terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Olorogum

Bom dia pessoal! Como vão todos?

Vocês conhecem o Ritual chamado Olorogum? Os que são do Candomblé com certeza, pois é um ritual próprio desta vertente. Mas você sabe como funciona?

Antes de conversarmos mais a respeito, vamos dar aquela fugidinha na loja para admirar mais um dos nossos tecidos africanos maravilhosos???


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O Ritual, em suma, acontece logo após o carnaval, em uma cerimônia em que todos os filhos de santo da casa, vestidos de branco, dançam ao som do Adahun (toque que tem por objetivo evocar os Òrìsàs à terra). Logo que todos eles se apresentam, os mesmos se recolhem para serem devidamente paramentados com suas vestes litúrgicas.

Em seguida, os Òrìsàs retornam em dois grupos distintos (“rivais”), carregando uma folha de Peregun na mão; na cabeça eles usam somente uma rodilha (cada grupo de uma cor). Os dois grupos de Òrìsàs simulam uma guerra (Olorogun). No final da cerimônia, o Òrìsà líder de cada grupo parte com uma Vara de Atori, que em sua extremidade leva um pequeno Apo (saco contendo elementos sagrados). Após a finalização da cerimônia a casa interrompe todas as suas atividades religiosas, sendo retomadas somente no sábado de aleluia.

Os antigos comentam que nesse período, os Òrìsàs que habitam as terras Brasileiras, vão até sua terra de origem, na África, para novamente absorver as energias que os originaram e para lutar. Ao longo de todo esse período, os santos de filhas(os) iniciadas(os) nessas casas, não manifestam em seus Ori.
É importante destacar que haviam, na África, períodos de resguardo de manifestação dos Òrìsàs e de atividades religiosas. Podemos recordar a passagem de Ògún que, após anos fora, não foi reverenciado por ninguém de sua chegada à sua cidade, Irê, o que despertou sua ira. Após o ocorrido, quando seu Pai chegou e viu a destruição que ele fizera, indagou sobre o que havia acontecido. Ògún, prontamente, explicou o que acontecera e, por conseguinte, foi advertido uma vez que todos estavam em resguardo religioso, não podendo lhe prestar homenagens.

Assim sendo, seja pelo Olorogun ou não, os Antigos Terreiros de Candomblé da Bahia, realizam um período de resguardo religioso. Há casas em que, por exemplo, esse período é de 7 dias e, em épocas distintas da quaresma.

Com conversamos nos 2 últimos posts, o período da quaresma foi escolhido historicamente e por motivos de perseguição. Mesmo anos após a abolição da escravatura, muitas casas sobreviveram à repressão através de argumentações com policiais, explicando que se travava de um culto ao deuses católicos quando não o era. Assim a festividade era permitida, portanto não se poderia argumentar se a festa estivesse sendo celebrada no período de resguardo da igreja católica. 

Dessa forma, percebemos que não há sincretismo acerca do Olorogun, inclusive porque muitos dos rituais que ocorrem, remetem-nos às passagens míticas dos Òrìsàs. É um belo ritual, cercado de mistérios e liturgia.

Ainda há recriminação a respeito, mas rituais como esse contribuíram de forma decisiva para que o Candomblé chegasse até os dias de hoje no Brasil.
(Créditos na formação do texto - Casa de Oxumarê)

E na sua casa? Vocês têm Olorogun? Ou ficam de recesso também?

Espero que o texto tenha sido produtivo e que esta terça seja de muita alegria!

Muito axé e paz!

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