sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Ainda sobre caráter - Parábola da Fidelidade

Boa tarde amigos e amigas de nossa comunidade!

Como vocês puderam ver, nossa conversa hoje é sobre a fidelidade na religião. Você sabe o que isso quer dizer? Afinal essa palavra é muito relacionada a relacionamentos amorosos, mas a verdade é que tem muito mais do que isso nesse significado e a abrangência faz parte, sim, do âmbito sagrado.

Vamos dar uma espiada rápida naquele tecido maravilhoso para continuarmos nossa conversa?!


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O texto abaixo foi extraído da internet e é muito bom! Infelizmente não temos o nome autor para poder dar-lhe os créditos, mas, se alguém da comunidade souber quem é e puder nos informar, agradecemos muitíssimo!

"Contam os nagôs ìgbó’s que, em uma época incontável, Òrunmìlà, certa noite, após ter andado pelo Mundo por um longo período juntamente com seus discípulos, pregando as boas novas e seus mandamentos, resolveu testar a amizade e a fidelidade dos seus seguidores. Após ter feito vigília durante toda uma noite, ele aguardou os primeiros raios do Sol surgirem no Leste, para chamar à sua presença seus discípulos, os Dezesseis Conselheiros. Quando todos se apresentaram, Òrúnmìlà disse-lhes: ‘Quero que vocês tragam para mim a fórmula mágica do Rere Àilópin (O Bem da Longevidade).’ Seus discípulos imediatamente lhe perguntaram: ‘Viveremos também longa vida, caso a encontremos?’. Ele respondeu-lhes: ‘Aquele que a achar e à minha presença trouxer, comigo terá longa duração de vida’. 
Imediatamente, os conselheiros saíram à procura do tão bem-querer, para poderem desfrutar do mesmo juntamente com Òrunmìlà. Após vários dias de jornada, os conselheiros, cansados e debilitados, resolveram voltar para casa, desistindo, dessa maneira, de procurar ‘O Bem-querer’ solicitado pelo amado mestre. Ao chegarem próximo da residência dele, observaram que diversas pessoas do vilarejo corriam pelas ruas em prantos, outras faziam grandes alaridos pronunciando: ‘Òrunmìlà npaláro, Ìkú nmúkurò (Òrunmìlà morreu, Ìkú o levou embora)’.
Após ouvirem as lamentações, os conselheiros aceleram os passos em direção à casa do tão amado mestre. Quando da morada do mesmo se aproximaram, mal conseguiam se locomover entre as pessoas que se aglomeravam diante da mesma. Com sacrifício e rudeza, conseguiram adentrar a casa do mestre. Lá estava, inerte sobre o leito, o corpo do amado líder espiritual.
Nesse meio tempo, os dezesseis conselheiros ficaram parados tais quais estátuas diante do corpo apático de Òrunmìlà. Entremente, um a um foi se retirando lentamente do local, pronunciando: ‘De que valeu sairmos em busca do Bem da Longevidade? Nosso mestre está morto, não o temos mais, mesmo que tivéssemos achado esse bem, não saberíamos utilizar a fórmula. Está tudo acabado! Nada mais temos a fazer a não ser pedir o povo do local que o enterre para nós’. 
Em seguida, logo após solicitar que sepultassem o corpo, os conselheiros seguiram viagem afora, dizendo que iriam, a partir daquela data, pregar mundo afora os ensinamentos que lhes foram dados por seu amado mestre. Todos se retiraram, com exceção de Elégbará, seu amigo inseparável, que havia chegado naquele momento e que, debruçado, ficou sobre o corpo inerte.
No momento em que o Olóri Õgá Ìlétò (Chefe Supremo do Vilarejo) ia dar início ao translado do corpo para a sepultura, Elégbára começou a chorar incessantemente sobre o corpo de Òrunmìlà. Por mais que tentassem tirá-lo, mais ele se agarrava ao cadáver. Em determinado momento, todos os presentes viram as mãos do cadáver se moverem em direção à cabeça de Elégbára. Este, estatelado, ao colocar suas mãos sobre as que lhe acariciavam os cabelos, viu que se tratava de um afago de seu tão amado mestre. Sem nada entender, lhe pergunta: ‘Como é possível isto? Tu não estavas morto ainda pouco? Porventura deram-te escondido de mim a fórmula do Bem da Longevidade, que mandaste buscar e, após ingeri-la, ressuscitaste?’
Òrunmìlà continuando a acariciar-lhe os cabelos disse-lhe: ‘Decidi, após uma noite de vigília, fingir que havia morrido para testar a fidelidade e a veneração de todos ao meu redor.’ Continuando o diálogo, disse: ‘Estou desapontado! De todos que vivem à minha volta, tu foste outra vez o único que não me decepcionou.’ 
Em continuidade ao colóquio, perguntou a Elégbára: ‘Por que raspaste a cabeça somente dos lados deixando o restante dos cabelos no alto, na nuca e ao centro, ficando o mesmo com um formato de falo?’ ‘Mestre, eu estava em fase de preparatório para ser iniciado em teus mistérios, quando soube da notícia da tua morte. Imediatamente, deixei tudo para trás e vim correndo ver-te pela última vez.’ Disse-lhe.
Òrunmìlà, ao admitir e comprovar com aquele gesto a dedicação e fidelidade de Elégbára, abraçou o amigo dizendo-lhe: ‘Desejo que deixes teus cabelos crescerem desta forma, isto é, raspado aos lados e no meio não, pois este penteado será, a partir de hoje, o símbolo da nossa amizade e do meu agradecimento.’"
Comentários: O mito acima, apesar de nos mostrar uma prova de amizade, dedicação e fidelidade, mostra-nos também o quanto Elégbára e Òrunmìlà são intrínsecos quanto ao destino dos seres humanos, uma vez que Òrúnmìlà é a revelação e Èsù, o princípio, o "dinâmico" e o "apático".

Além disso, podemos perceber que os mais fiéis ao Zelador de Santo, à Mãe ou Pai pequeno, aos cargos da casa são os mais reconhecidos por seus esforços e amizades, são também os mais recompensados com o aprendizado pois estão sempre por perto para ouvir, portanto, a lição que eu tiro disso é que devemos sempre fazer questão de ser fiéis, amar nosso zelador de verdade, enxergar, de fato, nos cargos e nos irmãos de Santo uma família que merece respeito, amor e fidelidade, bem como nosso queridos Orixás.

Vale lembrar que aqueles que, em algumas vezes não podem estar presentes não serão julgados ou condenados por isso recebendo menos aprendizado. Não é assim que uma casa funciona, mas mostrar interesse, se esforçar para fazer parte de forma presencial, sem dúvida, é ser fiel e fazer parte da família.

Um dia de branco maravilhoso para todos!!!

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