Bom dia comunidade querida!
Como combinamos ontem, vamos continuar nossa conversa a respeito da Criação do Mundo e a importância da Consulta a Ifá e da realização das oferendas ao Senhor do Caminho.
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"...Nesse meio tempo, Odùduwà,
que foi consultar Ifá, fazia suas oferendas à Èsù. Seguindo os conselhos dos
Babaláwos, ele trouxera cinco galinhas, das que têm cinco dedos em cada pata,
cinco pombos, um camaleão, dois mil elos de cadeia e todos os outros elementos
que acompanham o sacrifício. Èsù apanhou estes últimos e uma pena da cabeça de
cada ave e devolveu a Odùduwà a cadeia, as aves e o camaleão vivos.
Odùduwà consultou outra vez
os Babaláwos que lhe indicaram ser necessário, agora, efetuar um ebo, aos pés
de Olórun, de duzentos ìgbín, os caracóis que contêm o "sangue
branco", "a água que apazigua", Omí-Èrò. Quando Odùduwà levou o
cesto com ìgbín, Olórun aborreceu-se vendo que Odùduwà ainda não tinha partido
com os outros. Odùduwà não perdeu sua calma e explicou que estava obedecendo as
ordens de Ifá. Foi assim que Olórun decidiu aceitar a oferenda e ao abrir seu
Àpére-Odù - espécie de grande almofada onde geralmente ele está sentado - para
colocar a água dos ìgbín, viu com surpresa, que não havia colocado no Àpò Ìwà -
bolsa da existência - entregue a Obàtálà, um pequeno saco contendo a terra. Ele
entregou nas mãos de Odùduwà para que ele, por sua vez, a remetesse a Obàtálà.
Odùduwà partiu para
alcançar Obàtálà. Ele o encontrou inanimado ao pé da palmeira, contornado por
todos os Òrìsàs que não sabiam o que fazer. Depois de tentar em vão acordá-lo,
ele apanhou o Àpò Ìwà que estava no chão e voltou para entregá-lo a Olórun.
Este decidiu, então, encarregar Odùduwà da criação da terra. Na volta de
Odùduwà, Obàtálà ainda dormia; ela reuniu todos os Òrìsàs e explicou-lhes que
fora delegada por Olórun e eles dirigiam-se todos juntos para Òrun Àkàsò por
onde deviam passar para assim alcançar o lugar determinado por Olórun para a
criação da terra.
Èsù, Ògún, Òsóòsì e Ìja
conheciam o caminho que leva às águas onde iam caçar e pescar. Ògún ofereceu-se
para mostrar o caminho e converteu-se no Asiwajú e no Olúlànà - aquele que está
na vanguarda e aquele que desbrava os caminhos. Chegando diante do
Òpó-Òrun-Oún-Àiyé, o pilar que une o Òrun ao mundo, eles colocaram a cadeia ao
longo da qual Odùduwà deslizou até o lugar indicado por cima das águas.
Ela lançou a terra e enviou
Eyelé, (a pomba), para esparramá-la. Eyelé trabalhou muito tempo. Para apressar
a tarefa, Odùduwà enviou cinco galinhas de cinco dedos em cada pata. Estas
removeram e espelharam a terra imediatamente em todas as direções, à direita, à
esquerda e ao centro, a perder de vista. Elas continuaram durante algum tempo,
Odùduwà quis saber se a terra estava firme. Enviou um camaleão que, com muita
precaução, colocou primeiro uma pata, tateando, apoiando-se sobre esta pata,
colocou a outra e assim sucessivamente até que sentiu a terra firme sobre suas
patas (Olé? "ela está firme?" Kole "ela não está firme?").
Quando
o camaleão pisou por todos os lados, Odùduwà tentou por sua vez. Odùduwà foi a
primeira entidade a pisar na terra, marcando-a com sua primeira pegada. Essa
marca é chamada de Esè Ntaiyé Odùduwà. Atrás de Odùduwà vieram todos os outros
Òrìsàs, colocando-se sob sua autoridade. Começaram a instalar-se..."
Por hoje é isso, pessoal, mas amanhã finalizaremos essa maravilhosa conversa que prende a nossa atenção.
Uma quarta de muita alegria!!
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