segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

AMOR, DEDICAÇÃO E RESPEITO

Bom dia amigos e amigas!!!!

Para iniciar esta semana com muita energia, vamos expor uma passagem escrita pela Ìyá Rosângela De Iyewa sobre a sua forma de enxergar e cultuar a religião.

Sem deixar de dar aquela conferida em mais um dos tecidos que já foram vendidos, apenas para admirar mais essa beleza que deixou nossa cliente super feliz!


Esse é mais um do tipo Estampado, como vários outros que temos, 100% algodão, ou seja, uma qualidade incrível além de lindo! Nossa cliente Eliane Santos ficou muito feliz com a escolha!


"Assim é a religião dos Òrìsà, aquela na qual acredito e pratico com amor, dedicação e respeito. 
E assim penso, que todo omo Òrìsà deveria imbuir:
Amor, porque esse é o único sentimento que nos leva e nos une ao Òrìsà;
Dedicação, porque se ela for sincera será suficiente para que as pessoas não coloquem ou permitam empecilhos, incômodos , desconfortos, ou convenções comodistas, superficiais e materiais que desvirtuem a atenção a cerca do que é inerente ao Òrìsà;
Respeito, porque tudo o que temos e cultuamos nos foi permitido e dado por Olodumare, inclusive a chance de termos os Òrìsà, de termos o nosso corpo, para que, de nosso Òrìsà, seja altar vivo. Nos dá a chance de termos ao nosso redor outros iguais a nós, aos quais amamos, para podermos orientá-los e ajudá-los. 
Enfim, nos dá a própria vida, para que se saiba ser FELIZ"

É com essa mensagem que iniciamos mais uma semana na batalha da vida.

Muito axé para todos nós!

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Ritos fúnebres, continuação...

Olá, olá comunidade!!! 
Para iniciar este lindo sábado e dando continuidade à conversa sobre os rituais fúnebres na religião afro-brasileira, você conhece algum caso de negação da família do falecido ao devido ritual de sua religião? Você acha justo que a alma daquela pessoa seja privada dos fundamentos pós vida, após ter se devotado aquela crença por tanto tempo?
Vamos dar mais uma conferida em mais um daqueles maravilhosos tecidos africanos de nossa loja, mais que já foi vendido, mas cuja beleza vale a pena admirar.


Este estonteante tecido é do tipo Estampado e foi um dos que mais chamou atenção desde o princípio, tanto que não demorou muito para "sair". Eu confesso que fiquei apaixonada por ele. 

Quem de nós adeptos de religiões de matrizes africanas nunca soubemos de irmãos que tiveram negados os ritos fúnebres pertinentes a nossa religião, por conta de familiares evangélicos ou que de alguma forma não aceitam ou toleram a religião do falecido?
Eu particularmente soube de um amigo que faleceu e a família simplesmente não autorizou o seu zelador-de-santo e irmãos-de-santo a realizarem os ritos específicos de sua família-religiosa. Os parentes carnais chamaram a polícia e impediram que qualquer ato fosse realizado e inclusive expulsaram todos do velório, e que ao longe viram o caixão de seu irmão-de-santo ser sepultado aos gritos de um pastor evangélico pedindo que toda a maldade e laços demoníacos fossem quebrados, tristes, foram embora sem render as homenagens devidas ao seu irmão-de-santo naquele momento.
É muito triste essa situação, mas infelizmente com a demonização que as religiões neo-pentecostais fazem de nosso culto, isso passará a ser uma realidade constante se não tomarmos precauções jurídicas nesse sentido.
É importantíssimo que todos os adeptos de religiões de matrizes africanas pensem nesse assunto com amor e seriedade, é algo que irá acontecer mais cedo ou mais tarde, é importante que deixe tudo preparado, evitando assim constrangimentos e impedimentos por parte de familiares e outros que não respeitam nossa religião e nem a nós mesmos.
Consulte um advogado e faça um testamento particular com escritura pública, para que todos os seus direitos pós-morte sejam respeitados, é simples e prático e te dará garantia jurídica para que ninguém tenha o direito de impedir os atos religiosos de sua família de axé.
Se você é um líder-religioso e tem seu templo, cuide o mais breve para que todo o seu esforço se perpetue nos seus familiares de santo, esteja vivo através de seus filhos, netos e bisnetos. Desde cedo rogue as divindades que apontem um sucessor para o seu templo, não deixe sua história acabar.
Temos que nos resguardar e garantir nossa continuidade e direitos. É triste ver nossos terreiros sendo invadidos por outros religiosos e depredados pela intolerância, ver parentes que se dizem evangélicos chamando seus “irmãos” e depredando toda uma história, isso acontece porque em vida na maioria das vezes não damos importância suficiente para esse assunto.
Garanta os seus direitos e  dos seus filhos-de-santo.
Iniciados para o segredo não morrem.
E você, já providenciou a sua garantia jurídica?

Que esse seja um sábado e final de semana maravilhoso com a bênção dos Orixás!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O Candomblé em que acredito...

Bom dia comunidade de axé!!

Como vão todos? Espero que muito bem!! Afinal, hoje é sexta-feira..rs...

Neste dia de branco, vamos conversar sobre uma declaração de um dos membros de nossa religião, desconheço a autoria, mas o tecto é bem bonito e vale a pena.

Vamos aproveitar pra dar aquela conferida básica em um tecido belíssimo que tínhamos em nossa loja, mas já foi vendido tamanha a qualidade do mesmo.


É do tipo Estampado e nossa cliente maravilhosa que o adquiriu ficou super satisfeita. Deixou um comentário e tudo na nossa página, não é mesmo Eliane Santos?! Muito obrigada pelo seu carinho, são amizades como a sua que fazem nosso trabalho ser super agradável!!



"O Candomblé que eu acredito é aquele construído por todos iniciados.
O Candomblé que eu acredito abomina a feitiçaria, o topa tudo por dinheiro, o materialismo desenfreado.
Tem no Orixá o início, o fim e o meio, é o último e único recurso.
O Candomblé que eu acredito é das velhas e negras senhoras, de fé inabalável e sabedoria que brota da raiz.
O Candomblé que eu acredito adora árvores, mar, cachoeiras, ventos, matos e fogo como Orixá. E tem na vida seu bem supremo.
O Candomblé que eu acredito resistiu a escravidão, ao porrete da policia, a marginalização e a demonização sempre imputada pela sociedade cristã.
O Candomblé que eu acredito é aquele aonde o richelieu não suplanta valores humanos e não substitui a essência pela aparência.
O Candomblé que eu acredito é o Candomblé que eu vivo, que eu tento ensinar e que eu tenho a esperança de ser unicamente assim."
O Candomblé que eu acredito se faz no dia a dia, não é modismo ou souvenir, algo descartável que jogam fora quando algo dá errado, não é um show de extravagância, circo dos incautos, mas um ritual hierárquico de celebração á vida dentro e fora de nós.


Texto é muito bom, não é mesmo?!

Pois é, essa é nossa mensagem neste dia de Oxalá e lembrando, hoje é dia de vestir branco. se fosse trabalha ou estuda com uniforme de outra cor, mesmo preta, lembre-se de levar contigo uma muda de roupa para trocar assim que sair do trabalho/escola, seguindo a conduta ideal.

Um ótimo dia, cheio de paz!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Educação na casa de Santo

Olá, olá comunidade querida!

Vamos conversar um pouco sobre a família de Santo e a educação o candomblé? Esse texto é muito real e interessante. Vale a pena conferir!

Aproveitando, que tal dar uma olhada nessa lindeza de tecido?


Do tipo Estampado, é mais uma peça 100% algodão e top em qualidade de dimensões 1,50m/ 5,20m à disposição em cartão (até 6x sem juros) ou à vista (fazemos desconto neste caso).

Entre em contato conosco agora mesmo, nossos contatos estão em nossa página do facebook. Segue o link:



A primeira referência de uma família de santo (família de candomblé) é o terreiro a que alguém pertence, ou seja, quem é a mãe ou o pai do terreiro, as suas origens, as pessoas envolvidas na sua feitura (iniciação) e por aí vai, até chegar a uma origem mais remota e, assim, também se chegar aos traços étnicos que predominam na determinada família e que a identificam como sendo de determinada nação.

Cada terreiro, mesmo tendo sua própria dinâmica, suas próprias características, à medida que mantém traços, valores (posturas, práticas relacionadas à essência, linguagem, ritos, rezas, cantigas, formas de transmissão...) que o identificam com as suas origens com grupos antecessores e formadores da sua essência, contribui para a manutenção da identidade de sua família de santo, bem como elementos, valores que remetem a um grupo étnico africano remoto. A dinâmica e reconstruções - conforme a realidade de cada geração - não deve jamais alterar a essência base do grupo pois, assim, estará alterando a sua identidade e contribuindo para a perda de uma identidade remota.

O processo de Iniciação, na realidade, deve ser visto como um processo de educação e educação para a vida, para viver no mundo em qualquer tempo, para interagir com qualquer grupo a partir do seu viver no seu grupo familiar da sua interação com o seu grupo.

Até poucas décadas atrás famílias negras que viviam em pequenas comunidades, hoje transformadas em bairros, mantinham na base da educação familiar e da comunidade traços, valores oriundos de comunidades tradicionais africanas. Do nascer ao morrer, na alegria ou na tristeza, levantando casas de taipa, fazendo adobes no terreiro em frente das casas ou nos quintais para suspender as paredes, consertando as ladeiras, comemorando as datas festivas religiosas, a ação das/dos mestras/mestres e aprendizes lá estava sendo passada no cotidiano dos grupos familiares, no grupo da comunidade. A hierarquia, o respeito, a solidariedade, a importância dos mais velhos bem como dos mais novos como continuação do grupo, do que ali se vivia, lá estava.

Guardando-se as devidas medidas de participação observando-se uma hierarquia implícita e o respeito aos mais velhos, todos agiam e interagiam a partir do lugar em que ocupava na família, na comunidade; filhos e pais, irmãos mais novos e irmãos mais velhos, os mais antigos na comunidade e os mais novos. Os jeitos de resolver os conflitos (o “aquieta acomoda”) na família, na comunidade... Enfim, tudo, mas tudo mesmo denotava um jeito de viver que muito tinha de negro, que era diferente... E isso, lá nos idos do final dos anos 40 passando pelos 50 e começo dos 60, para mim vivendo no mesmo lugar até hoje (Engenho Velho da Federação) parece até que foi ontem...

Na década de 70, já adulta, sendo professora de escola primária e apesar de ter vivido desde criança num ambiente da prática do candomblé, passei realmente a fazer parte desse grupo ao ser confirmada como makota num dos terreiros dessa comunidade e foi aí que me dei conta dos muitos jeitos que, enquanto comunidade (bairro), tínhamos perdido ou estávamos perdendo, mas que enquanto grupo, comunidade de candomblé, apesar de também estar sofrendo influência de jeitos externos, ainda podia-se encontrar e ainda se encontra esses jeitos de viver, de fazer as coisas que remetem à minha infância, à minha juventude.



Hoje é claro que vivemos uma outra realidade. Os tempos são outros, os valores, o conceito de família dentro da nossa sociedade muito longe estão dos nossos negros jeitos, dos nossos negros valores, dos nossos negros conceitos. E esse é o grande desafio que a família de candomblé, a meu ver, hoje enfrenta: diante dos modelos e caminhos, valores e conceitos impostos pela sociedade em que vivemos, manter a nossa essência os nossos modelos e caminhos, valores e conceitos compatibilizando-os com a realidade em que hoje vivemos.
Ser mãe ou pai de uma família de santo hoje, no meu entendimento, exige muito mais que antes já que hoje não estamos isolados, vivendo nos nossos guetos, em comunidades que de certo modo eram extensões dos terreiros.

Hoje, estamos agindo, interagindo nos terreiros e ao mesmo tempo dentro da sociedade, queiramos ou não. Quem somos nós hoje no terreiro? Quem somos nós hoje na sociedade? Até que ponto temos o controle da base da educação, dos valores que nossas crianças, os nossos jovens recebem? Ainda que insistamos em sinalizar em apontar valores nos quais acreditamos, podemos competir com a mídia, com as instituições que aí estão a mostrar o contrário?

Diante do quadro em que estamos inseridos, as comunidades dos terreiros têm que iniciar para o viver hoje não só transmitindo o legado das tradições recebidas, mas educando para viver esse legado fora do ambiente do terreiro, bem como trazer para o ambiente do terreiro as questões que nos aflige e que é parte do nosso cotidiano dentro da sociedade em que vivemos a fim de buscarmos saídas, caminhos de solução.
(Texto Valdina O. Pintohttp://tinyurl.com/n6ct8hf)


Energias positivas!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O uso das Anáguas

Amigos e amigas de nossa comunidade! Bom dia!

Como bem sabemos, roupas sagradas na nossa religião são específicas, principalmente em festas, as vestimentas são importantes e, uma parte delas é a anágua, sobre a qual vamos conversar hoje.

Mas sem esquecer de dar aquela passadinha na noss aloja para admirar mais um belíssimo tecido africano, 100% algodão e top em qualidade.




Tecido do tipo Estampado, está à disposição para compra em nossa loja em duas formas de pagamento: cartão de crédito (parcelamentos em até 6x sem juros) e à vista (fazemos desconto neste caso).

Para maiores informações, entre em nossa página no facebook. Segue o link:




O uso das anáguas é fundamental para uma baiana vem vestida. Mas nossas roupas, que reproduzem as vestimentas tradicionais do povo afrodescendente lá pelos meados do século XIX, devem ser adequadas ao nosso culto.

Se uma "baiana murcha" fica feia, é preciso termos bom senso com o contrário. Saias exageradas com armações gigantescas são incômodas, machucam, ficam muito quentes, ocupam espaço demais, atrapalham quem está vestindo e todos os outros ao redor. Acabam complicando na hora de dançar, de andar, de sentar. Além de, às vezes, serem tão duras e artificiais que pouco lembram o que deveriam ser: uma saia.


O tamanho das rodas impedem que você possa colaborar com o desenvolvimento da cerimônia, se aproximando de alguém que precisa de ajuda, servindo alguém, passando entre as pessoas para resolver algo. Quem é de axé sabe que esta participação de todos é fundamental para que tudo corra bem.

A quantidade ideal de anáguas é um total de 3. Logo abaixo da saia, tem uma outra 5 cm mais curta (quebra goma) apenas com ar de goma (levemente engomada) para evitar as reentrâncias formadas pelas anáguas mais engomadas que virão por baixo.

De fora para dentro, a abaixo do "quebra goma" também deve ser 5 cm mais curta que ele e assim sucessivamente, uma anágua em relação a outra. A largura delas também deve ser diferente uma da outra, entretanto de 10 cm em relação a anterior.

Nenhuma delas possui pala, como as saias, ou seja, são retas. Todas as anáguas devem ser entremeadas e com acabamento de bico em renda de algodão que suporta goma (rendas ou acabamentos sintéticos não suportam goma), sendo que o acabamento da externa deve ser mais apurado, rebuscado, tenro, visto que, sua barra tende a aparecer conforme o movimento e dança do Òrìsà. A última, interna, deve ser feita com um tecido mais encorpado e ter uma bainha de, aproximadamente, 20 cm de largura e textura de sua goma deve ser mais forte.

O uso do calçolão, similar ou uma saia mais leve (como de ração), por baixo, evita arranhões que a última anágua costuma causar nas pernas.

A mencionada goma pode ser feita de 2 formas, uma delas, ainda utilizada por muitas pessoas, é feita com amido de milho, mas não é o ideal tanto  quanto a durabilidade quanto no amarelado que proporciona no tecido branco à curto prazo e, ainda, pelo fato deste ter de ser utilizado quente, sendo difícil e perigoso. A segunda forma e mais conveniente é o pó de goma que não tem possui as dificuldades mencionadas acima.

A maior riqueza de um Candomblé não está na ostentação, mas sim, na alegria, na vibração, no bem estar e na simpatia entre membros da casa e visitantes e, principalmente, no respeito aos Orixás.

E você, quais as medidas que você utiliza nas suas anáguas? 

Um ótimo dia e muita paz!

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Crianças de axé!

Bom dia comunidade querida!!!

Vamos começar este final de semana conversando sobre a importância das crianças de nosso axé e, naturalmente, o contrário também, ou seja, a importância do nosso axe (nossa religião) para as crianças que fazem parte.

Essa é uma das conversas que requer maior participação de todas as que tivemos até hoje, eu acho, pois é um mix de polêmica, escolhas pessoais, preconceito e educação.

Antes de iniciar todo esse debate, rsrs..., vamos dar aquela olhadinha em mais um tecido belíssimo de nossa?


Tecido do tipo Estampado, 100% algodão e top em qualidade, possui 1,50m de largura/ 5,20m de comprimento, ou seja, bastante tecido e grandes possibilidades.

Como vocês já sabem, aceitamos 2 formas de pagamento: cartão de crédito (parcelamentos em até 6x sem juros) ou à vista (fazemos desconto neste caso).

Para maiores informações entre em nossa página do facebook, lá você encontra nossos telefones, endereço e pode nos enviar mensagem com suas dúvidas. Segue o link:



Vamos iniciar essa conversa falando sobre a importância da religião para as crianças.

Antes de mais nada, vamos relacionar os principais valores que a religião africana tem como base:

- Respeito aos mais velhos;
- Hereditariedade;
- Respeito a todas as diferenças;
- Respeito ao meio ambiente;
- Fraternidade;
- União;
- Amor.

Ou seja, segundo as crenças intrínsecas da religião africana em geral, as atuais lutas pela proteção ambiental, contra a homofobia, contra a intolerância religiosa, contra o mau trato aos idosos, a favor da construção de relações de gêneros inclusivas, contra a violência e contra o preconceito. Resumindo de forma generalizada, amor e respeito ao próximo, não importa credo, raça ou opções pessoais.

O objetivo dessas colocações é provar que a simples educação dentro de terreiros, através da religião africana, auxilia na formação da personalidade de crianças e, posteriormente, adultos de bom caráter, pacíficos, de boa educação e índole. 

A probabilidade de ver essas crianças em vídeos de violência contra idosos, crianças ou qualquer outro ser humano, sendo homofóbicos, ou racistas é bem pequena. Em uma de raízes negras, naturalmente, os brancos, mestiços, mulatos ou a raça que for não se preocupa em racismo, isso porque todos são iguais e isso é tão natural que as crianças aprendem conforme criam sua personalidade.

Com as colocações acima, podemos concluir que, religiões que incitam suas crianças a intolerância religiosa, havendo casos em escolas, por exemplo, de professores que chamam um aluno de "filho de diabo", porque frequenta uma casa de santo, ou onde esse aluno precisa dizer que está com leucemia para explicar sua cabeça raspada, ou ainda, devido a lei que divide aulas de religião por credo, mentir ao dizerem que são católicas para evitar o preconceito e ações violentas ou o buling devido a sua real crença, são as que criam o caos em nossa sociedade, em nosso mundo.

Esses grupos de pessoas, isso porque, obviamente, não são todos os seguidores dessas religiões que 
são realmente ignorantes, criam "verdades" sobre nossa religião sem qualquer conhecimento e ensinam-as aos seus seguidores de uma forma a incitar violências como a que ocorreu com a criança de 10 anos há não muito tempo porque vestia branco.

Não estou tentando, com essa conversa, incitar sentimento de vingança ou raiva, ou ressentimento. A ideia é reforçar que, com esse valores maravilhosos que nossa religião sempre teve, ela ultrapassou a escravidão, a perseguição policial e vai, também, ultrapassar a intolerância de agora. O nosso pais é, por nascença, uma diversidade cultural maravilhosa e, consequentemente, uma diversidade religiosa, sendo assim é preciso respeitar todas e absorver essa diversidade de forma natural. "É preciso trabalhar os aspectos culturais de todas as religiões, do judaísmo ao islamismo, do espiritismo ao catolicismo, das religiões neopentecostais às afro-brasileiras" (CAPUTO, Stela, 2012). 

Como relato histórico, houve, há alguns anos, uma tentativa de proibir crianças de frequentarem terreiros na Bahia. Por fim, essa iniciativa preconceituosa não vingou, mas deu o que falar.

A bem da verdade, foi uma briga que trouxe muitos benefícios a nossa religião e traz até hoje, isto porque, como mencionamos lá em cima a presença das crianças nos terreiros é de importância imensa.

A sabedoria que é passada aos filhos através da presença nos rituais e funções é de suma importância, e essas crianças que estão lá para absorver esses ensinamentos são o futuro e o legado da religião africana no Brasil com a manutenção dos valores sobre os quais conversamos mais acima.

É verdade que muitos pais evitam inserir seus filhos após tomarem sua decisão de entrar para a religião com receio de fazer, por eles, uma decisão séria e que pode haver complicadas consequências mais tarde. Mas a verdade é que é possível que as crianças frequentem sem uma ligação tão forte até o momento em que for delas mesmas a decisão de fazer parte, de uma forma, que isso não se torne um arrependimento ou algo do tipo.

E então o que vocês acharam do post de hoje? Qual a opinião de vocês a respeito? Quantas crianças frequentam seu terreiro? Aguardo o comentário de vocês ansiosamente!

Para deixar a conversa mais leve, segue um vídeo lindo de algumas de nossas crianças de axé.



Um ótimo sábado pessoal!



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A Ética em momentos de Àsèsè

Olá amigos e amigas!

Lembra que conversamos sobre Ética na religião há alguns posts? Hoje essa conversa continua, mas com um foco, o ritual de Àsèsè e o período posterior, ou seja, momentos difíceis em que o povo de Axé precisa manter a Ética e tentar ajudar ao invés de pensar nos próprios interesses.

Para não perdermos nossa tradição, vamos entrar, passando por nossa loja e dar aquela olhadinha em mais um dos nossos tecidos africanos verdadeiros e top em qualidade.


Este é mais um do tipo Estampado e pode ser adquirido agora mesmo ou fazendo uma visita em nossa loja. Como vocês já sabem é bem grande e dá para confeccionar várias roupas como saia rodada, pano de cabeça e da costa, bubu etc. Depende do seu objetivo.

Para maiores informações entre em contato conosco agora mesmo. Segue o link de nossa página no facebook onde você encontrar nossos telefones, endereço e por  onde você pode nos deixar uma mensagem.



A Ética, por si só, é um assunto difícil de ser abordado em qualquer área de nossa sociedade, seja a moral do convívio com amizades, relações amorosas ou em relacionamento profissionais. Naturalmente, quanto a religião não seria menos complicado, ainda mais em uma como a africana que tem por base a comunicação oral, sem veículo escrito para inúmeras tradições e sagrados. Entretanto, apesar da falta de um código de conduta físico e formal, existem normas convencionadas e posturas que direcionam, de fato, grande parte de nossas ações tanto fora, quanto dentro da religião.

Em geral, aqueles sem parâmetros éticos tendem a utilizar situações de baixa vulnerabilidade e aproveitar-se disso para garantir proveito próprio, ou seja, além de anti-éticos são egoístas e ambiciosos de maneira negativa.

O àsèsè, um ritual necessário e, ao mesmo tempo, doloroso e, neste momento de dificuldade, os Babalòrìsà e Ìyálòrìsà próximos do Sacerdote falecido prestam homenagem a ele (a) sendo solidários a dor dos filhos, orientando-os a respeito dos rituais e obrigações fúnebres com o objetivo de dar continuidade à casa.

Todavia, é comum esses mesmos sacerdotes utilizarem esta dor e vulnerabilidade para atrair os filhos daquela casa e convencê-los a mudar (de vez) para a sua casa, usurpar bens do falecido e, ainda, cobrar quantias altíssimas, desnecessariamente, para as obrigações que ali devem ser realizadas. 
Existem aqueles, também, que ao invés de utilizarem das tradições e costumes da casa para a realização das mesmas, assumem suas próprias tradições insultando, de certa forma, aquele templo em que estão.

A ética da religião, os costumes históricos e sagrados, defendem uma postura de suporte, apoio e manutenção das raízes ali criadas. O conforto ao filhos daquele sacerdote, sim, são necessários.

Como concorda a renomada Casa de Oxumarê através do facebook, 2013, postagem 05/11:

"No período em que o Terreiro fica de luto (alguns terreiros até 7 anos), os Sacerdotes com postura ética e religiosa devem orientar aos filhos daquela casa, que mesmo sem tocar, sem realizar obrigações, a casa está viva, pois o Òrìsà jamais morre e que devem respeitar o luto.
A Ética Moral Religiosa, diz também, que o Terreiro em luto deve estar voltado à sua ancestralidade pelo período convencionado (no mínimo 1 ano), respeitando o Esá do Sacerdote/Sacerdotisa. A Ética Moral e Religiosa apregoa que esse período deve ser respeitado à risca, pois mesmo os Deuses ficam em luto em razão da pessoa que os cultuou em vida."

O dever ético e moral dos Babalòrìsà e Ìyálòrìsà, nesse momento, é de conforto, instrução, orientação, apoio e aconselhamento para os filhos daquela casa mantenham sua força e seu caminho com o Orixá que lhes guiou durante muito tempo.

Esta foi uma conversa difícil, uma vez que é triste saber que tem pessoas tão pouco espiritualizadas em posições de tanto poder e prestígio a ponto de enfraquecer as raízes e costumes de nossa religião. A resposta, no entanto, é nos encher de conhecimento e aprendizado em nossa casa e respeitar não apenas nossos próximos ali, mas o tempo e, assim, garantir que nossa crença continue como uma religião forte e crescente evitando e desprezando, boicotando aqueles que tentam fazer o contrário e enfraquecer o que nós construímos.

Uma quarta maravilhosa para vocês!!!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Olorogum

Bom dia pessoal! Como vão todos?

Vocês conhecem o Ritual chamado Olorogum? Os que são do Candomblé com certeza, pois é um ritual próprio desta vertente. Mas você sabe como funciona?

Antes de conversarmos mais a respeito, vamos dar aquela fugidinha na loja para admirar mais um dos nossos tecidos africanos maravilhosos???


Este é mais um do tipo Estampado e 100% algodão, ou seja, top em qualidade!

Lembrando que aceitamos 2 formas de pagamento: cartão de crédito (parcelamentos em até 6x sem juros) ou à vista (fazemos desconto).

Entre em contato conosco agora mesmo e garanta já o seu antes que seja tarde! Segue o link de nossa página do facebook onde você encontra nossos telefones, endereço ou pode nos deixar uma mensagem para maiores informações.



O Ritual, em suma, acontece logo após o carnaval, em uma cerimônia em que todos os filhos de santo da casa, vestidos de branco, dançam ao som do Adahun (toque que tem por objetivo evocar os Òrìsàs à terra). Logo que todos eles se apresentam, os mesmos se recolhem para serem devidamente paramentados com suas vestes litúrgicas.

Em seguida, os Òrìsàs retornam em dois grupos distintos (“rivais”), carregando uma folha de Peregun na mão; na cabeça eles usam somente uma rodilha (cada grupo de uma cor). Os dois grupos de Òrìsàs simulam uma guerra (Olorogun). No final da cerimônia, o Òrìsà líder de cada grupo parte com uma Vara de Atori, que em sua extremidade leva um pequeno Apo (saco contendo elementos sagrados). Após a finalização da cerimônia a casa interrompe todas as suas atividades religiosas, sendo retomadas somente no sábado de aleluia.

Os antigos comentam que nesse período, os Òrìsàs que habitam as terras Brasileiras, vão até sua terra de origem, na África, para novamente absorver as energias que os originaram e para lutar. Ao longo de todo esse período, os santos de filhas(os) iniciadas(os) nessas casas, não manifestam em seus Ori.
É importante destacar que haviam, na África, períodos de resguardo de manifestação dos Òrìsàs e de atividades religiosas. Podemos recordar a passagem de Ògún que, após anos fora, não foi reverenciado por ninguém de sua chegada à sua cidade, Irê, o que despertou sua ira. Após o ocorrido, quando seu Pai chegou e viu a destruição que ele fizera, indagou sobre o que havia acontecido. Ògún, prontamente, explicou o que acontecera e, por conseguinte, foi advertido uma vez que todos estavam em resguardo religioso, não podendo lhe prestar homenagens.

Assim sendo, seja pelo Olorogun ou não, os Antigos Terreiros de Candomblé da Bahia, realizam um período de resguardo religioso. Há casas em que, por exemplo, esse período é de 7 dias e, em épocas distintas da quaresma.

Com conversamos nos 2 últimos posts, o período da quaresma foi escolhido historicamente e por motivos de perseguição. Mesmo anos após a abolição da escravatura, muitas casas sobreviveram à repressão através de argumentações com policiais, explicando que se travava de um culto ao deuses católicos quando não o era. Assim a festividade era permitida, portanto não se poderia argumentar se a festa estivesse sendo celebrada no período de resguardo da igreja católica. 

Dessa forma, percebemos que não há sincretismo acerca do Olorogun, inclusive porque muitos dos rituais que ocorrem, remetem-nos às passagens míticas dos Òrìsàs. É um belo ritual, cercado de mistérios e liturgia.

Ainda há recriminação a respeito, mas rituais como esse contribuíram de forma decisiva para que o Candomblé chegasse até os dias de hoje no Brasil.
(Créditos na formação do texto - Casa de Oxumarê)

E na sua casa? Vocês têm Olorogun? Ou ficam de recesso também?

Espero que o texto tenha sido produtivo e que esta terça seja de muita alegria!

Muito axé e paz!

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Quaresma e sua relação com Oloríogun

Bom dia amigos e amigos queridos!!!

Hoje vamos continuar nossa conversa sobre o post do carnaval, mas entrando no período que o sucede, a Quaresma, e relacionando-o com a religião africana de maneira geral.

Você já deu uma conferida nos maravilhosos tecidos africanos que temos em nossa loja? São 100% algodão top em qualidade e com valor super acessível!!! Não perca mais tempo e garanta já o seu!!


Mais um do tipo Estampado, possui a mesma metragem dos últimos que apresentamos, (1,50m/ 5,20m), ou seja, dá pra fazer bastante coisa!!!

Como temos a opção do parcelamento em cartão de crédito, você pode aproveitar e garantir o seu agora mesmo!!! De qualquer forma, se preferir o pagamento à vista, fazemos desconto.

Entre em contato conosco através de nossa página no facebook onde você pode deixar uma mensagem, encontrar nosso endereço ou nossos telefones. Segue o link:



Como já conversamos um pouco, o momento quaresmal constitui-se como momento litúrgico excepcional, nos quais os devotos são convidados a revisitarem suas vidas a partir da mensagem bíblica, penitenciando-se como preparação da celebração da Páscoa, isto é, da ressurreição de Cristo. A Páscoa é, pois, a experiência de um tempo mítico e cíclico, um encontro do fiel consigo mesmo e com Deus, na preparação do espírito para o espírito de Jesus. A Quaresma é, portanto, um período de introspecção cristã. Longe, então, do imaginário africano e afro-brasileiro.

Mas a verdade é que a Quaresma, como já mencionamos no último post, ainda é hoje, parte integrante do imaginário afro-brasileiro, muito vinculado á religião brasileira, por excelência, a Umbanda. O respeito Umbandista para com o período quaresmal é compreendido na lógica fundadora da sua matriz religiosa: a 'bricolagem' entre imaginários religiosos. Dessa forma, operando a partir de seu imaginário cristianizado, os terreiros de Umbanda - exceção feita a alguns africanizados - encerram as suas atividades religiosos e cobrem seus altares, normalmente de branco, em homenagem a Oxalá, o deus yorùbá sincretizado com Jesus e/ou deus abraâmico.

No caso do Candomblé a narrativa altera-se profundamente. O candomblé é herdeiro, sabemos, do trânsito atlântico. Embora herdeiro da experiência dos batuques de Senzala e dos Calundus mais urbanos, o Candomblé como o conhecemos é o resultado da experiência intra-africana em contexto urbano de finais do século XVIII. Enquanto a Umbanda nasce após a abolição da escravatura, em 1908, o Candomblé emerge em contexto esclavagista, 1780/90, e atravessa um período de mais de cem anos e intensa perseguição. Traz consigo toda uma herança colonialista marcada pela evangelização dos africanos (que começou na África), proibição e perseguição de manifestações religiosas, recalendarização do ano litúrgico de modo a fazer coincidir as festas dos deuses africanos (Orixás) como calendário litúrgico católico, aproveitando os dias sem trabalho em nome dos dias santos para a prática do Candomblé, num processo engenhoso amplamente conhecido como sincretismo afro-cristão.

No Candomblé o período quaresmal é conhecido por Olorogum, do Yorùbá Oloríogun, isto é, "senhor da guerra". Ora, tal definição contrasta profundamente com a ideia de paz, reflexão, introspecção característica da Quaresma. O Olorogum marca o final do ano litúrgico em alguns Candomblés, ano esse que retomaria no sábado de Aleluia. Este período litúrgico candomblecista é resultado das transformações históricas enunciadas, sabendo que o kojoda, o calendário yorùbá tem em 3 de Junho o co meço do ano novo yorùbá. O Olorogum que, em alguns terreiros tradicionais, é celebrado como uma disputa entre Xangô e Oxalá - o que poderá simbolizar uma disputa entre Oyó e Ìfe, as cidades mais importantes do Império Yorùbá - e em outros é dedicado, exclusivamente, a Oxalá.

No Olorogum não acontecem sacrifícios animais, embora sejam oferecidas comidas rituais não apenas aos Deuses, mas também a todos os participantes, servidas diretamente por todos os Orixás do terreiro devidamente incorporados em seus "cavalos". Há, ainda, o costume de proceder á guerra dos atòrís, longas varas, enfeitadas com tecido ou fita branca, numa guerra simbólica exatamente igual a praticada em Èjígbò para Òsògyìan.

Devido ao devir histórico do Candomblé, aos seus encontros religiosos com o imaginário cristão, é comum considerar-se que a quaresma representa, ainda, a reconstituição da criação do mundo por Òdududwà e que a sexta-feira santa representa a descida dos Òrìsàs do Orún (o espaço supra-sensível traduzido por 'além').
(créditos para construção de texto ao site cpcy de Portugal).

No próximo post, conversaremos um pouco mais sobre o Olorogum e sua representação.

Espero que nossa conversa tenha sido esclarecedora e, vamos para mais um domingo maravilhoso!

Muito axé a todos!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Carnaval - O que é e qual sua relação com a religião?

Olá Comunidade querida!

Nos últimos dias, infelizmente, não pudemos fazer posts devido a correria da vida, mas, vamos compensar hoje conversando sobre o Carnaval como eu havia prometido.

Para não perdermos a tradição, vamos passar pela loja para admirar mais um daqueles maravilhosos tecidos africanos?


A belezura acima é do tipo Estampado, 100% algodão e top em qualidade. Como vocês já sabem, os Estampados possuem 1,50m/ 5,20m a peça.

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Então, pessoal, vocês sabem como essa festa famosíssima chamada Carnaval, antigo entrudo, começou de fato?

Tem muita gente que critica o carnaval ou o idolatra sem saber que, na verdade, a comemoração estava diretamente relacionada ao Catolicismo.

Pois bem, vamos começar do início...

A bem da verdade, existem teorias que dizem que a festa neste período já acontecia a.C. pelos gregos em comemoração aos seus deuses, sendo assim, uma festa pagã, entretanto, foi adotada pelos católicos em torno de 590 d. C. 

A verdade é que foi relacionada a Quaresma, criada pelos católicos como uma espécie de resguardo do corpo humano e direcionamento do mesmo a religião ´pelo período de 40 dias denominado Quaresma que culmina na Páscoa. Segundo o catolicismo, durante os 40 dias anteriores à páscoa as pessoas não poderiam comer carne, beber bebida alcoólica e deveria se abster dos prazeres da carne. Essa era a teoria, não se pode saber exatamente se todos os católicos seguiam a risca todos os preceitos.

Devido ao longo período de esforço e abstinência as pessoas passaram a aproveitar ao máximo tudo o que não seria possível no dia anterior ao início do período, ou seja, a famosa terça-feira gorda.

Não uma relação direta, mas acredita-se que, devido a proximidade com o final de semana, a terça gorda, virou final de semana  gordo, feriado prolongado gordo e, em algumas cidades, mês gordo, como sabemos que acontece hoje em dia, com carnavais fora de época que começam um mês antes.

O carnaval em países da Europa, por exemplo, e outros continentes relembra a cultura local, muitos contam um pouco da sua história e cultura através de desfiles que são idênticos ano a ano. Tradição que passa de pai para filho, avô para neto. Em muitos locais, o baile de máscaras se mantém importante, principalmente na Itália, onde teve início. Na época, devido ao exagero aos prazeres da vida, para evitar problemas morais posteriores algumas pessoas, principalmente as mulheres, passaram a usar máscaras e escondendo sua verdadeira identidade.

No Brasil a festa tomou uma amplitude e característica peculiar, criando uma identidade única que se tornou tão famosa a ponto de vender uma ideia de carnaval completamente diferente do que era de fato, isto porque, o tal entrudo era muito mais popular e foi inicialmente introduzido pelos portugueses vindos do período áureo da produção açucareira madeirense e influenciado aqui, também, pelos escravos. A festa foi se moldando e adquirindo características específicas de acordo com as regiões.

Após a chegada da família Real Portuguesa no Brasil, o entrudo foi sendo reprimido em um intuito de civilizar a festa. Em finais do século XIX já existia diversos grupos carnavalescos, dos quais Chiquinha Gonzaga fazia parte e, durante o período das festas, estes grupos saiam às ruas fantasiados, cantando e desfilando, o que já iniciava um carnaval como o que conhecemos hoje.

O Carnaval do Rio de Janeiro está no livro dos Recordes com o Maior Carnaval do Mundo!

E quanto a relação do Carnaval com a religião? Por quê tanto se fala da relação com Exus e a festa ou o período de recesso de casas de Umbanda após a mesma?

A bem da verdade, não há qualquer relação real do Candomblé, da religião africana, com o Carnaval. A relação. na verdade é prática e ainda devido ao mesmo motivo pelo qual Ogum é chamado de São Jorge - O Sincretismo Religioso, como já conversamos anteriormente.

Como os escravos não podiam esboçar qualquer fé que não fosse católica, não era possível que eles fizessem qualquer comemoração e louvação aos Orixás no período da Quaresma, uma vez que os senhores não estavam fazendo comemorações, e isso acabou influenciando o calendário da religião no país durante muitos e muitos anos, o que vêm mudando aos poucos conforme os conhecimentos vão se espalhando.

Quantos aos Exus e Pombagiras, a bem da verdade, por serem divindades da festa, da vida mundana é mais do que natural sua relação com a vida boêmia e a festa de exageros e prazeres da carne, entretanto eles têm, ainda, a relação de proteção, uma vez que existem espíritos, que não conseguiram sua evolução e vagam em busca de satisfazer seus vícios materiais de alguma forma. Essa forma, em geral, é justamente nos momentos em que as pessoas estão mais vulneráveis e utilizando ou praticando justamente aqueles vícios mundanos, de forma que, uma semana antes do carnaval é feita a segurança de exu, ou seja, evitando que as energias negativas se aproximem mesmo em um momento propício.

Espero que nossa conversa tenha sido esclarecedora. Tentei ser o mais simples possível para não ser um post muito grande e para ficar bem explicado.

Quaisquer dúvidas, estou à disposição, basta deixarem seus comentários.

Uma noite maravilhosa a todos!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Porque Jogamos Água à Rua?

Uma boa tarde amigos e amigas!!!

Vamos conversar sobre o motivo de jogarmos água à rua ao entrarmos e sairmos da casa de Santo, por exemplo?!

Lembrando de dar aquela conferida em mais um dos tecidos africanos de super qualidade que ainda estão disponíveis em nossa loja.


A arte acima é mais um do tipo Estampado e, como vocês sabem é 100% algodão e possui 1.50m/ 5,20m, ou seja, além da qualidade do tecidos que é uma delícia ao toque, dá para fazer bastante roupa com a peça.

Você pode adquiri-lo através de cartão de crédito (parcelamento em até 6x sem juros) ou à vista (fazemos desconto neste caso).

Não perca mais tempo e entre em contato agora mesmo para maiores informações quanto a valores. Segue o link de nossa página no facebook onde você encontrar nossos números de telefone, o endereço de nossa loja e por onde você pode nos deixar uma mensagem para maiores informações.



A misteriosa Religião dos Òrìsàs é norteada de costumes e dogmas, um deles é aquilo que chamamos de “despachar a rua”, que condiz em jogar três punhados de água, antes de entrar ou sair de casa. 

Mas porque fazemos isso?

Primeiramente, é importante recordarmos a importância da água na nossa cultura. No Candomblé não se faz nada sem água, ela que umidifica, resfria e fertiliza. Nós mesmos, antes de nascermos, no útero de nossa mãe, ficamos o período gestacional na água do ventre materno, somente isso já seria o suficiente para sermos gratos à água diariamente, afinal, sem ela não existiríamos.

Há muitos momentos em que despachamos a porta. As ocasiões mais comuns são ao acordamos, ao sairmos de casa e ao retornarmos para casa. Mas não são somente nesses momentos. Por exemplo, há determinadas cantigas que retratam um momento de muita turbulência na vida do Òrìsà, podendo despertar sua cólera se entoadas em momentos inoportunos. Nessas situações, o Babalòrìsà ou Ìyálòrìsà, sempre atento, solicita à uma antiga egbon, que jogue água à rua, apaziguando o Òrìsà que foi recordado de um momento adverso em sua vida no Aye.

Em suma, em todos esses momentos, o objetivo é apaziguar. Há uma frase em yorùbá que diz “Somente a Água Fresca Apazígua o Calor da Terra”. Ao acordamos, despachamos a porta, recitando palavras que tem por objetivo, pedir que aquele dia seja de tranqüilidade e de harmonia. Quando estamos saindo de casa, jogamos água à rua, rogando à Èsù Oná (O Senhor dos Caminhos), que aquela água, apazigúe os caminhos que vamos percorrer e que, sobretudo, não nos deparemos com situações que nos exponha a riscos.

Ao entrar na Casa de Candomblé, por exemplo, despachamos a rua, pedindo licença aos Donos da Porteira, reverenciando-os sempre. Em muitas casas de Candomblé a porteira está sempre aberta, isso não significa que não há dono, muito pelo contrário. Nesse aspecto, pedimos licença (Ago) aos Donos da Porteira, mostrando nosso respeito e, pedindo que a água resfrie a terra, até o momento em que, vamos nos purificar por meio do Omi Ero ou Omi Agbo (banhos sagrados), para poder então, partilhar do convívio no Terreiro de Asè.

Por isso, jamais se esqueçam, apazíguem a terra antes de caminhar sobre ela.
(Créditos a Casa de Oxumarê, de cuja página no facebook o texto foi retirado.)

Espero que tenham apreciado nossa conversa de hoje e desejo a todos um restante de segunda repleta de alegria!!

domingo, 7 de fevereiro de 2016

O Pano da Costa

Olá amigos e amigas!

Como vão todos?? Espero que muito bem!

Para não deixar passar esse domingo de carnaval sem uma conversa nossa, vamos falar sobre o pano da costa, sua origem e importância?!

Falando nisso, vamos dar uma passadinha em  nossa loja e admirar alguns panos da costa.

Pano da Costa e Alaká - tecelagem.
O mesmo que acima, mas em detalhe - cor vinho com fios dourados.

O pano da costa é parte integrante da indumentária de baiana característica das ruas de Salvador e do Rio de Janeiro no século XIX. Usado sobre os ombros, o pano da costa teria, como principal função, de acordo com o pesquisador Raul Lody (2003), distinguir o posicionamento feminino nas comunidades afro-brasileiras. O nome pode ter derivado de sua origem (a Costa do Marfim, na África) ou do fato de ele ser usado preferencialmente jogado sobre os ombros e costas.  As fantasias da ala de baianas das escolas de samba frequentemente exibem panos da costa. Muitas vezes esses elementos são transfigurados para se adaptarem aos temas da roupa.

No Candomblé

Presença e distintivo do posicionamento feminino nas comunidades religiosas afro-brasileiras, o pano-da-costa, não é apenas um complemento da indumentária da mulher; é a marca do sentido religioso nas ações da mulher como iniciada ou dirigente dos terreiros, aqui no Brasil, claro. Observemos a profunda conotação sócia religiosa desse simples pedaço de tecido, que atua em tão diversificadas situações, desempenhando papéis dos mais significativos e necessários para a sobrevivência dos rituais africanos. O pano-da-costa é assim chamado por ter sido um tipo de tecido vindo da costa dos escravos, Costa Mina, Costa do Ouro. O tecido original foi substituído por outros tipos de tecidos, o que não diminui em nada as funções do pano-da-costa.

O pano-da-costa identifica a mulher feita, iniciada, aqui no Brasil, mesmo que ela não esteja de roupa de santo completa. 

A situação do pano-da-costa é de maior importância, se colocarmos a presença da mulher como símbolo do poder sócio-religioso e arquétipo dos valores mágicos da fertilidade, isso motivado pelas formas anatômicas características da mulher. O sentido protetor do pano-da-costa é outro aspecto que merece atenção.

As Yawos, ao terminar o período de feitura começam a travar seus primeiros contatos com o mundo exterior protegidas pelo pano-da-costa branco, que representa o prolongamento do Ala de Oxalá, envolvendo praticamente todo o seu corpo no grande pano-da-costa, procura manter os valores religiosos de sua feitura quando em contato com os valores profanos encontrados extramuros dos terreiros.

 O PANO-DA-COSTA é de uso exclusivo da mulher nos cultos africanos, porque uma das principais funções do mesmo é proteger os órgãos reprodutores das mulheres, das iyami.

Listrado, liso ou bordado em richelieu ou renda, é por meio dele que a mulher demonstra sua posição hierárquica na organização sócio-religiosa dos terreiros.

Conjunto de pano de cabeça e pano da costa em Richelieu.

Em Salvador/BA, mais precisamente no Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, a tecelagem tradicional do pano-da-costa está ligada ao uso e ao simbolismo sócio-religioso do tecido na composição das roupas rituais do candomblé. 

Nos rituais de sirrum/axexe as mulheres usam dois panos-da-costa branco: um protegendo seus ventres e outro sobre os ombros como uma capa que envolve todo o seu colo e seios.

O PANO-DA-COSTA deve ter 2,0 m de comprimento por 1 ,0 m de altura para que possa proteger os órgãos que necessitam de proteção. As famosas mães de santo não usam o pano-da-costa na cintura nunca

No Rio de Janeiro e outros estados, onde a chamada “evolução” está destruindo e recriando situações a bel prazer, convencionou-se que o pano-da-costa deve ser usado de acordo com a idade de santo, isto é, só usa preso acima dos seios aquelas que ainda são yawos. Está errado, pano-da-costa é para ser usado dessa forma mesmo independente da idade de feitura, quando muito, pode-se enrolar partindo de baixo dos seios.

Observem que os Orisa feminino (iyaba) usam o pano-da-costa, os Orisa masculino (oborò) usam o panos amarrados no ombro – banda - lembrando um ALAKA (esse sim pertence ao homem) ou amarrado para trás.

Em algumas casas  se encontra abiyan usando pano da costa, mas a fala da maioria é que os abiyans ainda não tiveram seus pontos de energias abertos durante uma feitura, portanto as mesmas não necessitam dessa proteção ainda.

Uma iniciada deve saber usar o pano da Costa, pois este é uma peça do vestuário muito importante. 

Outro fato relevante é quanto à estampa e cor do tecido. Segundo alguns, são adequadas as estampas em listras e quadros que lembram as formas presentes na indumentária nigeriana. Quando feitos de tecido liso, devem ser de cores claras: branca, bege, rosa ou azul claro. Nunca devem ser de cores quentes, berrantes, de seda ou estampados vivos, o que causaria “risos” entre as iniciadas mais antigas.

Pano da Costa no peito é demonstração de trabalho, assim usados no barracão, quando em função religiosa. Caso contrário, no dia-a-dia do terreiro pode ser “jogado” sobre o ombro direito e se mantém esticado ao longo do tronco. Não se “dança” sem esta peça da indumentária.

Mesmo fora do trabalho, para visita ou passeio o seu uso é indispensável. Em casas tradicionais, quando uma iniciada chega sem o pano da Costa é comum a proprietária do terreiro emprestar um à visitante, que, em sinal de educação ou respeito, coloca-o sobre o ombro direito ou, se entrar na roda, usa-o de maneira adequada à sua posição dentro da hierarquia do Candomblé; O pano da Costa é a peça de maior significado histórico dentro do vestuário africano, em conjunto com o torso. O uso de saia, Camisu ou bata e pano da Costa são indispensáveis dentro do Axé… A maneira de amarrar, colocar ou “enrolar” o pano varia de acordo com a situação, o ritual desenvolvido ou a posição hierárquica;
(Parte do livro Sobre o Signo de Omolu -Samuel Abrantes)

Conjunto de pano de cabeça e pano da costa em Richelieu.

Para adquiri-los você pode utilizar cartão de crédito (parcelamentos em até 6x sem juros) ou à vista (fazemos desconto neste caso).

Entre em contato conosco agora mesmo e agende uma visita em nossa loja! O agendamento não é obrigatório, mas oferece mais exclusividade no atendimento. Segue o link de nossa página onde você encontrar nossos telefones, endereço ou por onde você pode nos enviar uma mensagem.


Por hoje é só pessoal, uma fim de domingo de muita energia positiva!