terça-feira, 12 de julho de 2016

Continuando... Na Casa de Santo.

Bom dia comunidade querida!!!

Como prometido, vamos continuar o post de sábado falando mais um pouco sobre nós na casa de Santo.

"Nesse ínterim percebemos a importância da fase de abiyan,..."


Mas antes de dar continuada, que tal dar uma olhada em mais um lindo conjunto de saia de sala e ojá de peito que pode ser seu agora mesmo?! Basta entrar em contato conosco através dos telefones que estão na nossa página do facebook ou, ainda, fazer uma visita à nossa loja!



"Não estou pregando que todo mundo fique mudo, mas que aprenda a fazer silêncio nos momentos necessários e que saiba que a casa de candomblé não é lugar para fazer farras, algazarras, muito  menos de se deixar levar por mal entendidos e desavenças. Candomblé é família, ali todos somos irmãos, pais, mães e filhos e essa deve ser a visão. Temos já tanto contra nossa religião, as exigências de ouvir, não rebater, não discutir, não se deixar levar por animosidades, são justamente para proteger não apenas uma casa, mas toda a religião dos orixás. Existe uma ética por trás de cada exigência que nos é feita. A falta de ética, de moral, de respeito, do bom senso de como conduzir-se na casa, não pode ser reincidente e reinante.

Nesse ínterim percebemos a importância da fase de abiyan, nessa fase se aprende como se portar, onde sentar, com quem esclarecer dúvidas.  Se, quando e como se dirigir a mãe/pai, qual comportamento diante de uma ekedi, de um ogan, de uma egbomi. Como as yawós se comportam? Você passa a observar como será seu comportamento após a iniciação. A irresponsabilidade de iniciações prematuras também é dos zeladores que não avaliam o que aquele abiyan aprendeu até ali, se não seria necessário ser abiyan por mais tempo? Muitas vezes se fecha os olhos para vários aspectos que devem ser analisados antes de "enfiar" alguém no roncó para uma iniciação.

Não basta querer, é preciso iniciar quem está à altura desse passo. Quem está preparado, e tem certeza e convicção de que este é o caminho, mas uma certeza devido a experiência na casa, experiência que deve ser de algum tempo de convívio com aquela comunidade.

Vemos pessoas que não aprovam os sacrifícios (dedicação) da religião, que são iniciadas e querem mudar os fundamentos da religião, ou mudar a hierarquia, “passar a carroça a frente dos bois” que acham um absurdo não poderem conversar com alguém mais velho no mesmo tom ou sem abaixar-se na casa de axé. Esses exemplos, e muitos outros que poderíamos citar, surgem devido a uma coisa: pessoas que, por comodismo ou afirmação, querem inserir na casa do orixá o seu modo de pensar e agir e estas pessoas, por vezes, influenciam outras que as tem como exemplo.


Por isso, meus irmãos, que digo sempre, aprendam observando, ouvindo, acatando, obedecendo, respeitando, absorvendo, sendo sempre um verdadeiro filho para o orixá e para o seu axé."

Espero que tenham apreciado, pessoal.

Que todos tenham uma terça de muito axé!

sábado, 9 de julho de 2016

Na Casa de Santo...

Bom dia pessoal!!!

Para iniciar este final de semana com chave de ouro, vamos conversar um pouquinho sobre o relacionamento na casa de Santo?

A ausência da conduta correta pode gerar vários problemas...


Mas antes vamos dar aquela olhadinha nesse conjunto de saia de sala e ojá de peito que está em promoção!!! Você o adquire até o dia 20/07 e pode parcelar em 6x sem juros no cartão de crédito!

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"A ausência da conduta correta na casa de santo pode gerar diversos problemas, primeiro entre as pessoas e, fatalmente, a casa sofre com isso. O candomblé (no sentido de terreiro) é lugar de função, toda casa deve ter uma equipe preparada para detectar problemas de relacionamento entre as pessoas. Não se pode deixar de perceber quando o comportamento de alguns se torna indevido gerando desavenças, mesmo que intrínsecas nas entrelinhas das conversas, pois impedir ou acabar com tais comportamentos indevidos reflete numa casa bem administrada e um egbe harmônico como todos devem manter. Afinal, aquele local e aquele momento que você dedica para estar no ilê orixá, são sagrados, quase tanto quanto a casa do orixá. Não devemos nos desviar do objetivo.

Estamos numa casa de axé para cuidar de nosso Orixá/Vodum /Inkisse, para aprender mais sobre esse sagrado perfeito e essa cultura fascinante e na qual a maior parte das pessoas não nasceu, mas como foi iniciado (a), renasceu e deve passar a adotar medidas e comportamentos coerentes. Estamos para aprender e, um dia, ensinar aos mais novos. Existem tantas coisas a serem descobertas numa casa de axé, tanta coisa para aprender com sua mãe/pai, com os mais velhos dispostos a ensinar. Por que será que tanta gente perde tempo se desviando daqueles que podem realmente nos acrescentar?

Porque falta o hábito de observar, de calar e apenas ouvir, porque temos o hábito do barulho, da conversa em excesso, e, com isso, não se consegue fazer algo simples: silêncio. Se houver mais silêncio nas casas, pode-se ter a oportunidade de se equivocar menos, de ouvir melhor nossas rezas, de observar como se comporta aquele egbomi que é o braço direito da casa, ou aquele ogã, aquela ekedi que está sempre auxiliando junto ao nosso pai/mãe, e que sabe como se portar diante de cada situação.

Na nossa sociedade quando você diz algo, o outro imediatamente responde, arremata com outra frase, emenda para outra conversa, talvez esse seja um fator limitante ao crescimento - O  pouco uso da audição: temos dois ouvidos, uma boca e usamos mais boca que os ouvidos… 

Será por acaso que temos dois ouvidos? Não se enganem, somente quem sabe fazer silêncio é que merece e recebe confiança no culto ao sagrado, e o que consegue absorver mais conhecimento..."

continua...

Um sábado repleto de muita luz!

sábado, 2 de julho de 2016

Abiyan / O Adosu: Olòrisá

Olá, olá comunidade querida!

Vamos dar continuidade à nossa conversa sobre este período inicial na vida de todos que fazem parte da nossa religião?!

Vamos fazer isso através de interessantes trechos do livro "Meu Tempo é Agora" de Maria Stella de Azevedo Santos - Editora Oduduwa, São Paulo, 1993.


Mas antes, vamos dar uma admirada nesse conjunto de saia de Sala e ojá de peito que está uma maravilha e pode ser seu agora mesmo, basta entrar em contato conosco.

Segue o link de nossa página no facebook onde você encontra nossos telefones, endereço e por onde pode nos enviar uma mensagem para maiores informações.




"(...) O período de Abiyan é de suma relevância, principalmente para os de conta-lavada e o de obrigação de borí. É o período de experiência, digamos assim; podem refletir sobre as responsabilidades do filho de santo, de maneira acurada. Ver se é isto mesmo que desejam. Vão conhecendo o Egbé, pensando sobre a hierarquia, vivenciando o dia-dia do Ase. Devem observar o comportamento dos mais velhos, e dos Olóyè; falar pouco e abrir os ouvidos. Verificar se adaptam ao Ilê e a Iyálòrisa.

O tempo mais significativo na vida de um filho-de-santo é este, o de Abiyan.

É temerário a iniciação imediata de pessoas completamente neófitos sobre a complicada hierarquia do Mundo dos Candomblés. Daí erros, arrependimento e acusações. Hoje em dia, têm-se muita pressa de se infiltrar pelos os corredores de um terreiro, sem qualquer respaldo. Há iniciadores que, talvez por inexperiência, ganância e outras diferentes razões, vão logo botando os clientes no Quarto de Asé. Na maioria das vezes, isto não dá certo, acaba sendo motivo de arrependimento e frustrações para ambos os lados.

Têm que haver vivência prévia. Em especial, as pessoas mais esclarecidas e eruditas.
No nosso Asé não dispensamos o período de Abiyan, salvo casos extremados, de vida ou morte. Cada caso é um caso... em geral, o Orisa espera, quer o melhor para o seu filho. Não cabe a nós julgar e, sim, orientar. A pressa é inimiga da perfeição.

(...) Todos os iniciados têm de se conscientizar de que são a essência desta religião milenar, tão deturpada. São sacerdotes de Orisa, seu templo, a religião do Orun com a terra: passado, presente e futuro. (...) O Egbón ou Egbómi, expressão usual, está, por direito, apto a ser um iniciador, podendo participar do corpo de Olyé do terreiro. O conselho religioso é formado por Egbón, escolhido para o desempenho de determinadas funções.

As Ojúbóna são Egbón apontadas para criar Iyáwó no Quarto-de-Asé: é importantíssimo o trabalho delas.

São as “Mães-Criadeiras” do iniciado, responsáveis pelo aprendizado desenvolvido, em principio dos sete anos. Elas agem como intermediárias entre o Iyáwó e Iyálòrisa. Hierarquia é tudo: princípio, meio e fim. Sem ela, o caos... Trevas, desinteligência, falta de comando anarquia. Não é certo, pela hierarquia, que um Olòrisá vá ter com a Iyá, desprezando bons conselhos da Ojúbóna, a menos que esteja havendo alguma coisa terrível, muito errado: se a confiança que Sàngó e sua representante depositaram na mãe pequena do filho não estiver sendo correspondida, então, é preciso acertar tudo o que é constrangedor e triste.

Não tem sentido uma Adosu sem educação, ignorante, bruto, de nariz em pé, senhor da situação e da verdade. Existem três tipos de Adosu às avessas: o cabeça dura, o rebelde e o desinformado, mal orientado. O rebelde sofrerá muito vitima de si mesmo entregue a própria sorte. O desinformado poderá está sendo vitima de uma trama diabólica: a sonegação de informações e disciplina, como forma de agressão dos insatisfeitos e falsos, à figura da Iyálasé.

“Estão vendo os filhos de Fulano? Não tem a mínima educação... por mim... eu mesmo! No meu tempo... e bla ,bla ,bla... “

O mais velho irresponsável está entregue à própria sorte. As conseqüências podem ser terríveis para omissão do maldoso ou covarde. Existe um dia, único dia, sem retorno, no qual o Adosu, por mais sábio que seja, depende dos outros... O julgamento é atroz.

O Iyáwó, alem dos deveres dos filhos-de-santo assentados, é sujeito a outros tantos mais complexos. É necessário que saiba tudo a respeito da vida do terreiro: ciclo de festas, obrigações dos irmãos mais velhos, borí entrada de Iyáwó, asese. Deve participar na medida do possível, de diferentes obrigações, para que aprenda.

Tem que aprender a dançar, cantar, responder os cânticos, comporta-se com dignidade, consideração, simpatia.

Hoje é filho, amanhã, quem sabe?

Em iniciação não se queimam etapas. Iyáwó que não viveu a vida de Iyáwó será um Egbón frustrado. Diga-se o mesmo para o Abiyan. (...) É lamentável um Iyáwó isolado dos demais, em virtude de seu comportamento reprovável, em desacordo às condições de Adosu. (...) Tudo por disciplina e, mais importante, amor! Talvez nem saibam o ase que adquirem... (...) É o cúmulo a falta de traquejo.

O bom senso é transmitido ou depende da sensibilidade de cada qual?

A educação doméstica é trazida “de casa”. O novato sempre é novato na religião, tem que aprender o "bê a bá". A hierarquia e a disciplina têm que ser mantida. O respeito aos Àgba  (mais velhos) é a essência da cultura Yoruba; as mensuras, saudações rituais, etc... quem ama o Ase deve evitar que pereça. Somos responsáveis por nossos atos."

Espero que tenham gostado pessoal!

Um ótimo sábado!