quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A Ética em momentos de Àsèsè

Olá amigos e amigas!

Lembra que conversamos sobre Ética na religião há alguns posts? Hoje essa conversa continua, mas com um foco, o ritual de Àsèsè e o período posterior, ou seja, momentos difíceis em que o povo de Axé precisa manter a Ética e tentar ajudar ao invés de pensar nos próprios interesses.

Para não perdermos nossa tradição, vamos entrar, passando por nossa loja e dar aquela olhadinha em mais um dos nossos tecidos africanos verdadeiros e top em qualidade.


Este é mais um do tipo Estampado e pode ser adquirido agora mesmo ou fazendo uma visita em nossa loja. Como vocês já sabem é bem grande e dá para confeccionar várias roupas como saia rodada, pano de cabeça e da costa, bubu etc. Depende do seu objetivo.

Para maiores informações entre em contato conosco agora mesmo. Segue o link de nossa página no facebook onde você encontrar nossos telefones, endereço e por  onde você pode nos deixar uma mensagem.



A Ética, por si só, é um assunto difícil de ser abordado em qualquer área de nossa sociedade, seja a moral do convívio com amizades, relações amorosas ou em relacionamento profissionais. Naturalmente, quanto a religião não seria menos complicado, ainda mais em uma como a africana que tem por base a comunicação oral, sem veículo escrito para inúmeras tradições e sagrados. Entretanto, apesar da falta de um código de conduta físico e formal, existem normas convencionadas e posturas que direcionam, de fato, grande parte de nossas ações tanto fora, quanto dentro da religião.

Em geral, aqueles sem parâmetros éticos tendem a utilizar situações de baixa vulnerabilidade e aproveitar-se disso para garantir proveito próprio, ou seja, além de anti-éticos são egoístas e ambiciosos de maneira negativa.

O àsèsè, um ritual necessário e, ao mesmo tempo, doloroso e, neste momento de dificuldade, os Babalòrìsà e Ìyálòrìsà próximos do Sacerdote falecido prestam homenagem a ele (a) sendo solidários a dor dos filhos, orientando-os a respeito dos rituais e obrigações fúnebres com o objetivo de dar continuidade à casa.

Todavia, é comum esses mesmos sacerdotes utilizarem esta dor e vulnerabilidade para atrair os filhos daquela casa e convencê-los a mudar (de vez) para a sua casa, usurpar bens do falecido e, ainda, cobrar quantias altíssimas, desnecessariamente, para as obrigações que ali devem ser realizadas. 
Existem aqueles, também, que ao invés de utilizarem das tradições e costumes da casa para a realização das mesmas, assumem suas próprias tradições insultando, de certa forma, aquele templo em que estão.

A ética da religião, os costumes históricos e sagrados, defendem uma postura de suporte, apoio e manutenção das raízes ali criadas. O conforto ao filhos daquele sacerdote, sim, são necessários.

Como concorda a renomada Casa de Oxumarê através do facebook, 2013, postagem 05/11:

"No período em que o Terreiro fica de luto (alguns terreiros até 7 anos), os Sacerdotes com postura ética e religiosa devem orientar aos filhos daquela casa, que mesmo sem tocar, sem realizar obrigações, a casa está viva, pois o Òrìsà jamais morre e que devem respeitar o luto.
A Ética Moral Religiosa, diz também, que o Terreiro em luto deve estar voltado à sua ancestralidade pelo período convencionado (no mínimo 1 ano), respeitando o Esá do Sacerdote/Sacerdotisa. A Ética Moral e Religiosa apregoa que esse período deve ser respeitado à risca, pois mesmo os Deuses ficam em luto em razão da pessoa que os cultuou em vida."

O dever ético e moral dos Babalòrìsà e Ìyálòrìsà, nesse momento, é de conforto, instrução, orientação, apoio e aconselhamento para os filhos daquela casa mantenham sua força e seu caminho com o Orixá que lhes guiou durante muito tempo.

Esta foi uma conversa difícil, uma vez que é triste saber que tem pessoas tão pouco espiritualizadas em posições de tanto poder e prestígio a ponto de enfraquecer as raízes e costumes de nossa religião. A resposta, no entanto, é nos encher de conhecimento e aprendizado em nossa casa e respeitar não apenas nossos próximos ali, mas o tempo e, assim, garantir que nossa crença continue como uma religião forte e crescente evitando e desprezando, boicotando aqueles que tentam fazer o contrário e enfraquecer o que nós construímos.

Uma quarta maravilhosa para vocês!!!

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