domingo, 6 de dezembro de 2015

Artefatos, cultura e história pelo mundo

Olá comunidade querida!!!!

É com uma alegria imensa que início o post de hoje e venho conversar cm vocês sobre as inúmeras obras de arte que eram , na verdade, utensílios e estão espalhados pelos museus do mundo contando um pouco da história da África, este país imenso e tão cheio de riquezas culturais para oferecer e encantar.

Estive conhecendo alguns desses museus, e gostaria de mostrar um pouco do que eu descobri por lá.

O que acha de embarcar comigo nessa viagem?


Como mencionei acima, são muitos os grandes museus espalhados pelo mundo que contam a história da África e seus diferentes povos através de obras de arte, artefatos de cozinha, roupas e tecidos, explicando a utilização e sua importância. Infelizmente ainda não consegui visitar o maior deles, que fica na Bélgica, mas vamos começar conversando sobre um muito importante e interessante que é o British Museum, ou seja, Museu Britânico que fica em Londres.

Lembrando da importância do metal na cultura africana, seu desenvolvimento e a diversificação de status e poder que surgiu do seu descobrimento e utilização, transcrevo abaixo da foto respectiva as informações dadas pelo museu:


"A miraculosa transformação, através do fogo, de rocha em metal fundido criou o material do qual artefatos culturais eram forjados. A fundição se tornou uma metáfora para criação e procriação; na mitologia de algumas sociedades africanas o Deus Criador é um ferreiro (como nós já sabemos bem, não é mesmo?! hehehe). Essa mitologia investiu objetos de metais, incluindo ferramentas de agricultura, moeda e, particularmente, armas, com um potencial especial. Em diferentes maneiras o próprio ferreiro era - e ainda é - visto como detentor de poderes mágicos e que se empenha em práticas secretas que o separa do resto da comunidade.
A fundição do metal, muitas vezes feitas em grandes e complexos fornos, seguida pela fundição do resultado de barras de metais fundidos em artefatos com lâminas podem ser vistos como a alta tecnologia da cultura material africana pré-industrial. neste sentindo, tinha muito em comum com as armas e tecnologia de indústrias de sociedades contemporâneas industrializadas ao redor do mundo. Entretanto, a extraordinária variedade de formas e beleza nesses artefatos os eleva do reino de utilitários para arte virtuosa e sugere um significado mais profundo na sua função. Artistas contemporâneos africanos, tanto homem quanto mulher, continuam a explorar e expandir essas tradições de trabalho em metal."


Ainda conversando sobre o metal, há a sua utilização como armas, como foi descrito acima, e armaduras. Seguem as informações fornecidas neste contexto pelo museu:

"Muitos exemplos de armas africanas metálicas e com lâminas foram, inevitavelmente, adquiridos por poderes europeus coloniais durante o século 19. Estes artefatos e a complexa tradição que inspirou sua produção foram, posteriormente, reprimidos, muitas vezes, impiedosamente, pelas autoridades coloniais na África. Escudos, capacetes e armaduras, que eram bastante utilizadas não apenas como proteção ao ferro, mas também como demonstração de afiliação étnica ou status, começou a perder sua significância.
Inicialmente, quando exibidas no Oeste, as armas e armaduras africanas eram vistas por muitos como símbolos materiais da selvageria primitiva a qual o continente estava entregue. Adicionando insultos ao prejuízo, elas foram largamente omitidas de sérios estudos e exibições  de material cultural africano durante o período pós-colonial, em parte devido ao medo da conotação negativa, em parte por ignorância sobre o verdadeiro significado social e a arte de sua produção.
A reverência com a qual estes artefatos continuam a ser vistos em muitas sociedades africanas hoje requer uma reavaliação da sua utilização passada e presente - não apenas no âmbito de guerra e caça, mas em contextos ritualísticos, políticos, mágicos e religiosos, econômicos e, até, esportivos."

Bom pessoal, como nossa conversa já está ficando grandinha, vou deixar para falar um pouco mais sobre as informações a respeito de roupas e instrumentos no próximo domingo, ok?!

Espero que vocês tenham gostado da conversa de hoje, porque eu achei tão interessante tudo isso que quis muito compartilhar com vocês.

Se tiverem qualquer pergunta ou comentário a adicionar, fique à vontade!

Para manter a tradição, seguem alguns tecidos africanos e verdadeiros com os quais trabalhamos e que podem ser adquiridos por vocês!

Alguns tecidos poderão ser adquiridos  no Encontro de tecidos Africanos e Richelieu que acontecerá nso dias 12 e 13/12!

Faça agora mesmo sua inscrição e confirme sua presença na página do evento!


E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
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Tenham um ótimo domingo e até amanhã!!!!

Ewá - Lenda por Reginaldo Prandi

Bom dia comunidade querida!!!

Finalizando este lindo sábado, vamos conversar sobre Ewá! Isso mesmo, uma das mais misteriosas Iabás.

Assim, como todos sabem são muitos os mistérios de Ewá, um deles é o pôr do sol, você sabia?! POis é...

Na lenda que Prandi descreve em seu livro "Mitologia dos Orixás", podemos conhecer mais um dos seus mistérios. O que acha? Uma boa, não é mesmo?! Então me acompanhe!


"Filha de Nanã também é Ewá. 

Ewá é o horizonte, o encontro do céu com a terra. É o encontro do céu com o mar. 

Euá era bela e iluminada, mas era solitária e tão calada. 

Nanã, preocupada com sua filha, pediu a Orunmilá que lhe arranjasse um amor, que arranjasse um casamento para Ewá. Mas ela desejava viver só, dedicada à sua tarefa de fazer criar a noite no horizonte, mandando sol com a magia que guarda na cabeça adô. 

Nanã porém, insistia em casar a filha.

Ewá pediu então ajuda a seu irmão Oxumarê. O Arco-Íris escondeu Ewá no lugar onde termina o arco de seu corpo. Escondeu Ewá por trás do horizonte e Nanã nunca mais pôde alcançá-la. 

Assim os dois irmãos passaram a viver juntos, lá onde o céu encontra a terra. Onde ela faz a noite com seu adô."

Essa preferência de Ewá querer viver só não é muito comum, não é mesmo?! E é uma dos mistérios deste Orixá ainda pouco conhecido. Isto porque muitos de seus fundamentos, assim como a Iabá devem permanecer sagrados, ou seja, segredo...

Seguem algumas opções de tecidos africanos que podem ser utilizados nas roupas sagradas da mesma.

Alguns tecidos poderão ser adquiridos  no Encontro de tecidos Africanos e Richelieu que acontecerá nso dias 12 e 13/12!

Faça agora mesmo sua inscrição e confirme sua presença na página do evento!


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Por hoje é só pessoal! Aguardo vocês amanhã!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Oxalá - Lenda por Reginaldo Prandi

Olá, olá amigos e amigas!!!

Finalizando a semana com chave de ouro, vamos conversar sobre a lenda que Prandi descreve em seu livro.

Você sabia como a Galinha d'Angola surgiu? Não?! 

Foi Oxalá com seus poderes, mas você sabe o por quê? E não é só isso! Existe uma informação ainda mais sagrada na conversa de hoje!!! Vem comigo!


"Há muito tempo, a Morte instalou-se numa cidade e dali não quis mais ir embora.

A mortandade que ela provocava era sem tamanho e todas as pessoas do lugar estavam apavoradas, a cada instante tombava mais um morto.

Para a Morte não fazia diferença alguma se o defunto fosse homem ou mulher, se o falecido fosse velho, adulto ou criança. 

A população, desesperada e impotente, recorreu a Oxalá, rogando-lhe que ajudasse o povo daquela infeliz cidade.

Oxalá, então, mandou que fizessem oferendas, que ofertassem uma galinha preta e o pó de giz efum, fizeram tudo como ordenava Oxalá. Com o efum pintaram as pontas das penas da galinha preta e em seguida a soltaram no mercado.

Quando a Morte viu aquele estranho bicho, assustou-se e imediatamente foi-se embora, deixando em paz o povo daquela cidade. 

Foi assim que Oxalá fez surgir a galinha d’angola. 

Desde então, as iaôs, sacerdotisas dos orixás, são pintadas como ela para que todos se lembrem da sabedoria de Oxalá e da sua compaixão."

Os que são da religião sabem que a galinha da Angola tem uma importância fundamental, não é mesmo?! 

E você, tem algo a acrescentar a respeito?

Seguem, os tecidos africanos que podem ser utilizados na confecção das roupas sagradas de Oxalá.

Lembro, mais uma vez, que alguns tecidos poderão ser adquiridos  no Encontro de tecidos Africanos e Richelieu que acontecerá nso dias 12 e 13/12!

Faça agora mesmo sua inscrição e confirme sua presença na página do evento!


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Nossa conversa continua amanhã, pessoal, e vamos falar sobre... EWÁ!!!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Ossaim - Lenda por Reginaldo Prandi

Bom dia queridos e queridas!!!

Vocês se lembram da lenda sobre o voo das folhas de Ossaim sobre a qual conversamos há alguns posts atrás? Você pode relembrar através do link abaixo:


Hoje vamos voltar a conversar sobre a mesma lenda, entretanto, através de uma vertente diferente, a de Prandi em seu livro Mitologia dos Orixás. Você já conhece?

O início da lenda é o mesmo, mas o final... Vamos conferir?!


"Ossaim, filho de Nanã e irmão de Oxumarê, Ewa e Obaluaê, era o senhor da folhas, da ciência e das ervas, o orixá que conhece o segredo da cura e o mistério da vida. 

Todos o orixás recorriam a Ossaim para curar qualquer moléstia, qualquer mal do corpo. Todos dependiam de Ossaim na luta contra a doença. Todos iam à casa de Ossaim oferecer seus sacrifícios. Em troca Ossaim lhes dava preparados mágicos: banhos, chás, infusões, pomadas, abo, beberagens. Curava as dores, as feridas, os sangramentos; as desinteiras, os inchaços e fraturas; curava as pestes, febres, órgãos corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de todos os males.

Um dia Xangô, que era o deus da justiça, julgou que todo os orixás deveriam compartilhar o poder de Ossaim, conhecendo o segredo das ervas e o dom da cura. Xangô sentenciou que Ossaim dividisse suas folhas com os outros orixás. Mas Ossaim negou-se dividir suas folhas com os outros Orixás. 

Xangô então ordenou que Iansã soltasse o vento e trouxesse ao seu palácio todas as folhas das matas de Ossaim para que fossem distribuídas aos Orixás. Iansã fez o que Xangô determinara. Gerou um furacão que derrubou as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao palácio de Xangô.

Ossaim percebeu o que estava acontecendo e gritou: 
Euê uassá! (As folhas funcionam!).

Ossaim ordenou que as folhas voltassem às suas matas e as folhas obedeceram às ordens de Ossaim. 

Quase todas as folhas retornaram para Ossaim. As que já estavamem poder de Xangô perderam o axé, perderam o poder de cura.

O orixá-rei, que era um orixá justo, admitiu a vitória de Ossaim. Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo de Ossaim e que assim devia permanecer através dos séculos. 

Ossaim, contudo, deu uma folha a cada orixá, deu uma euê pra cada um deles. Cada folha com seus axés e seus ofós, que são as cantigas de encantamento, sem as quais a folhas não funcionam. Ossaim distribuiu as folhas aos orixás para que eles não mais o invejassem. Eles também podiam realizar proezas com as ervas, mas os segredos mais profundos ele guardou para si.

Ossaim não conta seus segredos para ninguém, Ossaim nem mesmo fala. Fala por ele seu criado Aroni. 

Os orixás ficaram gratos a Ossaim e sempre o reverenciam quando usam as folhas."

Interessante esse final, não é mesmo?! E o segredo das folhas permanece com Ossaim.

Assim, como os tecidos africanos abaixo, que podem ser utilizados na confecção de suas roupas sagradas. Lembrando que eles são verdadeiros, 100% algodão e você adquirí-los através de encomenda.

Alguns tecidos também poderão ser adquiridos  no Encontro de tecidos Africanos e Richelieu que acontecerá nos dias 12 e 13/12!

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A conversa de hoje foi super agradável e aguardo vocês para a de amanhã que será sobre o pai do branco, Oxalá!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Oyá - Lenda por Reginaldo Prandi

Bom dia amigos e amigas!!!

Vocês já conhecem a história do momento em que Ogun Mejê surgiu e Oyá se transformou em Iansã?

Reginaldo Prandi descreve a lenda em seu livro "Mitologia dos Orixás".

O que acham de conferir na íntegra? Vem comigo!


"Antes de tornar-se esposa de Xangô, Oyá vivia com Ogun. Ela vivia com o ferreiro e ajudava-o em seu ofício, principalmente manejando o fole para ativar o fogo na forja. 

Certa vez Ogun presenteou Oyá com uma varinha de ferro, que deveria ser usada num momento de guerra. A varinha tinha o poder de dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres. Ogun dividiu esse poder com a mulher.


Na mesma aldeia morava Xangô, ele sempre ia à oficina de Ogun apreciar seu trabalho e em várias oportunidades arriscava olhar para sua bela mulher. Xangô impressionava Oyá por sua majestade e elegância. Um dia os dois fugiram para longe de Ogun, que saiu enciumado e furioso em busca dos fugitivos. 

Quando Ogun os encontrou, houve uma luta de gigantes. Depois de lutar com Xangô, Ogun aproximou-se de Oyá e a tocou com sua varinha, e nesse mesmo tempo Oyá tocou Ogun também, foi quando o encanto aconteceu: Ogun dividiu-se em sete partes, recebendo o nome de Ogun Mejê, e Oyá foi dividida em nove partes, sendo conhecida como Iansã, (Iyámesan), a mãe transformou-se em nove."

Interessante, não?! Você já conhecia?

Como sempre, seguem, abaixo, as opções de tecidos africanos verdadeiros que podem ser utilizados para confecção das roupas sagradas de Oyá.

Lembro, mais uma vez, que alguns tecidos poderão ser adquiridos  no Encontro de tecidos Africanos e Richelieu que acontecerá nso dias 12 e 13/12!

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Até amanhã pessoal!!!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Oxumarê - Lenda por Reginaldo Prandi

Boa tarde comunidade querida!!!

Sabem aquele lindo fenômeno que acontece no céu após o fim da chuva? Ele mesmo, o arco-íris...

Pois então, o mesmo Orixá arco-íris se tornou cobra, você sabia?!

E você sabe como isso aconteceu?

O que acha de conferir a lenda, descrita por Prandi em seu livro, que explica justamente isso?


"Oxumarê era um rapaz muito bonito e invejado, suas roupas tinhas todas as cores do arco-íris e suas jóias de ouro e bronze faiscavam de longe. Todos queriam aproximar-se de Oxumarê, mulheres e homens, todos queriam seduzi-lo e com ele se casar.


Mas Oxumarê era também muito contido e solitário, preferia andar sozinho pela abóbada celeste, onde todos costumavam vê-lo em dia de chuva.


Certa vez Xangô viu Oxumarê passar, com todas as cores de seu traje e todo brilho de seus metais, Xangô conhecia a fama de Oxumare de não deixar ninguém dele se aproximar, preparou então uma armadilha para capturar o Arco-Íris. Mandou chamá-lo para uma audiência em seu palácio e, quando Oxumarê entrou na sala do trono, os soldados de Xangô fecharam as portas e janelas, aprisionando Oxumarê junto com Xangô.

Oxumarê ficou desesperado e tentou fugir, mas todas as saídas estavam trancadas pelo lado de fora. Xangô tentava tomar Oxumarê nos braços e Oxumarê escapava, correndo de um canto para outro. Não vendo como se livrar, Oxumarê pediu ajuda a Olorum e Olorum ouviu sua súplica.

No momento em que Xangô imobilizava Oxumarê, ele foi transformado numa cobra, que Xangô largou com nojo e medo. A cobra deslizou pelo chão em movimentos rápidos e sinuosos. Havia uma pequena fresta entre a porta e o chão da sala e foi por ali que escapou Oxumarê."

Assim livrou-se Oxumarê do assédio de Xangô. Quando Oxumarê e Xangô foram feitos orixás, Oxumarê foi encarregado de levar água da Terra para o palácio de Xangô no Orum, mas Xangô não pode nunca aproximar-se de Oxumarê."


E, para finalizar nossa conversa com chave de ouro, seguem opções de tecidos que podem ser utilizados na confecção de vestimentas sagradas para o Orixá arco-íris.

Lembrando que vocês poderão adquirir alguns tecidos como esses no Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu que será realizado nos dias 12 e 13/12 de 16h às 20h.

Para participar, basta fazer sua confirmação no link do dia em que você deseja participar e nos enviar o seu número de telefone e/ ou e-mail.




Se você tem interesse em participar do evento, não perca mais tempo e faça a sua inscrição agora mesmo!

E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
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Essa foi mais uma conversa super agradável!!! Aguardo vocês amanhã!

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Omolu/ Obaluaiê - Lenda por Reginaldo Prandi

Olá pessoal!!!

Antes tarde do que nunca, não é mesmo?!

Hoje vamos conversar mais uma vez sobre o curandeiro? Você sabe quem ele é, não é mesmo?! Se não, nos acompanhe e, se sim, vamos conferir a lenda descrita por Prandi na íntegra em seu livro "A Mitologia dos Orixás"!!


"Quando Omolu era um menino de uns doze anos, saiu de casa e foi para o mundo para fazer a vida. 

De cidade em cidade, de vila em vila, ele ia oferecendo seus serviços, procurando emprego. Mas Omolu não conseguia nada. Ninguém lhe dava o que fazer, ninguém o empregava, e ele teve que pedir esmola. Mas ao menino ninguém dava nada, nem do que comer, nem do que beber. 

Tinha um cachorro que o acompanhava e só. Omolu e seu cachorro retiraram-se no mato e foram viver com as cobras. 

Omolu comia o que a mata dava: frutas, folhas e raízes. Mas os espinhos da floresta feriam o menino. As picadas de mosquitos cobriam-lhe o corpo. Omolu ficou coberto de chagas. Só o cachorro confortava Omolu, lambendo-lhe as feridas. 

Um dia, quando dormia, Omolu escutou uma voz:
- Estás pronto. Levanta e vai cuidar do povo.

Omolu viu que todas as feridas estavam cicatrizadas. Não tinha dores nem febre. Omolu juntou as cabacinhas, os atos, onde guardava água e remédios que aprendera a usar com a floresta, agradeceu a Olorum e partiu.

Naquele tempo uma peste infestava a Terra. Por todo lado estava morrendo gente, todas as aldeias enterravam seus mortos. 

Os pais de Omolu foram ao babalaô e ele disse que Omolu estava vivo e que ele traria a cura para a peste. 

Todo lugar aonde chegava, a fama precedia Omolu. Todos esperavam-no com festa, pois ele curava. Os que antes lhe negaram até mesmo água de beber agora imploravam por sua cura. 

Ele curava a todos, afastava a peste. Então dizia que se protegessem, levando na mão uma folha de dracena, o peregum, e pintando a cabeça com efum, ossum e uági, os pós branco, vermelho e azul usados nos rituais e encantamentos. Curava os doentes e com o xaxará varria a peste para fora da casa, para que a praga não pegasse outras pessoas da família. Limpava as casas e aldeias com a mágica vassoura de fibras de coqueiro, seu instrumento de cura, seu símbolo, seu cetro, o xaxará.

Quando chegou em casa, Omolu curou os pais e todos estavam felizes. Todos cantavam e louvavam o curandeiro e todos o chamaram de Obaluaê, todos davam vivas ao Senhor da Terra, Obaluaê."

Seguem, mais uma vez, os tecidos africanos verdadeiros que podem ser utilizados na confecção das vestimentas de Orixá curandeiro para que possam fazer a encomenda de vocês, já garantindo, pelo menos, um.

Alguns tecidos também poderão ser adquiridos no Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu a ser realizados nos dias 12 e 13/12 no Rio de Janeiro! Para participar basta fazer sua inscrição através de e-mail ou facebook enviando seu nome, telefone, e-mail e dia de comparecimento.

Se você tem interesse nos tecidos e/ou Richelieu, não perca mais tempo e faça a sua encomenda agora mesmo através de:
E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
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Obrigada pela presença e até amanhã!

domingo, 29 de novembro de 2015

Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu

Olá comunidade querida!!!

Como vão todos???

Vocês estão lembrados do nosso post sobre tecidos africanos?? Não? Vocês podem conferir no link:


Pois então, é disso que conversaremos um pouco hoje...


Vocês estão lembrados que o Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu está chegando???

Pois é!!

Será nos dias 12 e 13/12!!! Isso significa que, mesmo que você tenha algum compromisso inadiável no sábado, por exemplo, trabalho, você ainda tem a oportunidade de comparecer no domingo!!!


Será um encontro para expor nossos tecidos, tomar um café juntos (as), conversar um pouco mais sobre essa cultura maravilhosa e te oferecer a oportunidade de adquirir um ou mais para você!



Ou seja, você terá a oportunidade de conferir os tecidos feitos através das técnicas mencionadas no post do link acima e ainda, poderá adquirir uma dessas maravilhas!



Vale lembrar que a quantidade é limitada, desta forma, o quanto antes vocês confirmar sua presença, melhor, pois guardamos sua vaga.



Você precisa conferir! Cada tecido mais lindo que o outro!!!!

Inscrições deverão ser feitas pela página do evento no facebook, através de mensagem na nossa página ou por e-mail. Para tal basta nos enviar, nome completo, telefone e e-mail e guardaremos sua vaga! ;-)


Se você tem interesse em participar do evento, não perca mais tempo e faça a sua inscrição agora mesmo através de:
E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
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Evento





Aguardo a sua inscrição e a sua presença!!! Até lá! ;-)

sábado, 28 de novembro de 2015

Iemanjá - Lenda por Reginaldo Prandi

Comunidade querida do meu coração!!! Uma boa tarde a todos!!!!

Neste sábado maravilhoso, vamos conversar sobre a lenda de Iemanjá descrita por Reginaldo Prandi em seu livro e que fala sobre  sobre a criação do mundo.

Você já conhece??? É uma lenda bem bonita que traz bastante magia desse cenário de mistério e beleza que é a religião africana.

Vamos ingressar nessa viagem?


"Olodumare-Olofin vivia só no Infinito, cercado apenas de fogo, chamas e vapores, onde quase nem podia caminhar.

cansado de seu universo tenebroso, cansado de não ter com quem falar, cansado de não ter com quem brigar, decidiu pôr fim àquela situação. Libertou as suas forças e a violência delas fez jorrar uma tormenta de águas. As águas debateram-se com rochas que nasciam e abriram no chão profundas e grandes cavidades.

A água encheu as fendas ocas, fazendo-se os mares e os oceanos, em cujas profundezas Olocum foi habitar. Do que sobrou da inundação de fez a terra.

Na superfície do mar, junto à terra, ali tomou seu reino Iemanjá, com suas algas e estrelas do mar, peixeis, corais, conchas, madrepérolas. Ali nasceu Iemanjá em prata e azul, coroada pelo arco-íris Oxumarê.

Olodumare e Iemanjá, a mãe dos Orixás, dominaram o fogo no fundo da Terra e o entregaram ao poder de Aganju, o mestre dos vulcões por onde ainda respira o fogo aprisionado.

O fogo que se consumia na superfíce do mundo eles apagaram e com suas cinzas Orixá Ocô fertilizou os campos, propiciando o nascimento das ervas, frutos, árvores, bosques, florestas, que foram dados aos cuidados de Ossaim.

Nos lugares onde as cinzas foram escassas, nasceram os pântanos e nos pântanos, a peste, que foi doada pela mãe dos Orixás ao filho Omulu.

Iemanjá encantou-se com a Terra e a enfeitou com rios, cascatas e lagoas. Assim surgiu Oxum, dona das águas doces.

Quando tudo estava feito e cada natureza se encontrava na posse de um dos filhos de Iemanjá, Obatalá, respondendo diretamente às ordens de Olorum, criou o ser humano. E o ser humano povoou a Terra. E os Orixás pelos humanos foram celebrados."

Sendo hoje o dia da mãe de quase todos os Orixás citados na lenda acima, postamos, abaixo, os tecidos africanos verdadeiros ideais para confecção das roupas sagradas de Iemanjá.

O que você achou dos tecidos? Algum te interessou? Então aproveite e faça sua encomenda agora mesmo.

Alguns tecidos também poderão ser adquiridos no Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu a ser realizados nos dias 12 e 13/12 no Rio de Janeiro! Para participar basta fazer sua inscrição através de e-mail ou facebook enviando seu nome, telefone, e-mail e dia de comparecimento.

Se você tem interesse nos tecidos e/ou Richelieu, não perca mais tempo e faça a sua encomenda agora mesmo através de:
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Adorei mais essa conversa com vocês queridos e queridas!!! Ótimo sábado e até amanhã!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Oxalufã - Lenda por Pierre Verger

Olá, olá comunidade mais que querida!

Em mais um dia de branco, vamos falar sobre o senhor do branco descrevendo a lenda na íntegra retirada do livro de Verger.

A lenda conta, nada mais , nada menos, que a história as Águas de Oxalá, a qual já descrevemos detalhadamente em posts anteriores. Você pode lembrar-se deles clicando nos links abaixo:


Que tal conferir, também, a lenda?

Êpa Baba!

"Oxalufã era o rei de Ilu-ayê, a terra dos ancestrais, na longínqua África. Ele estava muito velho, curvado pela idade e andava com dificuldade, apoiado num grande cajado, chamado opaxorô.

Um dia, Oxalufã decidiu viajar em visita a.seu velho amigo Xangô, rei de Oyó. Antes de partir, Oxalufã consultou um babalaô, o adivinho, perguntando-lhe se tudo ia correr bem e se a viagem seria feliz. O babalaô respondeu-lhe:
- Não faça esta viagem! Ela será cheia de incidentes desagradáveis e acabará mal.

Mas, Oxalufã tinha um temperamento obstinado, quando fazia um projeto, nunca renunciava. Disse, então, ao babalaô:
- Decidi fazer esta viagem e eu a farei, aconteça o que acontecer!

Oxalufã perguntou ainda ao babalaô, se oferendas e sacrifícios melhorariam as coisas. Este respondeu-lhe:
- Qualquer que sejam suas oferendas, a viagem será desastrosa.

E fez ainda algumas recomendações:
- Se você não quiser perder a vida durante a viagem, deverá aceitar fazer tudo que lhe pedirem. Você não deverá queixar-se das tristes conseqüências que advirão. Será necessário que você leve três panos brancos. Será necessário que você leve, também, sabão e limo da costa.

Oxalufã partiu, então, lentamente, apoiado no seu opaxorô. Ao cabo de algum tempo, ele encontra Exu Elepô, Exu (dono do azeite de dendê). Exu estava sentado à beira da estrada, com um grande pote cheio de dendê.
- Ah! Bom dia Oxalufã, como vai a família?
- Oh! Bom dia Exu Elepô, como vai também a sua?
- Ah! Oxalufã, ajude-me a colocar este pote no ombro.
- Sim, Exu, sim, sim, com prazer e logo.

Mas, de repente, Exu Elepô virou o pote sobre Oxalufã. Oxalufã, seguindo os conselhos do babalaô, ficou calmo e nada reclamou. Foi limpar-se no rio mais próximo. Passou o limo da costa sobre o corpo e vestiu-se com um novo pano; aquele que usava ficou perto do rio, como oferenda.

Oxalufã retomou a estrada, andando com lentidão, apoiado no seu opaxorô. Duas vezes mais ele encontrou-se com Exu. Uma vez, com Exu Onidú, Exu (dono do carvão); Outra vez, com Exu Aladi, Exu (dono do óleo do caroço de dendê). Duas vezes mais, Oxalufã foi vítima das armadilhas de Exu,
ambas semelhantes à primeira. Duas vezes mais, Oxalufã sujeitou-se às conseqüências. Exu divertiu-se às custas dele, sem que, contudo, conseguisse tirar-lhe a calma.

Oxalufã trocou, assim, seus últimos panos, deixando na margem do rio os que usava, como oferendas. E continuou corajosamente seu caminho, apoiado em seu opaxorô, até que passou a fronteira do reino de seu amigo Xangô.

Kawo Kabiyesi, Sango, Alafin Oyó, Alayeluwa! (Saudemos Xangô, Senhor do Palácio de Oyó, Senhor dó Mundo!)

Logo, Oxalufã avistou um cavalo perdido que pertencia a Xangô. Ele conhecia o animal, pois havia sido ele que, há tempo, lho oferecera. Oxalufã tentou amansar o cavalo, mostrando-lhe uma espiga de milho, para amarrá-lo e devolvê-lo a Xangô. Neste instante, chegaram correndo os empregados do palácio. Eles estavam perseguindo o animal e gritaram:
- Olhem o ladrão de cavalo! Miserável, imprestável, amigo do bem alheio! Como os tempos mudaram; roubar com esta idade!! Não há mais anciãos respeitáveis! Quem diria? Quem acreditaria?

Caíram todos sobre Oxalufã, cobrindo-o de pancadas. Eles o agarraram e arrastaram até a prisão. Oxalufã, lembrando-se das recomendações do babalaô, permaneceu quieto e nada disse. Ele não podia vingar-se.

Usou então dos seus poderes, do fundo da prisão. Não choveu mais, a colheita estava comprometida, o gado dizimado; as mulheres estéreis, as pessoas eram vitimadas por doenças terríveis. Durante sete anos o reino de Xangô foi devastado.

Xangô, por sua vez, consultou um babalaô, para saber a razão de toda aquela desgraça.

- Kabiyesi Xangô, - respondeu-lhe o babalaô, - tudo isto é conseqüência de um ato lastimável. Um velho sofre injustamente, preso há sete anos. Ele nunca se queixou, mas não pense no entanto... Eis a fonte de todas as desgraças!

Xangô fez vir diante dele o tal ancião.
- Ah! Mas vejam só!- gritou Xangô. - É você, Oxalufã! Êpa Baba! Exê ê! Absurdo! É inacreditável, vergonhoso, imperdoável!!! Ah! Você Oxalufã, na prisão! Êpa Baba!! Não posso acreditar e, ainda por cima, preso por meus próprios empregados!
- Hei! Todo vocês! Meus generais! Meus cavaleiros, meus eunucos, meus músicos! Meus mensageiros e chefes de cavalaria! Meus caçadores! Minhas mulheres, as yabás! Hei! Povo de Oyó! Todos e todas, vesti-vos de branco em respeito ao rei que veste branco! Todos e todas, guardai o silêncio em sinal de arrependimento! Todos e todas, vão buscar água no rio! É preciso lavar Oxalufã! Êpa Baba! Êpa, Êpa!
- É preciso que ele no perdoe a ofensa que lhe foi feita!!

Este episódio da vida de Oxalufã é comemorado, a cada ano, em todos os terreiros de candomblé da Bahia, no dia das "Águas de Oxalá" quando todo mundo veste-se de branco e vai buscar água em silêncio, para lavar os axés, objetos sagrados de Oxalá. Também, com a mesma intenção, todos os anos, numa quinta-feira, uma multidão lava o chão da basílica dedicada ao Senhor do Bonfim que,
para os descendentes de africanos dos outro tempos e seus descendentes de hoje, é Oxalufã.

Êpa, Êpa Baba!!!"

Como vocês podem ver não há muita diferença entre toda a história que relatamos durante os posts "Águas de Oxalá" e a lenda descrita por Verger em seu livro, sendo assim, vocês já conhecem, mas sempre vale a pena saber mais sobre as diferentes descrições.

E, após essa conversa, mostro à vocês os tecidos africanos verdadeiros que podem ser utilizados na confecção das vestimentas de Oxalá para que possam fazer a encomenda de vocês, já garantindo, pelo menos, um.

Alguns tecidos também poderão ser adquiridos no Encontro de Tecidos Africanos e Richelieu a ser realizados nos dias 12 e 13/12 no Rio de Janeiro! Para participar basta fazer sua inscrição através de e-mail ou facebook enviando seu nome, telefone, e-mail e dia de comparecimento.

Se você tem interesse nos tecidos e/ou Richelieu, não perca mais tempo e faça a sua encomenda agora mesmo através de:
E-mail: tecidosafricanosebordados@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/tudosobreorixastecidoafricanobordado



Desde já desejo um ótimo final de semana e até amanhã!!!