colares de contas vermelhas e brancas. Que elegância!

Muito impressionada pela distinção e pelo brilho de Xangô, Iansã fugiu com ele e tomou-se sua primeira mulher.

Xangô voltou por pouco tempo a Kossô, seguindo depois, com seus súditos, para o reino de Oyó, o reino fundado, antigamente, por seu pai Oranian. O trono estava ocupado por um meio-irmão de XangXangô, mais velho que ele, chamado Dadá-Ajaká - um rei pacífico, que amava a beleza e a arte. Xangô instalou-se em Oyó, num novo bairro que chamou de Kossô. E conservou, assim, seu título de Obá Kossô - "Rei de Kossô".

Xangô guerreava para seu irmão Dadá. O reino de Oyó expandia-se para os quatro cantos do mundo. Ele se estendeu para o Norte. Ele se estendeu para o Sul. Ele se estendeu para o Leste e ele se estendeu para o Oeste. Xangô, então, destronou seu irmão Dadá-Ajaká e fez-se rei em seu lugar.
- Kabiyei Sango Alafin Oyó Alayeluwa! (Viva o Rei Xangô, dono do palácio de Oyó e Senhor do Mundo!)

Xangô construiu um palácio de cem colunas de bronze. Ele tinha um exército de cem mil cavaleiros.
Vivia entre suas mulheres e seus filhos. lansã, sua primeira mulher, era bonita e ciumenta. Oxum, sua segunda mulher, era coquete e dengosa. Obá, sua terceira mulher, era robusta e trabalhadora.

Sete anos mais tarde, foi o fim do seu reino: Xangô, acompanhado de lansã, subira à colina Igbeti,
cuja vista dominava seu palácio de cem colunas de bronze. Ele queria experimentar uma nova fórmula que inventara para lançar raios.

Baoummm!!!

A fórmula era tão boa que destruiu todo o seu palácio! Adeus mulheres, crianças, servos, riquezas, cavalos, bois e carneiros. Tudo havia desaparecido fulminado, espalhado e reduzido a cinzas. Xangô, desesperado, seguido apenas de lansã, voltou para Tapá. Entretanto, chegando a Kossô, seu coração não suportou tanta tristeza. Xangô bateu violentamente com os pés no chão e afundou-se terra adentro. lansã, solidária, fez o mesmo em Irá.

Oxum e Obá transformaram-se em rios e todos tornaram-se orixás.

Xangô, orixá do trovão, Kawo Kabiyei le! lansã, orixá da tempestade, Êpa Heyi Oiá! Oxum, orixá das águas doces, Orê Yeyê ô!"

E essa é a lenda de Xangô descrita por Pierre Verger em seu livro Mitologia dos Orixás.

E você, já conhecia essa lenda? Já tinha ouvido alguém contar? Você sabia que a comunicação mais típica da religião dos Orixás sempre foi a falada? 

Como de praxe, seguem mais algumas opções de tecidos africanos verdadeiros que podem adquiridos através de encomenda agora mesmo!

Alguns tecidos também poderão ser adquiridos no Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu a ser realizados nos dias 12 e 13/12 no Rio de Janeiro! Para participar basta fazer sua inscrição através de e-mail ou facebook enviando seu nome, telefone, e-mail e dia de comparecimento.

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Cada tecido é mais lindo que o outro!!! Assim como nossas conversas! Te aguardo amanhã!

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Irôko - Lenda por Reginaldo Prandi

Boa tarde comunidade querida!

Hoje, voltamos a conversar sobre Irôko a partir da íntegra  da lenda descrita por Reginaldo Prandi em seu livro.


"Irôko era um homem bonito e forte e tinha duas irmãs. Uma delas era ajé, a feiticeira, a outra era Ogboí, que era uma mulher comum. Ajé era feiticeira, Ogboí, não.

Irôko e suas duas irmãs vieram juntos do Orum para habitar no Aiê. Irôko foi morar numa frondosa árvore e suas irmãs, em casa comuns. Ogboí teve dez filhos e Ajé teve só um, um passarinho.

Um dia, quando Ogboí teve que se ausentar, deixou os dez filhos sob a guarda de Ajé. Ela cuidou bem das crianças até a volta da irmã. Mais tarde, quando Ajé teve também que viajar, deixou o filho-pássaro com Ogboí. foi então que os filhos de Ogboí pediram à mãe que queriam comer um passarinho. Ela lhes ofereceu uma galinha, mas eles, de olhos no primo, recusaram. Gritava, de fome, queriam comer, mas tinha que ser um pássaro.

A mãe foi então à floresta caçar passarinhos, que seus filhos insistiam em comer. Na ausência da mãe, os filhos de Ogboí mataram, cozinharam e comeram o filho de Ajé.

Quando Ajé voltou e se deu conta da tragédia, partiu desesperada à procura de Irôko. Irôko a recebeu em sua árvore, onde mora até hoje. E de lá, Irôko vingou Ajé, lançando golpes sobre os filhos de Ogboí.

Desesperada com a perda de metade de seus filhos e ara evitar a morte dos demais, Ogboí ofereceu sacrifícios para o irmão Irôko. Deu-lhe um cabrito e outras coisas e mais um cabrito para Exu. Irôko aceitou o sacrifício e poupou os demais filhos.

Ogboí é a mãe de todas as mulheres comuns, mulheres que não são feiticeiras, mulheres que sempre perdem seus filhos para aplacar a cólera de Ajé e de suas filhas feiticeiras.

Irôko mora na gameleira-branca e trata de oferecer a sua justiça na disputa entre as feiticeiras e as mulheres comuns."

E, para não mudarmos a tradição, seguem as opções de tecidos africanos verdadeiros que podem ser utilizados na confecção das roupas sagradas de Irôko.

Lembrando, ainda, que vocês também poderão participar do Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu que acontece no Rio de Janeiro. Basta fazer sua inscrição enviando nome completo, telefone e e-mail por e-mail ou  mensagem do facebook.

Se você tem interesse nos tecidos e/ou Richelieu, não perca mais tempo e faça a sua encomenda agora mesmo através de:
E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/tudosobreorixastecidoafricanobordado



Espero que tenham gostado da nossa conversa hoje e espero vocês amanhã! ;-)

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Exú - Lenda por Pierre Verger

Bom dia amigos e amigas!!!!

Iniciando mais uma semana maravilhosa para continuarmos nossas conversas sobre a religião africana e, mais precisamente, os Orixás.

Você sabia que existe, também, o Exú Orixá? Pois então, assim como os outros Exús, eles pode ser benevolente e ajudar as pessoas quando bem tratado e homenageado, mas também pode fazer cobranças e criar mal-entendidos quando esquecido ou deixado de lado.

A íntegra da lenda escrita por Pierre Verger em seu livro fala exatamente desta dicotomia, nos lembrando que o que Exú requisita é, nada mais, nada menos, do que consideração e reconhecimento, assim como todos nós. 

Laroyê!

"Exu é o mais sutil e o mais astuto de todos os orixás. Ele aproveita-se de suas qualidades para provocar mal-entendidos e discussões entre as pessoas ou para preparar-lhes armadilhas. Ele pode fazer coisas extraordinárias como, por exemplo, carregar, numa peneira, o óleo que comprou no mercado, sem que este óleo se derrame desse estranho recipiente! Exu pode ter matado um pássaro ontem, com uma pedra que jogou hoje! Se zanga-se, ele sapateia uma pedra na floresta, e esta pedra põe-se a sangrar! Sua cabeça é pontuda e afiada como a lâmina de uma faca. Ele nada pode transportar sobre ela.

Exu pode também ser muito malvado, se as pessoa se esquecem de homenageá-lo. É necessário, pois, fazer sempre oferendas a Exu, antes de qualquer outro orixá. A segunda-feira é o dia da semana que lhe é consagrado. É bom fazer-lhe oferendas neste dia, de farofa, azeite de dendê, cachaça e um galo preto.

Certa vez, dois amigos de infância, que jamais discutiam, esqueceram-se, numa segunda-feira, de fazer-lhe as oferendas devidas. Foram para o campo trabalhar, cada um na sua roça. As terras eram vizinhas, separadas apenas por um estreito canteiro. Exu, zangado pela negligência dos dois amigos,
decidiu preparar-lhes um golpe à sua maneira. 

Ele colocou sobre a cabeça um boné pontudo que era branco do lado direito e vermelho do lado esquerdo. Depois, seguiu o canteiro, chegando à altura dos dois trabalhadores amigos e, muito educadamente, cumprimentou -os:
- Bom trabalho, meus amigos!

Estes, gentilmente, responderam-lhe:
- Bom passeio, nobre estrangeiro!

Assim que Exu afastou-se, o homem que trabalhava no campo à direita, falou para o seu companheiro:
- Quem pode ser este personagem de boné branco?
- Seu chapéu era vermelho. 
Respondeu o homem do campo à esquerda.
- Não, ele era branco, de um branco de alabastro, o mais belo branco que existe!
- Ele era vermelho, um vermelho escarlate, de fulgor insustentável!
- Ele era branco, tratas-me de mentiroso?
- Ele era vermelho, ou pensas que sou cego?

Cada um dos amigos tinha razão e estava furioso da desconfiança do outro. Irritados, eles agarraram-se e começaram a bater-se até matarem-se a golpes de enxada.

Exu estava vingado!

Isto não teria acontecido se as oferendas a Exu não tivessem sido negligenciadas. Pois Exu pode ser o mais benevolente dos orixás se é tratado com consideração e generosidade. Há uma maneira hábil de obter um favor de Exu. É preparar-lhe um golpe mais astuto que-aqueles que ele mesmo prepara.

Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam áridos, a chuva não caía. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum orixá invocado escutou suas queixas e gemidos.

Aluman decidiu, então, oferecer a Exu grandes pedaços de carne de bode. Exu comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Exu teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha em casa, e que tinham, em suas casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede!

Exu foi à torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia de depois, sem parar. Os campos de Aluman tomaram-se verdes.

Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:
- Joro, jara, joro Aluman (Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes),
- Joro, jara, joro Aluman (Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas)
- Joro, jara, joro Aluman (Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca)
- Joro, jara, joro Aluman

E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Exu carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante. Mais, seria desastroso! Pois, em todas as coisa, o demais é inimigo do bom."

Como podemos ver nesta lenda, fica bem claro os dois lados de Exú, onde ele pode ajudar ou, de certa forma, deixar que as pessoas se prejudiquem sozinhas.

Acredito que existe um ensinamento ainda maior que podemos tirar disto, todos nós queremos reconhecimento, não gostamos de trabalhar em troca de nada ou fazer esforços para agradar alguém que não se importa ou acha que é obrigação, portanto não podemos considerar que os outros podem fazer aquilo que nós mesmos não queremos para nós. A melhor forma é sempre pensar e se colocar no lugar do outro por alguns minutos e se perguntar o que voc~e faria naquela situação, como você se sentiria. Normalmente esse poucos minutos de reflexão ajudam a mudar toda uma história.

Ainda nesta ideia, também não podemos agir como se os Orixás tivessem obrigações de nos oferecer nada se nós não praticarmos a recíproca.

O que acha de nos das sua opinião a respeito? O que você acha sobre a lenda e sobre a conclusão final? Fico aguardando seu comentário.

Para finalizarmos essa conversa de hoje, seguem as opções de tecidos africanos verdadeiros que podem ser utilizados na confecção das roupas sagradas de Exú.



Uma ótima segunda-feira para vocês e até amanhã!!! ;-)

domingo, 22 de novembro de 2015

Escravidão e Racismo no Brasil - Filmes

Olá pessoal querido!!!

Como está o final de semana de todos??? Espero que maravilhoso!!!

Que tal, hoje, continuarmos a nossa conversa de sexta na qual falamos da escravidão e o transporte de escravos para o Brasil?

A ideia de hoje é oferecer algumas dicas de filmes que tratam sobre esses assuntos para que possam alugar ou, quem sabe, baixar na internet. Como preferirem.

Curiosos? Vamos conferir?


1.  Quanto Vale ou É Por Quilo? 
Filme-tese de Sérgio Bianchi, traça um paralelo entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria por ONGs, que formam uma beneficência de fachada em proveito próprio. Entrelaça a história de um capitão do mato perseguindo uma escrava fugida, no século XVII e a implantação de uma escola de informática com recursos superfaturados.



2.  Quilombo 


Por volta de 1650 em Pernambuco, um grupo de escravos se rebela e foge para fundar o quilombo de Palmares, sobre o qual comentamos, e resistem ao cerco da Colônia. Chefiado por um príncipe africano, Ganga Zumba - Tony Tornado -, o grupo sofre a dissidência do seu afilhado Zumbi, que discorda das posições conciliatórias do padrinho. O filme de Cacá Diegues traz alguns dos maiores atores negros do país como, Grande Othelo, Zezé Motta, Antônio Pitanga e Milton Gonçalves.


3.  Ganga Zumba 

A versão de 1963 do mesmo Cacá Diegues, se concentra na figura de Ganga Zumba - Antônio Pitanga -, filho do rei de Palmares, que fundou a primeira comunidade rebelde de escravos no mundo. Um clássico do nosso cinema.


4.  Sinhá Moça

Clássico romance, ambientado no final do século XIX no interior de São Paulo, onde a filha de um rico fazendeiro escravocrata, volta da capital com ideias abolicionistas e entra em conflito com o pai. Quando um escravo se revolta contra os maus tratos, é severamente punido, o que inicia uma luta violenta dos demais. Dirigido por Tom Payne em 1953, o filme foi destaque nos festivais de Veneza e Berlim, e contou com uma grande atuação de Ruth de Souza, como a escrava Sabina. 


5.  Negação do Brasil
Interessante documentário, feito em 2000, descrevendo a participação de negros nas novelas de televisão - principalmente da Rede Globo -, dos papeis coadjuvantes e estereotipados, até evoluir para personagens de maior destaque.


6.  Cafundó
Baseado num personagem real, conta a história do ex-escravo João de Camargo - Lázaro Ramos -, que saiu das senzalas para tornar-se um tropeiro e, frente a um mundo em transformação, tem visões místicas e cria sua própria igreja.


7.  Xica da Silva

Na segunda metade do século XVII, uma bela escrava - Zezé Motta -, torna-se amante de um rico dono de minas e terras de Diamantina e passa a promover festas e banquetes luxuosos, que ficam famosos inclusive na Corte portuguesa.


8.  Cruz e Souza, o Poeta do Desterro
Biografia do poeta catarinense Cruz e Souza - 1861-1898 -, fundador do simbolismo no Brasil e negro altivo, orgulhoso de sua raça, o que não permitiu que ele fosse aceito pelos meios acadêmicos da época. Um filme de Sylvio Back).


9.  Madame Satã
A vida do célebre marginal e transformista João Francisco dos Santos, conhecido como Madame Satã - Lázaro Ramos -, que era malandro, artista, presidiário, pai adotivo de sete filhos, negro, pobre, homossexual, figura icônica da Lapa, no Rio de Janeiro. Ele sofria todo tipo de preconceito, mas o que mais lhe doía era o da sua cor.


10.  Besouro

A história de um lendário capoeirista baiano, que se notabilizou no começo dos anos 1920. Sua história mistura misticismo com a dura realidade dos ex-escravos, que continuavam sendo maltratados pelas autoridades e pelos poderosos. Dirigido pelo premiado diretor de publicidade João Daniel Tikhomiroff.

Espero que gostem dos filmes e, aproveito para convidá-los a nos deixarem suas opiniões a respeito deles em nosso comentários aqui no blog.

Mantendo nossa tradição, seguem, abaixo, mais opções de tecidos africanos que podem ser adquiridos através de encomenda agora mesmo.

Lembrando, ainda, que vocês também poderão participar do Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu que acontece no Rio de Janeiro. Basta fazer sua inscrição enviando nome completo, telefone e e-mail por e-mail ou  mensagem do facebook.

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É isso pessoal, espero que tenham gostado e aguardo vocês amanhã novamente! ;-)